Capítulo 63 - Mãe

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Oi, meus amores!

Me desculpem pelo sumiço. Esse capítulo foi muito difícil de escrever, tanto pelo enredo quanto pela semana exaustiva de trabalho que tive, mas espero que tudo possa se normalizar 🥰

Lenços preparados? Vamos lá?

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Se desesperar não era uma opção para mim ou era? Eu não poderia mostrar fraqueza nem fragilidade, eu tinha que ser forte, a base de apoio para a minha namorada agora. Precisávamos encarar tudo isso de frente e qualquer que fosse a decisão que a Bia tomasse, eu iria apoiá-la.

Quando vimos o resultado da primeira fase da federal, ela não comemorou, ela chorou em silêncio e eu achei que era só pela possibilidade de realizar o sonho que ela sempre teve de fazer Medicina na Federal, mas então ela me confessou que estava com medo porque a menstruação dela já estava atrasada a uma semana e isso nunca havia acontecido. E então eu fui comprar o teste para tranquiliza-la, mesmo tendo certeza que ela não estava grávida, afinal não tínhamos feito nenhuma vez sem camisinha nesse último mês.

Positivo.

Ela não queria acreditar e me pediu para comprar um segundo teste e mais um positivo. Foi aí que o desespero se instalou de vez e eu vislumbrei algo que nunca havia imaginado antes, ser pai.

Jamais pensei nisso, talvez por que eu sabia que os meus casos do passado foram apenas isso, casos. Talvez porque a Bia, a única mulher que me tirou fora do eixo e me fez admitir que estava verdadeiramente apaixonado é jovem demais, tem seus sonhos e entre eles não estava ser mãe, pelo menos ela nunca me disse isso, então eu simplesmente não pensava sobre, talvez no futuro, talvez quando ela estivesse formada, mas agora, justamente agora que ela havia passado em várias faculdades e estava prestes a fazer a segunda fase do vestibular da federal isso aconteceu.

— Meu amor... — acariciei seu rosto assim que sentamos sobre a minha cama. Seus olhos tão inchados, seu rosto todo vermelho e ardendo. Nunca a vi assim, nunca imaginei que a veria assim e ainda mais por minha causa.

— Nando, eu preciso saber de uma coisa e dependendo da resposta, eu não posso continuar aqui com você — falou seriamente, me encarando com aqueles olhos cheios de dor.

Aquilo foi assustador. O que ela queria dizer com "dependendo da resposta, não poderia continuar aqui"? Engoli a seco esperando-a continuar.

— Se você realmente me pedir para tirar esse bebê, eu sinto muito, mas eu vou embora e nunca mais quero te ver...

— Não, Bia! Não é isso!

Suas lágrimas voltaram a verter e molhar seu rosto.  Eu não poderia deixá-la mais nessa angústia e a puxei para meus braços.

— Meu amor, eu não quero isso, eu não quero que você... — Não tive coragem de repetir aquilo que eu já havia dado de opção e que ela claramente estava rejeitando. — Eu só quis dizer que mesmo que você quisesse, eu te apoiaria em tudo, mas eu estou com tanto medo por você. Por mais que eu assuma todas as responsabilidades e esteja 200% com você, ainda assim eu sei que o peso de uma gravidez sempre recai mais sobre a mãe. — Tentei esclarecer tudo.

— Eu sei disso. — Afastou-se de meus braços, secando seu rosto. — E por mais que você me ache doida por tratar esse amontoado de células dentro de mim como um bebê, ele está aqui — agarrou-se ao seu abdômen —, ele é um bebê, é o nosso bebê e agora que eu sei que ele está aqui, mesmo que ele ainda não tenha um coração ou um sistema nervoso, ele em breve terá e eu jamais seria capaz de fazer algum mal para ele!

Mel e CanelaOnde histórias criam vida. Descubra agora