Razões

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               Macarena resolveu ir pela última vez até o hospital olhar para o ex namorado, e conversar com ele. Mesmo que aparentemente ele não pudesse responder, ela precisava fechar esse capitulo de sua vida. Sentou-se ao lado dele e falou tudo que precisa “Oi, voltei, pela última vez, sim isso mesmo. Eu pensei bem, e não posso ficar vindo aqui, não quero me sentir culpada por algo que eu realmente não fiz. Por que raios você teve que fazer isso? Me sinto despedaçada por te ver nessa cama, mas de maneira alguma quero me sentir culpada já tenho o peso de ter atirado em seu irmão nas minhas costas, mesmo que ele merecesse. Isso é confuso, bem confuso. Eu vou parar de atuar, e a Barbara também, estranho que até nisso pensamos igual, sabe eu gostaria muito que estivesse aqui e estivesse feliz por mim, nunca lhe desejei mal. Quero que melhore e sai dessa cama, que possa volta a viver, mas talvez isso não seja possível, mas para Deus nada é impossível. Fique bem, nunca faltará nenhum tipo de cuidado para você. Adeus!!! Que você fique em luz.! Ela saiu do quarto e sem que visse uma lagrima caiu dos olhos dele, a ciência não podia explicar, mas ele podia sentir, seu coração parou de bater naquele momento. Os médicos tentaram reanima-lo, mas não foi possível, parecia que sua alma apenas estava esperando essa despedida para partir e talvez assim encontrar a paz.

               Saindo do hospital a loira foi encontrar com o irmão em um café não muito longe da onde estava.

- Então Makita o que queres fala? Me diga que é uma boa notícia!

- Sim, acredito que sim! Eu e a Barbara nos casaremos sexta agora, quero que seja meu padrinho. – Ela ficou olhando assustado para ela – O que foi? Por que está me olhando com essa cara de bobo?

- Sexta? Hoje é terça? É muito pouco tempo para a mamãe e a sua sogra preparar tudo, essa ideia é da maluca da sua noiva certo?

- Pare de besteira Santi, e não chame a Barbara de maluca. Eu só quero você no casamento, depois fazemos uma festa grande, mas no momento não quero holofotes.

- Mamãe vai ficar brava!

- Com ela me entendo, e a ideia foi minha.

   Ela lhe deu um tapa de leve no braço.

- Você precisa ir a uma terapia, esta com medo de que alguém saiba que estrague. Estou certo? - A respiração funda e suas mãos escondendo seu rosto era resposta suficiente para o outro, que podia sentir na irmã o peso de consumir as coisas logo para não ter chance de perder – Macarena você não pode controlar o tempo e os acontecimentos, precisa desacelerar e confiar em Deus.

   O olhar dela estava duro, não tinha mais aquele brilho.

- Talvez, mas eu quero apenas fazer isso agora, eu preciso e ela me entendeu. Você pode ser meu padrinho? – Ele sorriu para ela – ótimo, vai ser na capela de Baça. Sabe onde é?

- Sim, ela é linda e simples. Vocês ficaram lindas, e terão lua de mel?

- Não sei exatamente se será uma lua de mel, mas iremos viajar para o campo. Apenas nós duas depois da coletiva, nos casamos as duas horas e a coletiva é as dezoito, depois ficaremos isoladas.

- Você ainda não a deixa tocar você?

   Achaga detestava a forma como o irmão a conhecia.

- Não, não consigo. Sabe eu vou até um determinado ponto e depois volta tudo isso na minha cabeça.

  Ela remexeu tanto o café quanto falava que ele acabou esfriando.

- Moça – chamou o rapaz – veja mais um café para nós por favor! – A garçonete disse que sim e logo levou – Irmã, sei que parece difícil e deve ser, mas ela é uma mulher, uma mulher que te ama demais, sei que ela vai te esperar o quanto for preciso. Mas você acha justo com vocês? Vai deixá-lo vencer dessa forma?

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