Na Casa Do Rei De Birmingham

2.1K 208 22
                                    

As ruas tinham pouca iluminação, as ruas estavam quietas, mas meu cavalo estava inquieto, parece que estava sentindo algo, o que também me deixava inquieta, mas mesmo inquieta me mantive concentrada e quieta, prestando a atenção em todos os lugares e esquinas. Já por saber que Birmingham não é muito segura, me deixa mais nervosa ainda.

Estávamos trotando quando atacam uma garrafa de cachaça em chamas no chão a nossa frente, meu cavalo relincha e me derruba, quando meu corpo atinge o chão sinto alguém agarrar meu cabelo.

- A Vadia está aqui!!! – O homem fala enquanto puxa meu cabelo para tentar me colocar de pé.

- Sua bruxa maldita! – Um dos outros homens que estavam lá vem em minha direção e bate em meu rosto.

Escuto um tiro e vejo meu cavalo cair no chão.

- O que estão fazendo!! – Falo tentando me soltar, mas sem sucesso.

- Hoje você vai voltar para o inferno! – Ele me da outro tapa fazendo minha boca sangrar.

- Ela merece algo pior! – O que atirou no meu cavalo se aproxima de mim.

- Não toque em mim!!!

Ele bate-me meu rosto e rasga meu vestido, mas eu estava com o espartilho, como eu agradeci por tê-lo usado hoje.

- Vadia! – Ele fala enquanto da socos em minhas costelas.

Viro o meu rosto e cuspo o sangue que estava acumulado em minha boca, viro o meu rosto para eles novamente, mas desta vez com um olhar penetrante.

- Eu amaldiçoou vocês! TODOS VOCÊ E SUAS GERAÇÕES FUTURAS!!! – Grito jugadando pó de gengibre e pimenta. O que os deixou atordoados.

O homem que estava segurando meu cabelo, me solta e cai no chão, para garantir acerto ele com uma boa quantia de pó e saio correndo o mais rápido que posso, quando me dou conta de onde estou bato na porta quase a derrubando, até alguém abrir.

- Quem está esmurrando a minha porta... Ellie!? – Senhora Carmela fala me olhando assustada,

- Me ajude... – Meu olhar era de desespero, minhas roupas estavam rasgadas e cheias de lama.

Ela não fala nada, apenas me puxa para dentro.

- Querida, o que ouve? – Sua voz estava preocupada.

Eu estava tão cansada de ter corrido e das acreções que me deito no sofá e frecho meus olhos e fico assim por um tempo, sinto seu leve toque em meus machucados para limpá-los.

- Tudo bem... Vamos cuidar disso primeiro! – Ela acaricia meus cabelos e limpa todos os meus ferimentos até que escutamos alguém bater na porta.

Eu abro meus olhos assustada, ela segura a minha mão tentando me passar confiança.

- Ninguém vai machucar você aqui! – Ela se levanta e vai até a porta.

Me levanto do sofá e vou até o batente da porta para tentar saber quem é, para a minha surpresa era Arthur, John e Thomas.

- Se machucaram meninos?? – Carmela Pergunta vendo os machucados de Arthur e o sangue na roupa de John.

- Mataram o cavalo da Ellie!! Não sabemos onde ela está, você escutou o tiro? Viu ela?? - Arhur pergunta preocupado.

- O que fizeram com os homens? – Ela pergunta.

- NÃO é hora dessas perguntas! – Thomas fala irritado.

- Não fale assim com ela... – Falo saindo de trás da porta, fazendo a atenção vir toda para mim.

Os três homens ficam parados observando o meu estado, cheia de hematomas, suja de lama e vestido rasgado, Arthur é o primeiro a vir em minha direção.

- O que fizeram com você... – Seu olhar era preocupado, uma de suas mãos ele passa em meu rosto.

- Já passei por coisa pior! – Dou uma piscadinha e um sorriso.

Quando sua outra mão vai em minhas costas para me dar apoio eu sinto meu corpo inteiro desabar e tudo ficar escuro...

...

...

...

Com um leve incomodo e dores suportáveis na região da costela eu acordo com a luz do sol entrando pela cortina, não sei onde estou, mas de uma coisa eu tenho certeza, não é a casa da senhora Carmela.

Devagar e com calma tento me recompor e sentar, mas minhas costelas estão bem doloridas, quando levanto o cobertor vejo que estou apenas com uma camisa masculina no corpo e uma faixa entorno das minhas costelas o que me faz resmungar.

Sem bater alguém entra.

- Que bom que acordou! – Polly fala se aproximando da cama e deixando uma xicara de chá ao lado da cama.

- O que eu estou fazendo na sua casa Polly? – Falo ainda um pouco cansada de ontem.

- Ah, não é a minha casa, essa casa é do Tommy! E o quarto também... A camisa... – Ela me da um sorriso safado.

- Relaxe querida, foi eu que troquei você, a proposito lindos seios! São realmente de dar inveja! – Da uma piscadinha.

- Por que não me levaram para a minha casa?

- Porque era mais seguro para você aqui! Você está na casa do Rei de Birmingham, ninguém entraria aqui para machuca-la. – Uma coisa que eu não poderia descordar.

- Mas o que acha de me contar o que houve?

Respiro fundo para começar a falar, já que era fato que ela não sairia sem saber o que aconteceu.

- Eu estava voltando para casa depois de cuidar dos ferimentos do Arthur quando fui surpreendida por três homens... – Faço uma para recuperar o folego.

- Eles bateram e mim, me chamaram de bruxa, disseram que iriam me matar e estavam prontos para me estuprar! Até que eu os amaldiçoei e joguei pó de pimenta e gengibre em seus rostos os deixando atordoados e cegos por um curto período. – Polly fica me olhando sem dizer uma palavra.

- Isso é muita coisa para digerir, descanse um pouco, Tommy, Arthur e John estão procurando os homens que machucaram você e se tem mais alguém que quer fazer isso com você.

- Obrigada por cuidar de mim Polly!

Minha ultima frase antes de voltar a descansar...

Continua....

A Feiticeira De BirminghamOnde histórias criam vida. Descubra agora