viii. sɪʟᴇɴᴛɪᴜᴍ [Att.]

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[Atualizado]

ㅤ— Espere, quanto tempo disse que o Viktor não aparece? — questionou Heimerdinger, estreitando os olhos com surpresa ao ouvir a resposta de um de seus ex-alunos. — E o incidente?

ㅤ— Hm... três dias sem notícias do Viktor, e cinco desde o incidente... Sei que ainda está bravo pelo que fiz no Conselho, mas, por favor, professor, preciso que ajude o Viktor e o Eden.

Heimerdinger soltou um suspiro, ajustando o pequeno terno e olhando para o jovem com um misto de compreensão e desaprovação.

ㅤ— Eu irei. Mas saiba que farei isso por eles, não por você — disse ele, colocando a pequena chave na fechadura de sua loja de brinquedos e fechando-a com um movimento decidido. — Agora vá para casa, rapaz. Está claro que você também não dorme há dias.

Jayce assentiu sem discutir, exausto demais para protestar, e se afastou, entrando em seu veículo para finalmente retornar. Observou o professor pelo retrovisor até perdê-lo de vista. Heimerdinger, por sua vez, conferiu uma última vez a tranca da loja antes de se virar, segurando consigo uma pequena caixa que guardara cuidadosamente.

O hospital não era longe; uma rápida viagem de bondinho o levaria até lá. Segurando a caixinha com delicadeza, Heimerdinger respirou fundo, com o rosto sério e a expressão determinada. Sabia que, para Viktor, sua visita era mais necessária do que ele gostaria de admitir.


Sentado na poltrona ao lado da maca, Viktor observava os papéis espalhados na parede. Projetos inacabados, rabiscos e rascunhos preenchiam o espaço, organizados de maneira apressada e improvisada. Ele segurava um desenho em particular, o mesmo que Eden lhe ajudara a desenvolver.

ㅤ — Eu comecei com a parte mecânica... — murmurou para si, com a voz cansada e rouca. — Algumas estruturas já foram feitas, mas... sem os recursos certos, não tem como continuar.

Ele falava sozinho, quase esperando que o som de sua voz preenchesse o vazio do quarto. Eden, deitado na maca, ainda estava inconsciente, mas Viktor não se permitia afastar, o olhar constantemente voltando para o companheiro. A culpa parecia se enraizar mais fundo a cada instante.

Viktor soltou um suspiro ao ouvir um leve resmungo de Eden, vendo-o se remexer. Desde a cirurgia, o rapaz acordara apenas por breves momentos, mas não conseguia dizer nada além de expressões de dor e desconforto. Viktor observou a bandagem que cobria boa parte do braço e do ombro de Eden, quase como uma lembrança do peso que ele mesmo carregava.

Inquieto, Viktor tossiu levemente, cobrindo a boca com um pano que tirou do bolso. Ao afastá-lo, notou manchas de sangue no tecido, mas fingiu ignorar. Foi então que um leve toque soou na porta, despertando-o do transe.

Com um movimento lento, ele pegou a muleta e caminhou até a porta. Ao abri-la, baixou os olhos e encontrou o pequeno rosto familiar.

ㅤ — Aqui embaixo, Viktor — disse Heimerdinger, o antigo professor, com uma expressão firme, mas acolhedora.

Viktor soltou uma risada nervosa, tentando aparentar calma.

ㅤ — Professor... posso ajudar com alguma coisa?

ㅤ — Pode, sim — disse Heimerdinger, ajeitando o terno enquanto cruzava os braços. — Que tal descer comigo para almoçarmos? Já é meio-dia, e duvido que você tenha comido alguma coisa decente.

Viktor lançou um olhar rápido para dentro do quarto, focando-se novamente em Eden.

ㅤ — Normalmente, trazem algo para mim... Mas eu... não posso deixá-lo aqui.

Iɴғɪɴɪᴛʏ。ー AʀᴄᴀɴᴇOnde histórias criam vida. Descubra agora