Capítulo: 8

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Alan Narrando

Meu pai continuou olhando para a minha mão que ainda estava junta com a de André, achei que ele não iria aceitar aquilo, mas acho que resolveu não questionar

- então Alan, então te chamei aqui, por que eu preciso te pedir desculpas por tudo que eu fiz, eu errei em não te aceitar do jeito que você veio ao mundo, e até depois disso - falou ele olhando para o chão

- Eduardo, não tem problema, eu só quero deixar o passado de lado e viver o presente

- eu também pretendo esquecer o passado, mas sempre tem alguma coisa que me faz lembrar

Depois de tanta conversa, eu e meu pai acabamos nos entendendo, ele nos convidou para almoçar, entramos na casa e o cheiro estava magnífico, a melissa se aproxima de mim, e da um sorriso

- Alan querido, eu poderia conversar com você em particular ?- perguntei ela me encarando sorridente

Segui ela até um local mais reservado, e quando estavamos a sós ela apertou meu braço

- o que você veio fazer aqui, não deveria ter vindo - falou ela apertando cada vez mais o meu braço

- aí, você está me machucando sua louca

- quanto você quer para ir embora daqui e não se lembrar mais quem tem um pai ?- perguntou ela pegando a carteira no bolso

- eu não vou embora só por que você quer, eu vim me reconciliar com meu pai, e é isto que eu estou fazendo

- garoto não mexa comigo, você não sabe no que está se metendo - falou ela em tom de ameaça

- não se preocupe, antes de você fazer alguma coisa contra mim, eu já destruí tudo o que você ama. Você acha mesmo que o Eduardo vai querer sempre a mesma periquita, lamento te informar, mas você só foi mais uma na fila - falei me virando e entrando na casa

Meu pai estava conversando com André, e dando altas risadas

- o que vocês tanto conversam ?- perguntei me sentando na mesa onde eles estavam

- eu perguntei para o André quais eram as intenções dele com você, e ele me respondeu que somente as mais safadas

Arregalei os olhos e dei um leve tapa no ombro de André

- André, para de falar essa coisas. Nós não namoramos

- mas queria ?- perguntou ele levantando a sombrancelha esquerda

Comecei a procurar alguma coisa para mudar o rumo da conversa, nesse momento a Gertrudes com o almoço

- olha gente, vamos experimentar esse delicioso almoço que a Gertrudes fez  - falei sorrindo timidamente, acho que se eu fosse mais branco com certeza ficaria corado

- só vou desviar a conversa por que estou com fome, mas não pense que fugiu da pergunta mocinho, ainda quero saber - falou meu pai me apontando a colher

Agora o que eu iria dizer, não sei muito bem o que sinto por André, acho que não passa de apenas uma amizade simples. Comecei a comer e logo em seguida aparece a melissa, ela me encara raivosamente, e como não sou flor que se cheire, encaro de volta

- não está com fome mel ?- perguntou meu pai vendo a mulher colocar apenas um pouco de salada no prato

- não querido, estou com medo de vomitar de novo

- esses dias a melissa está vomitando muito, não sei o que está acontecendo - falou meu pai nos explicando

- compre um teste de gravidez, quem sabe não venha um menino que é normal - falei não dando conta do que havia falado, e meu pai acabou ficando meio triste

- eu sei que eu te julguei pelo sua deficiência Alan, mas eu nunca deixei de te amar - falou ele me encarando com os olhos chorosos

- pai, me desculpe, eu não queria ter falado isso

- você me chamou de pai ?- perguntou ele sorridente

- acho que sim

- eu sempre quis que você me chamasse assim- falou ele sorrindo

Apenas dei algumas risadas e logo em seguida voltamos a comer. Depois que acabamos caminhamos para o sofá e ficamos jogando conversa fora, as vezes André me fazia morrer de vergonha mas eu conseguia contornar a situação com outra pergunta, ou uma resposta meia nada haver. Quando estava meio que escurecendo, me despedi do meu pai, e entrei no ônibus, André resolveu voltar voando. Eu iria saber o por que daquele passarinho estar falando como se nos estivéssemos namorando, pretendo colocar ele contra a parede, depois de alguns minutos cheguei em casa desci do ônibus abri a porta e minha mãe estava sentada no sofá, me sentei ao lado dela e comecei a contar como foi na casa do meu pai.

My BirdOnde histórias criam vida. Descubra agora