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Capítulo 4

Pela primeira vez, Nélio levou o seu amigo Antony até a sua casa. Ambos entraram na casa pela porta da frente e acessaram a humilde sala de visitas. O convidado observava os porta-retratos em cima de um móvel de cor escura. Antony avistara uma fotografia de Lany sozinha. Ela estava sorrindo de frente. Um rosto belo e dentes perfeitos adornaram a fotografia colorida.

-Não sabia que você tem uma irmã.

Afirmou ele, admirando a imagem da jovem no porta-retratos. Antony sentiu vontade de deslizar as suas digitais sobre a fotografia, mas preferiu ser circunspecto e conteve- se em seu lugar.

Ele não sabia por que sentiu vontade de atuar daquela maneira. O rapaz não se ligava sem fotos, mas aquela era diferente. Parecia se tratar de alguém especial. Uma mulher que pudesse ganhar o seu coração sem ele exigir alguma dela.

-Não divulgo, para não ter trabalho depois.

-É verdade. - Logo Antony concordou, sacudindo a cabeça e olhando na direção do amigo em pé no meio da sala. - Alem de que, a sua irmã é bonita!

-O que ela tem de bonita... Tem de tola!

Nélio acrescentou friamente, olhando para cima. Alguns sonhos estúpidos de Lany invadiram a sua mente.

A testa de Antony enrugou no caminho do seu amigo. Ele não estava entendendo nada.

-Tola?- Questionou curioso. - Por que tola?

-Sonha demais! - Nélio ergueu os braços e começou a explicar. - Deseja ser rica e viver na cidade grande.

Antony desviou o olhar de seu amigo e olhou novamente para a fotografia da jovem de cabelos escuros e afirmou com raciocínio lógico.

-Esse é o sonho de muitas mulheres.

Nélio tocou o ombro do amigo, dizendo.

-Ela sonha demais!Você realmente não a conhece.

Nesse instante, Lany deixou o seu aposento e caminhou normalmente em direção à sala de estar, onde os dois jovens estavam ainda conversando. Ao ver o seu irmão acompanhado do amigo, ela teve uma reação acanhada, ficou estacionada no meio da sala, apenas fitando a imagem estonteante do rapaz, usando uma camisa escura, jeans e tênis.

Ele também a absorveu em congelamento. Os seus olhares se confrontavam com receio, fascínio e confusão.

Lany recordou que ela nunca admirou um rapaz dessa maneira, nenhum jovem jamais prendeu o seu olhar em uma mesma direção por muito tempo.

-Oi! - ela disse sem pensar e coçou a sua nuca, por baixo dos seus cabelos longos.

-Oi! - Ele respondeu, envolvendo-a com o seu olhar penetrante.

-Vocês já se conhecem?- Questionou Nélio, intrigado com a conduta dos dois jovens. Ambos pareciam ter recebido injeções de congelamento.

-De vista. - Ele informou para o seu amigo e liberou um sorriso fraco logo em seguida.

-É... do... racha. - A moça completou e desviou o seu lugar da imagem do amigo de seu irmão. Ela não desejava dar motivos para Nélio suspeitar de seu olhar fascinado na figura do visitante.

-Vamos ao meu quarto Antony! Comprei um cd de rock. Acredito que você irá se amarrar!

Retiraram-se da sala e Lany permaneceu parada no mesmo lugar, analisava o rapaz de costas, até que ela não pudesse vê-lo mais, enquanto ele caminhava atrás de Nélio pelo corredor da casa.

Minutos depois, ela entrou no quarto e fechou a porta atrás dela.

Deitou-se na cama, dominada pelo emburramento, devido ao sentimento que estava se criando dentro dela com relação ao amigo do seu irmão. Lany não imaginava se interessar por um rapaz pobre. E no mínimo, Antony deveria ser tão pobre quanto ela. Isso estava registrado na qualidade das roupas dele e também no veículo utilizado no racha.

Enquanto isso, no quarto de Nélio, ambos ouviam música. Sentados no chão, e cada um deles, estava segurando uma lata de cerveja. Nélio tinha ido até a cozinha e trazido as bebidas geladas para ambos.

-Amanhã levarei o meu carro na sua oficina, apareceu um problema nele.

Nélio afirmou e virou a lata de cerveja em seus lábios. A espuma da cerveja tocou o seu lábio superior e ele a absorveu com a ponta da língua.

-Na parte da manhã, eu estarei livre. - Avisou Antony e olhou abaixo até a sua lata de bebida. Ele ainda tinha a imagem de Lany na sua cabeça, tanto a reprodução fotográfica quanto a real, em carne e osso. As duas representações eram perfeitas e disputava espaço em sua mente, o tempo inteiro.

-O que vai fazer no fim de semana?

-Não tenho nada em vista.

Antony confrontou o rosto do amigo e enrugou os lábios. Imaginava que Nélio era sortudo por ter uma irmã tão bela e um infeliz porque os próprios amigos poderiam cobiçá-la assim como ele. Mas Antony tinha um enorme respeito por Nélio e jamais ousaria tocar um dedo na irmã dele.

Nélio insistiu. -Podemos ir ao bordel na cidade...

-Fechado!

Concordou Antony, bebendo a cerveja logo em seguida. Ele pensou que isso seria uma ótima idéia. Ele estava mesmo precisando se ocupar com alguma mulher disposta a fazer sexo. Havia alguns dias que ele não transava e o seu corpo já estava sentindo falta.


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LANY E ANTONY agradecem em meu nome a gratidão de vocês...


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