4. [one shot] Crer

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Notas do Autor
Sempre gosto de imaginar um universo onde Inuyasha e Sesshoumaru se dão bem, e tem uma boa relação de irmãos. Onde Sesshoumaru trata Inuyasha realmente como irmão caçula, e por isso tive a ideia dessa fanfic e espero que gostem.

One shot antiga minha, acabei reescrevendo algumas coisas nela.


Vocabulário:
Otouto: Irmão caçula
Nii-san: Irmão mais velho



Japão feudal...

— Otouto¹... o que você faz aqui?

— Hm?

Era noite. Havia dois garotos a conversar em um templo.

Apenas os dois.

Um deles era alto e esguio. Aparentava ter seus doze anos. Pele clara de porcelana, olhos âmbares intensos, longos e alinhados cabelos prateados. Sempre ficava com uma expressão neutra mostrando sua frieza.

Estava de pé olhando o pequeno garotinho ajoelhado em frente ao palco com a imagem divina.

O garotinho – que aparentava ter seis anos – era semelhante a ele, com a mesma cor de olhos. Porém seus cabelos eram absolutamente negros. Além do que, o mais velho possuía sinais de nascença: uma meia-lua azul no meio da testa, dois riscos vinhos em ambas as maçãs do rosto. O mais novo possuía uma em cada maçã.

O local estava mergulhado na escuridão, a única iluminação era natural, a da lua cheia. Atravessava as janelas.

Finalmente o irmão caçula respondeu:

— Vim rezar.

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Disse-me ele com um sorriso. Um grande sorriso.

Continuei a olhá-lo, irritado. Cruzei meus braços, escondendo minhas mãos dentro das longas mangas do kimono branco.

— Disso eu sei. Obviamente este é o objetivo dos humanos que vem aqui.

Ele enrugou o cenho me olhando.

— Então, por quê pergunta? –-- Piscou os olhos algumas vezes, ainda confuso.

Manei a cabeça. Impossível dialogar com um pirralho tão ignorante.

Ele não compreendeu quando citei "humanos".

— Sesshoumaru? –-- Chamou minha atenção, incerto, a procura de uma resposta minha.

Baguncei levemente seu cabelo.

— Esqueça, InuYasha.

Ele me olhou por um curto período de tempo, o olhar cheio de dúvidas. Depois voltou a cerrar os olhos e a murmurar palavras que não me interessavam, não eram dirigidas a mim.

Acabei indo me sentar em um dos bancos em silêncio, respeitando sua reza, o esperando. Realmente não o compreendia.

Eu ouvi InuYasha dizer fazer referência mais uma vez e soube que tinha terminado. Simplesmente me levantei e me retirei do templo, sabendo que InuYasha viria correndo atrás de mim, como sempre fez.

Aquela pequena e ingênua criança acreditava em tudo. O que mais me atormentava era esta crença. Não compreendia.

Sou um youkai, e meu irmão caçula era apenas um hanyou. Então por quê crer nessas figuras que os humanos criaram no desespero, apenas salvará seus semelhantes?

Coletânea InuYashaOnde histórias criam vida. Descubra agora