Sobrevivência

Meses

M

acarena Achaga estava em frente a cadeira nacional do México encostada a um Mustang conversível vermelho, de banco de couro e volante de madeira, um verdadeiro clássico. Seu cabelo estava um pouco mais curto que o normal, a medida exata era no seu ombro, uma jaqueta de couro preta, calça jeans skinny, uma camiseta cinza, um tênnis All star e um óculos de sol quadrado. Ela olhou no relógio faltava apenas dois minutos para que ela pudesse então rever a mulher da sua vida, respirou fundo ansiosa, como não estaria fazia quase oito meses que não podia se quer abraçar Barbara. O rádio do carro começou a chiar e ela inclinou seu corpo para poder arruma-lo, por cima da porta do carro e sem notar a transição do tempo ela ouviu “Oi” os olhos azuis imediatamente encheram-se de lagrimas, o coração começou acelerar e sua boca secou, ela voltou seu corpo e ficou em pé. Olhando para Barbara que também estava imóvel, a morena contava as horas, os minutos e os segundos para esse momento desde que foi jogada em uma cela. Lopez estava com um tênnis de corrida, uma calça jeans, uma camiseta e uma jaqueta também jeans, nada mais. Seu cabelo estava mais longo que nunca, e seus olhos marejados transmitiam tanto sentimentos misturados que ela talvez nunca pudesse explicar a ninguém o que estava sentindo. Elas caminharam devagar uma até a outra, era final de dia, e como em um filme parecia que nada mais existia em volta delas. Sorriram assim que ficaram próximas o suficiente para se tocaram, Bah tocou nos cabelos de Maca contemplando o quanto ela estava linda, já a argentina não conseguia parar de olhar para os olhos da outra apenas se deu o direito de passar suas mãos pela cintura da sua noiva e puxa-la para mais próximo possível. Suas testas se encostaram e seus rostos foram se encaixando com facilidade, quando deram por si uma estava sentindo o lábio da outra em um beijo calmo, era como se tivessem se beijado a primeira vez. Havia muita vontade, mas medo, medo de a outra não sentir o mesmo, medo de tudo ter mudado, medo de que toda a volta que a vida deu tivesse abalado o amor que sentiam uma pela outra. Mas não, definitivamente não e o que sentiam apenas aumentou com tanta turbulência. A única coisa que desejavam agora era viver esse sentimento com calma e com tempo, sim teriam esse tempo.

- Estava com saudades!

               Falou Macarena assim que o ar se fez necessário

- Eu também, e com medo...

- Também estava com medo!

               Elas se olharam apaixonadas

- Veio só você? Como conseguiu?

               Maca limpou as lágrimas como Bah havia feito.

- Na verdade eu pedi para o seu advogado não havia ninguém, eles acham que você vai sair somente daqui dois dias. Espero que você não fique brava, mas queria ter você apenas para mim pelo menos essa noite ou nas próximas vinte e quatro horas se não for pedir muito.

- De maneira alguma, e para onde vamos?

- Aluguei uma casa não muito longe daqui, é simples, mas tem tudo que precisamos. Vamos?

- Por favor, preciso de um banho – Só então a morena reparou no carro que a outra estava – Nossa eu achando que estávamos falidas e você com um Mustang? Alugou também?

- Não baby, esse é nosso. E digamos que falidas é algo que para ficarmos vai demorar umas cinco gerações. Mas isso eu vou explicar com calma, o que quer fazer primeiro? Banho, comer?

               Barbara sorriu de canto para a outra de forma bem sugestiva dizendo que com certeza seria limpar-se do cheiro da cadeia. Então quando chegaram na casa ela tirou a roupa que estava jogou no lixo e correu para o chuveiro. A casa realmente era muito simples, toda em tijolo a vista, mas muito gostosa e arrumadinha, Macarena enquanto a outra se banhava preparou um sanduiche natural, mas reforçado e um suco de mamão.