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— Com licença. Será que eu posso pegar aquele cesto, palha e um pouco de bambú também?
Temos que chegar ao Monte Sagiri o mais breve possível. Nezuko não pode mais se expor ao sol, mas continuaremos caminhando mesmo que de dia.
— Tudo bem, fique à vontade. Mas o cesto está furado.
— Sim, eu pago o que precisar.
Não vou me separar da minha irmã, mas não há tempo para esperar o sol se pôr.
— Não precisa. É um cesto com buracos, né? Te dou a palha e o bambú de graça também.
— Mas eu ainda vou pagar! Peço encarecidamente que aceite meu humilde pagamento!
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— Nezuko?
A deixei junto de Tamoio em uma caverna, mas agora, onde ela está?
— Sumiu?!
— Não. Olha aqui.
Havia um buraco lá dentro e nele estava minha irmã. Parecia estar assustada. Acho que...
— Ela só está querendo evitar o sol. Você sabe, é perigoso. _explica_
— Ah, é. Espera só um pouquinho!
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Deixei-as descansarem enquanto começava a concertar o certo. Algumas vezes, quando olhava para dentro, podia ver Nezuko aconchegada no colo da outra garota, recebendo carinho. Espero que as duas possam ser amigas.
Conversamos um pouco. Ela tentou explicar como havia chegado aqui, mas acabei desistindo de entender.
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— Olá..?
Estranhamente bonito. Poderia ficar aqui para sempre se estivesse sozinha. Uma paisagem serena como essa é um paraíso. Até parece uma pintura.
— Que lugar brilhante é esse, você sabe? _pergunto me aproximando _
O homem virou-se revelando o mesmo sorriso gentil de horas antes. É o velhinho que gostou das flores, mas acho que ele não deveria estar aqui.
— Quem é o senhor? Por que apareceu agora? Eu estou em coma ou algo do tipo?
O mais velho riu enquanto mais perguntas confusas saíam de minha boca. Parecia um pai feliz com o filho que estava aprendendo a falar. Era revigorante.
— Ei vovô, será que poderia parar de me olhar assim e responder?
— Criança, já está me chamando de vô?
— Desculpe. Não nos apresentamos então, bem, eu sou-
— Yuri Tamoio. Vamos pular essa parte, sim?
— Como..? Quem é você?
Ele começou a andar ainda sem dar respostas.
Não sei se percebeu que estamos em um local que parece ter começo e fim indefinidos.— Tenho muitos nomes. _ disse após minutos _ Já fui senhor dos exércitos.
— Parece interessante.
— Muitos me chamaram de Adonai. Para alguns eu sou o criador. _continuou, contando nos dedos_ Mas eu prefiro que me chame de pai.
As palavras dele ecoam em minha mente, enquanto tento assimilar a magnitude do que acabei de ouvir.
— Ai...Deus? _ele confirma_
Dentre tantas outras pessoas que mereciam muito mais, estou tendo o privilégio de conversar com aquele em quem depositei todos as minhas crenças.
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Crimson Serendipity _ Estou Em Kimetsu No Yaiba _(EM REVISÃO!)
Hayran Kurgu. A imprevisibilidade da vida é notável. Em um instante, experimentamos a felicidade ao lado da família, e no seguinte, somos confrontados com a perda irreparável. Para Yuri, a solidão e depressão tornaram-se companheiras constantes desde a fatídic...