i. ᴀʀᴄᴀɴᴇ ɪɴғɪɴɪᴛᴜᴍ [Att.]

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[Atualizado]

"Você tem preenchido este
espaço desde que você nasceu
Porque você é a razão pela
qual eu acredito no destino
Você é o meu paraíso
E farei qualquer coisa
para ser seu amor
ou ser seu sacrifício"

Após meses, um jovem voltou a se esconder em antigas cavernas no lado mais baixo da periferia. Cabos desgastados e potes de vidro, rachados e vazando líquidos verdes e púrpuras, espalhavam um brilho opaco no ambiente familiar de anos atrás.

ㅤ— Acorde. — Uma voz alta soou ao seu lado, tão estrondosa que parecia um megafone. — Já comeu, garoto?

ㅤ— H-hmm... — Ele ergueu a cabeça rapidamente, apoiando o queixo sobre as mão, fazendo um som de resmungo enquanto fechava os olhos outra vez. Com um gesto cansado, esfregou o rosto e olhou para o homem ao seu lado, seu professor. Um homem calmo e direto, de uma maneira que beirava o intimidador. — Por quê?

ㅤ— Eu te vejo há dias nesse projeto, sem dormir direito, sem comer... — O cientista se aproximou, respirando fundo, como se para confirmar o que já sabia. — ...E sem tomar banho. Largue isso, vá cuidar de si. Já passou tempo demais doente, quer isso de novo?

ㅤ— ...Não, senhor...

ㅤ— Ótimo. Então vá descansar, esfrie a cabeça um pouco.

O jovem respirou fundo e se levantou, passando a mão firme pela juba castanha que caía sobre o couro cabeludo, prendendo-a em um rabo alto, com as laterais raspadas. Ajustou a blusa, fitando a porta de madeira envelhecida, absorto em seus pensamentos.

ㅤ— Ele deve chegar logo.

Ao ouvir as palavras do tutor, desviou o olhar, sem responder, e seguiu até o quarto. Pegou sua toalha, tirou as roupas sujas e desgastadas, e ligou o chuveiro. A água morna caía sobre ele enquanto tentava limpar o cansaço de corpo e alma. Passava as mãos pelo cabelo e pelo corpo, tentando relaxar.

Mesmo exausto, odiava parar de trabalhar, pois quando o parava, os pensamentos intrusivos o invadiam.

ㅤ— Não se esqueça que nossa água é limitada.

Quase escorregou no piso molhado, segurando um grito ao ser surpreendido em seu próprio banheiro. Com o canto dos olhos, avistou um rapaz magro, bem vestido, com duas pintinhas no rosto e cabelos castanhos mal cortados.

ㅤ— Ai, cacete, não faz isso! — exclamou, ainda tentando se recompor do susto.

O invasor riu brevemente, fechou a tampa da privada e se sentou com a bengala ao lado, segurando uma toalha na outra mão. Ele parecia exausto, à beira de um colapso.

ㅤ— Você deveria tomar um banho também. Está pior que eu.

ㅤ— Vou depois... é, talvez eu esteja mesmo.

O rapaz bicromático o observou por alguns instantes antes de desligar o chuveiro e sair. Aproximou-se, pegou a toalha da mão de Viktor e se secou rapidamente, amarrando a toalha ao redor da cintura.

Os dois tinham alturas parecidas, mas Viktor era alguns cencimetros a menos e mais magro, enquanto o outro parecia fisicamente mais forte.

ㅤ— Viktor, olhe para mim. — O rapaz se agachou à sua frente, colocando a mão no joelho esquerdo de Viktor e encarando-o até obter sua atenção. — Você vai tomar um banho, e eu vou preparar algo para comermos. Depois, vamos dormir um pouco, entendeu?

ㅤ— ... Certo. — Viktor demorou a responder, distraído ao encarar o outro antes de processar as palavras. Observou-o se levantar e sair do banheiro, mas antes se ergueu um pouco, apoiando-se na pia. — Eden...

Iɴғɪɴɪᴛʏ。ー AʀᴄᴀɴᴇOnde histórias criam vida. Descubra agora