Sanctus lupus

⁴ Ruínas

Minhas mãos estão cheias de curativos, minha cabeça cheia de problemas e meu coração cheio de angústia, saudade e principalmente medo.

Siyeon corria com o máximo de força e vontade que tinha. Quanto mais rápido ela chegasse no piloto mais rápido ela teria alguma resposta lógica do que tinha acabado de acontecer, ela se pedurava em alguns lugares para chegar em outros quase como um trapézio.

Sentia seu corpo quente, suas unhas estavam afiadas e sentia que poderia cortar alguém com isso. Seus instintos só se apuraram quando sentiu cheiro cítrico e metálico de sangue além de gritos, correu vendo uma última cena, era claramente o copiloto sendo atacado por algum animal que seguia Namjoon.

- SAÍA! SOCORRO!!- Siyeon não teve ação além de ver aquele homem levar tiros no peito mas continuar a avançar em direção do copiloto, logo depois dar mordidas arrancando pedaços com os próprios dentes.

Ele parecia um animal.

Um animal feroz é faminto.

Siyeon sentiu sua garganta em um rosnar tão alto quando viu o sangue tão vermelho do copiloto escorrer, molhava o corpo daquele homem que agora tinha os olhos em Siyeon que não conseguia segurar seus rosnados. Era tão estranho, aquilo estava dominando seu corpo de uma maneira inexplicável.

Por algum motivo a garota também sabia que aquele homem era dominante, sabia que ele era não igual mas sim parecido com ela. O mesmo ficou rosnando para Siyeon de volta esperando que ela recuse, mas quando Siyeon se tocou do que estava fazendo por um pequeno momento de "lucidez", pegou sua pistola atirando inúmeras vezes contra o homem, tomando cuidado para não descarregar o pente.

O homem animal caia sobre o corpo do copiloto. A Lee se aproximou mas viu o mesmo se jogar do penhasco, levando o corpo morto consigo. Tentou chegar o mais próximo o possível, para tentar impedir, mas começou a sentir uma dor incontrolável. Como se algo tivesse tentando sair de dentro dela, ardia e era ruim.

- Siyeon! O que aconteceu?

- Seokjin! Você.. não vai acreditar.- Mesmo com muita dor, e sua pele quente, ela continuou.- Uma tempestade.. surgiu do nada tio! Uma porra de um raio, atravessou o avião.

- Siyeon, escuta. Eu vi a queda do avião e um cara passar com paraquedas por aqui. Você deve está próxima de onde estou, venha e tente chegar a salvo aqui.

- Certo.. estou indo.- Siyeon andava com si rádio na mão, sabia que ele estava próximo pelo sinal do seu rádio esta ótimo de comunicação.

Foi se esgueirando pelas partes mais rochosas daquele penhasco, tinham muitas estátuas de Himeko e orações deixas para aquela deusa. Siyeon não sabia o motivo, mas algo dentro dela tinha aversão a imagem da deusa.

Antes que pudesse pensar em algo, seus pés tinham se prendido a cordas puxando elas para cima. Estava de cabeça para baixo tentando botar seu raciocínio no lugar, tinham inúmeros homens gritando em Vitória com a sua captura.

- Namjoon vai ficar feliz!- Um deles grita.

- Vamos só usar ela como lanche.

- Não podemos fazer isso!

- Quem disse que não?

Siyeon não sabia o que fazer, sua garganta estava arranhando em rosnados fortes e altos. Estava com medo, algo dentro dela implorava para sair, era quase como algo convidativo de mais ou alto de mais. A cada segundo com aqueles homens se aproximando de seu corpo, com aqueles cheiros se misturando deixava algo dentro dela furioso. Mas a única coisa que conseguiu fazer naquele turbilhão de pensamentos e sensações, foi soltar um uivo, tão alto que até mesmo os homens em sua volta começavam a ficar assustados.