Lana

Capítulo 4

Retirei cuidadosamente do saco tudo o que lá se encontrava. Cheirava tudo divinamente. Comecei por vestir a roupa interior que lá se encontrava, de seguida a camisola beje de um tecido muito fino e delicado que combinava na perfeição com umas calças de um azul tão escuro que podia ser confundido com preto com uma espécie de cornucópias que só se viam ao perto. Calcei em seguida os sapatos pretos rasos e saí do quarto trazendo comigo o saco vazio deixando para trás o pijama que trazia vestido (só nessa altura me apercebi que não sabia de quem era tal peça).

Quando cheguei lá fora, Jamie encontrava-se a minha espera. Descemos no elevador direcionado ás pessoas que trabalhavam no hospital e só aí reparei que Jamie não trazia vestida a monótona bata branca com que se encontrava sempre.

Quando chegamos ao exterior do grande edifício em que iniciei a minha vida, um carro escuro que parecia ser muito potente, mesmo comparado com os bons carros que se encontravam a volta. Abriu-me a parta de trás e sentou-se no banco da frente. Ao seu lado, no lugar do condutor encontrava-se um homem asiático.

-Hiroshi, esta é Lana.- apresentou Jamie. Hiroshi revelou um sorriso e acenou com a cabeça em sinal de cumprimento. Parecia ser mais velho que Jamie, mas muito charmoso e elegante independentemente disso.

O carro arrancou silenciosamente, mas com grande velocidade mas mesmo assim a viagem demorou tempo demais. Talvez por causa da ansiedade de não saber o que me espera ou mesmo por curiosidade.

Passamos por inúmeras casa de grande luxo, encontrávamos-nos num bairro muito "chique" se posso assim dizer. Chegamos a um terreno em que eu não conseguia ver a casa já que o grande muro com umas belas flores e o enorme portão de ferro faziam rúido visual.

Hiroshi disse qualquer coisa a uma campainha mas foi tão baixo que eu não consegui perceber o que fora dito mas o portão abriu-se lentamente e revelou uma enormesca casa. Já me conseguia imaginar a percorrer aqueles jardins que ficavam de lado do caminho do portão até a casa. Todas aquelas árvores, arbustos, flores colocadas no lugar certo faziam-me sorrir e derrepente, olhei para o espelho retrovisor e reparei que Jamie olhava para mim com um sorriso que desapareceu quando eu olhei para si.

Mal conseguia acreditar que ia ficar a viver naquela casa. Era demasiado para mim. O único local que me lembro de ter habitado fora o pequeno quarto do hospital (que já esse era muito bom comparado comparado com outros hospitais). 

Ao sair do carro mal queria acreditar no que via. Será que era normal viver numa casa assim? Aquilo era deslumbrante, rústico mas requintado ao mesmo tempo e aquela piscina em escadas a frente daquela casa branca com telhado preto maravilhosa e demasiado grande. Devia dar muito trabalho a limpar. O jardim que rodeava a casa com janelas enormes era maravilhoso. Jamie guiou-me até á porta de casa deixando Hiroshi para trás. A sua mão tocava nas minhas costas muito delicadamente. Quando entramos tudo parecia surreal: a sala enorme que nos acolheu tinha três sofás grandes virados para a janela com uma estante de livros ao lado, tudo muito minimalista e elegante e pendurado tinha um grande candeeiro. Mais ao lado, uma mesa preta muito comprida com uns quadros e umas esculturas à volta.Não vi nenhuma espécie de tecnologia. Continuamos até a cozinha e passamos por umas escadas que davam para o andar de cima. Ao chegar-mos ele mandou-me sentar ao balcão e levou até lá o pequeno almoço que estava preparado em cima do balcão. Sentou-se ao meu lado dizendo:

-O que gostaria de comer?

-Não sei, é muita coisa. Não sei que escolher.-disse eu indecisa.

-Eu ajudo. - disse Jamie pegando numa tigela e pondo fruta variada nela, umas sementes. Mexeu cuidadosamente com uma colher e pôs à minha frente.

-Come com cuidado.- disse ficando a olhar para mim. Sentia fome já que ainda não tinha comido nada o que não era normal.

-Não vais comer?- perguntei depois da primeira colherada.