Senhora Carmela

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Em 1920

- Ellionor!!! – Escuto o meu nome.

- Estou indo! – Falo fechando o meu vestido.

Desço as escadas e vejo victor entrando pela porta principal.

- Bom dia Ellie! – Ele fala sorridente.

- Os sapatos Vic! – Ele olha para os pés e vê que estão cheios de barro.

Vou em direção a cozinha, consigo sentir o cheiro do café que a Anna fez.

- Bom dia Anna!

- Bom dia Meu raio de sol! – Ela entrega uma xicara de café para mim.

- Onde está a...

- Estou aqui querida! – Vovó aparece na porta da cozinha.

- Ah bom dia vovó!

- Ellie preciso que você vá para a cidade e compre algumas ervas para mim! – Ela me entrega uma folha com vários nomes.

- Tudo bem, eu vou preparar o cavalo!

- Leve o Charles com você!

- Mas...

- Ellie sem mas! Sabe como são as pessoas, não quero que você ande sozinha depois do que aconteceu na última vez!

- Tudo bem! – Falo me retirando.

Subo para pegar meu casaco e depois vou para o estabulo. Charles já estava lá colocando a sela.

- Bom dia Charles!

- Bom dia Ellie!

Me apoio em seu ombro para subir no cavalo. Ele sobe em seu cavalo logo depois, e então começamos a cavalgar.

- Então... O que você fez para a sua vó não te deixar sair sozinha?

- Desta vez não foi culpa minha... As pessoas sabem o que fazemos! Algumas concordam e outras nos querem mortos!

- Esse é o motivo então.

- Ela não quer que aconteça a mesma coisa que aconteceu com a minha mãe!

Ele fica em silencio o resto do percurso.

Chegamos no centro de Birmingham as pessoas nos observam, vários homens cospem quando eu passo, mulheres fazem o sinal da cruz.

Ao pararmos na frente da loja de especiarias eu desço do cavalo.

- Fique aqui com ele!

Charles apenas confirma com a cabeça, entro na loja e vejo a Carmela arrumando sua estante de vidros.

- Bom dia Senhora Carmela! – Falo lhe dando um sorriso gentil.

- Meu Raio de sol que bom que veio, estava com saudade! – Ela sai de trás do balcão e me da um abraço.

- Suponho se vai querer uma xicara de chá. – Não espera minha resposta quando volta para trás do seu balcão.

Enquanto ela se distrai com o chá dou uma olhada em suas estantes e arrumo os vidros que estão fora do lugar.

Tudo parecia calmo até que a porta se abre com uma velocidade e três homens entram, um destes três está sendo carregado.

- Onde está a senhora Carmela? – Um deles pergunta.

- Vou chamá-la! – Não respondo sua pergunta, apenas saio e a chamo.

Ela logo volta com um quite com agulhas de sutura e a minha xicara de chá.

- Os Shelbys aprontando novamente!

- Nada que você não possa concertar! – O que estava machucado falou.

Ela apenas sorri enquanto abre os botões de sua blusa. Consigo ver o furo da bala em seu ombro, vejo também que ela está tremendo, mas não parece medo.

- Está tudo bem Carmela? – Um dos homens pergunta.

- São aqueles tremores insuportáveis Arthur!

- Mas não se preocupe Ellie tem mãos macias e pode fazer isso! – Ela fala me fazendo engasgar com o chá.

Os três homens olham para mim.

- Pode assumir isso querida? Eu preparo o seu pedido enquanto isso!

- Claro! Um minuto. – Falei indo para a pia e lavando as minhas mãos.

Quando volto pego a agulha da mão dela e jogo um pouco de whisky. Não digo nada, apenas começo a suturar o que o faz reclamar todas as vezes que a agulha atravessa sua pele. Em menos de dez minutos termino.

- Pronto! – Falo cortando o fio.

- Aqui querida suas ervas! – Carmela me entrega um pano para limpar minhas mãos e depois as ervas.

Vou em direção a porta, mas paro antes de sair.

- Senhora Carmela prepare duzentas gramas de gengibre e de unha de gato! – Ela sai.

Os três homens me observam a cada movimento.

- Chá de gengibre é bom para dores musculares e pelo roxo em suas costelas acha que vai precisar, mas caso sinta mais alguma coisa tome um chá de unha de gato pode minimizar sintomas de febre. – Eles permanecem calados.

- Aqui querida! – Eu entrego as ervas para o que levou um tiro e dou duas moedas para ela.

- Como sabe disso? – O mais sério dos três pergunta.

- Porque eu sou a bruxa de Birmingham! – Saio da loja.

Charles estava a minha espera, ele me ajuda a subir, quando me viro para ir embora vejo os três homens olhando para mim.

- Vamos! – Ele fala me tirando a atenção.

- Vamos! – Volto a minha atenção para frente.

Continua....

A Feiticeira De BirminghamOnde histórias criam vida. Descubra agora