Prólogo

527 32 91
                                    

SEIS ANOS ANTES

As mensagens começaram a pipocar na tela. O som de notificações enchendo o quarto de madrugada era a única coisa que quebrava o silêncio.

c.j: Alguém aí?

p.h: Cheguei…

c.j: Conseguiu invadir o sistema do Kenzie?

p.h: Não, e o tempo está acabando. Não acredito que tenho que pagar quinhentos dólares para ele.

kenzie003 (digitando…): Já tô vendo minha conta engordar hoje.

c.j: Pega leve, né?

kenzie003: Todos tiveram três dias. Agora, quinhentos dólares de cada um. Dois mil na conta. :)

p.h: Tá caro, né? Quinhentos por algumas informações?

kenzie003: Não é qualquer coisa. E vocês me desafiaram, então aguentem as consequências. Olha pelo lado bom, estão fazendo uma boa ação.

m.b: Quase consegui, mas apareceram uns números estranhos para decifrar. Quando errei, tudo voltou do início.

kenzie003: Mais quinhentos para mim.

j.c: Desisto. Esse sistema é impossível de invadir.

m.b: Nem fala, não dormi pensando nisso e, no fim, nada.

kenzie003: Vocês têm cinco minutos. Boa sorte, otários.

c.j: Você é um gênio, Kenzie, mas a gente está ferrado.

kenzie003: Sei disso, e sim, sou genial.

A notificação final soou como um alerta, e um novo ícone de pagamento apareceu no canto da tela. 

                                             

A fumaça do cigarro se espalhava pelo ar. Era madrugada, e o silêncio do local se tornava uma boa companhia.

— Deixa alguém saber que você está fumando aqui — disse uma voz suave. A irmã se aproximou devagar, com um olhar acusador, fazendo a garota se levantar.

— E quem vai contar? — respondeu à garota, tragando o cigarro e soltando a fumaça. Ela olhou para a irmã, que estava de camisola branca e touca na cabeça.

Seu sorriso cínico no rosto deixava qualquer um furioso, especialmente a irmã, que adorava pregar sobre ordem e disciplina, algo que ambas sabiam não ser posto em prática.

Com os olhos e um sorriso sarcástico, ela tragou o cigarro novamente.

— Você é uma demônia, sabia? — falou a irmã com grosseria.

— Irmã, que coisa feia você dizer isso de mim — sorriu a garota. — Você prega tanto o amor de Jesus Cristo e agora tem coragem de me comparar ao demônio?

A garota estalou a língua e se aproximou dela.

— Vai contar à Madre? — sorriu. — Achei que fofoca fosse pecado.

A irmã tentou pegar o cigarro, mas a garota se esquivou com rapidez.

— Fumar também é pecado — rebateu a irmã.

— Foder com o caseiro também é — disse a garota, se sentando de novo no banco.

O silêncio reinou, e a garota a encarou com um sorriso no rosto.

— O q-q-que você quer dizer?

— Você sabe muito bem o que quero dizer, irmã Júlia — ela olhou nos olhos da irmã. — Não sei como tem coragem de fazer algo assim… que vergonha.

— Olha aqui, sua garota problemática…

— Olha aqui você, sua diaba — a garota se levantou e se aproximou mais. — Me entregue para a superiora, e eu acabo com a sua vida. E com o seu romance com o caseiro. Não fique no meu caminho.

A garota entregou o cigarro para a irmã e saiu, a deixando sozinha no pátio.

A Um Passo Da Felicidade I - séries HAPPINESS [Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora