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As gotas de sangue seguiam seu caminho para uma poça ao lado dos corpos. O odor do líquido estava impregnado no interior do local, o que fazia o estômago das crianças embrulhar, os obrigando a suprimir a crescente ânsia de vômito em seu interiores.
Apesar disso, uma criatura inumana estava a se alimentar daquela carne, lambendo os dedos como se apreciasse uma deliciosa refeição, o que não é algo totalmente errado de se afirmar. Sua atenção fora desviada de seu alimento quando o som de um objeto atingindo o chão chegou até seus ouvidos, o fazendo encarar os mais novos na porta.
- Aqui é o meu pedaço. _ afirma erguendo seu corpo_ Vocês são todos humanos? _ questionou desconfiado_
Os três permaneceram em silêncio enquanto observaram o demônio farejar algo no ar e sorrir em seguida.
- Você parece saborosa, garota. _ afirmou referindo-se à jovem que usava brincos_
Logo a chama da lanterna se apagou e a criatura avançou contra a dupla de ruivos, os arrastando para longe da menina de olhos cor de rosa que os acompanhava.
Assim que pôde, o garoto desferiu um golpe no pescoço do ser com seu machado e aproveitando essa oportunidade, sua companheira lhe acertou um chute fazendo-o se distanciar.
- Isso foi bom, mas arranhões assim se curam num instante. _ disse o Oni regenerando o corte_
Essa teoria no entanto pode-se aplicar somente à ele, que não perdeu tempo para tentar um novo ataque e dessa vez conseguindo derrubar a dupla, usando seu próprio peso para mantê-los presos abaixo de si.
Os menores se retorciam enquanto o demônio lhes apertava os pescoços na tentativa de quebrá-los. A garota estava particularmente mais aflita com a situação já que tanto esforço havia feito seu ferimento voltar a sangrar.
A criatura acabou se distraindo ao sentir o cheiro que a ruiva tinha se tornar mais apurado. Um novo sorriso surgiu em seu rosto ao imaginar qual seria o sabor da mais nova, no entanto ele não teria a oportunidade de descobrir.
Em poucos segundos a cabeça do ser foi arrancada com um poderoso chute vindo da terceira criança que aparentemente havia sido esquecida.
- N-Nezuko..._ gaguejou o garoto após levantar-se, assustado com a ação inesperada da irmã _
O corpo do Oni voltou a se mover, mas logo Nezuko o chutou para longe o fazendo bater em uma árvore assim como sua cabeça. Ignorando isso, o jovem questionou se sua outra companhia estava bem, visto que uma mancha avermelhada estava aparente em suas roupas.
- Ainda não acabou. _ disse o deixando confuso_ Ele não morreu, Tanjiro. _ apontou para o demônio que aparentava estar irritado_
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Após o corpo da criatura cair no penhasco, o Kamado retornou para a árvore em que havia prendido sua cabeça. Mesmo tendo em mente que o ser já deve ter tirado a vida de outras pessoas além daquelas no interior do templo, a ideia de matá-lo ainda lhe afligia. Suas mãos tremiam enquanto se aproximava com o pensamento de finalizar o Oni à base de facadas.
- Você não será capaz de acabar com ele usando isso.
O garoto direcionou sua atenção para o dono da voz rapidamente, encontrando um homem de cabelos grisalhos usando uma máscara Tengu o observando. Ele não havia ouvido seus passos. Será que estaria alí a muito tempo?
- C-como posso acabar com ele?
- Não pergunte a outra pessoa. Você não consegue pensar sozinho?
O ruivo não tinha muitas opções. Se esfaquear não funcionaria, então talvez esmagá-lo com uma pedra fosse suficiente. Ele provavelmente não morreria com a primeira pancada, mas não restava outra alternativa.
- Isso não será necessário. _ pronunciou a garota ao se aproximar_
Os dois focaram sua atenção nas flores que ela trazia junto de si. O mais velho conhecia aquela planta e também sua propriedade venenosa aos demônios.
Seu antigo discípulo havia lhe enviado crianças um tanto estranhas. Mesmo sabendo da natureza da criatura ambos ainda demonstravam empatia, apesar de que a garota apresentou um pouco mais de frieza ao matar o Oni.
- Agora est-
Depois de respirar fundo a ruiva tentou formular uma frase, mas arrependeu-se em seguida quando uma pontada de dor percorreu seu corpo. Ela cambaleou alguns passos para a frente, sendo amparada por seu companheiro de haori verde.
- Yuri-san! _exckamou preocupado_
A mesma permaneceu em silêncio por segundos tentando reestabelecer o próprio fôlego. Seria trabalhoso se começasse a perder uma grande quantidade de sangue novamente então se esforçaria para manter uma técnica de respiração por mais algumas horas, até que chegasse à casa de seu novo mestre.
- Eu estou bem. _ tranquilizou com um sorriso, esse que logo sumiu ao sentir um calor tocar sua pele_ O sol está nascendo. _ sussurrou, fazendo Tanjiro lembrar que a irmã não pode ser exposta à luz_
O garoto saiu apressado à procura da menina, gritando seu nome enquanto dava a volta ao redor da casa e adentrando o local, deixando os outros dois a sós.
- Acredito que já sabe a minha história não é, Urokodaki-san?
O homem confirmou silenciosamente. Ele ficou surpreso quando soube da forma como ela havia viajado, mas algo além disso o deixou curioso.
- Por qual motivo deseja se tornar uma exterminadora?
- Só quero devolver a paz para este lugar. _ respondeu depois de segundos_ Pra conseguir isso, vou usar as informações que tenho e fazer aquele homem desabar do pedestal onde está.
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- Passamos...no t-teste? _ questionou o garoto após a chegada na residência de Urokodaki. Assim como sua companheira, estava exausto_
O mais velho havia os dito que realizaria um teste e assim decidiria se aceitaria ou não os treinar. Ele não deu detalhes a respeito, então o Kamado deduziu que este se tratava de conseguir chegar até sua casa, o que já foi um desafio considerando as condições de ambos, mas estava enganado.
- Na verdade..._ iniciou Yuri, dando leves tapas no ombro do mais novo_ O teste vai começar agora. _ choramingou_
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Repostado: 29.07.2024
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CAPITULO 4 REMOVIDO PARA REVISÃO!
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Crimson Serendipity _ Estou Em Kimetsu No Yaiba _(EM REVISÃO!)
Fanfiction. A imprevisibilidade da vida é notável. Em um instante, experimentamos a felicidade ao lado da família, e no seguinte, somos confrontados com a perda irreparável. Para Yuri, a solidão e depressão tornaram-se companheiras constantes desde a fatídic...