MYSTERIOUS • PJM + JJK 18+

01 - Slow Down

JIMIN

Creio que deva ser o quinquagésimo copo de destilado que eu bato nesse balcão.

Minhas mãos estão suadas, meus pés doem, meu tímpano está prestes a sangrar com essa música dos infernos, que faz com que essas pessoas dancem como se estivessem convulsionando. Sério, o que há de errado com elas? Ou será que sou eu?

Talvez seja somente o fato de que já estou um tanto impaciente e extremamente estressado por ter um par de olhos me acompanhando desde o momento que passei pela porta da Boate.

— Não fode. — reclamo comigo mesmo ao notar o olhar ferino em minha direção, desvio. Não bastasse o cansaço, ainda tenho que lidar com  esses caras.

"Mais álcool"

Derramo mais uma dose de The Macallan em um copo redondo, com três pedras de gelo de coco. Olho o líquido acastanhado que cai preenchendo-o, minha mente murmura um pensamento intrusivo como todas as vezes que manuseio um líquido tão caro, este especificamente compraria um apartamento de luxo no The Hill facilmente, se eu pudesse.

Respiro fundo, sacudo a cabeça e rosqueio a tampinha dourada da garrafinha maldita com uma mão, com a outra eu inclino o copo e grito para que o carinha que está de costas para o balcão me ouça por causa da maldita música que, por pouco não  está prestes a romper nossos tímpanos.

Sério que ele tá rindo pro nada como se essa falsa sensação de felicidade fosse se prolongar?

"Jimin, faça seu trabalho, não deixe sua personalidade extremamente chata afetar seu desempenho nesse lugar, e principalmente... não revire os olhos quando não for ouvido." — dito mentalmente para mim mesmo.

O chamo mais uma vez. Agora tendo ciência de que ele gesticula para o carinha que não desvia seus olhos de nossa direção.

— Aqui, senhor.

Finalmente entrego a bebida para o rapaz que se vira mais sorridente do que nunca. Sério, o sorriso dele é tão aberto que por pouco não ofusca minha visão. Esse cara tá realmente feliz, feliz pra caralho. Deve ter algo de errado com ele, ou muito errado comigo. Sei lá.

Com o copo tilintando na mão de dedos finos e cheios de anéis de prata, o lacaio sorridente que aparentemente acompanha o grupo de bacanas em uma mesa um pouco mais ao canto da boate, dá uma piscadela antes de enfiar à mão no bolso direito do paletó, aproximando-se um pouco mais de mim.

— Obrigado, ah! Tome, e sugiro que não olhe pra lá nós próximos minutos.

— N-Não... estou olhando, não.

Obviamente minto ao ser pego na tentativa de me defender, enquanto ele joga uma nota de cinquenta dólares no balcão envernizado.

Assinto em um meio sorriso e ele sai pedindo passagem em meio aos que dançam, levantando aquele carro popular em formato de copo para o alto, seguindo em direção ao grupo esquisito e, apesar de seu pedido, não deixo de correr o olhar para aquele canto e ter a confirmação de que ele realmente acompanha o pervertido ao sentar-se à mesa com ele. Infelizmente, também não pude deixar de visualizar uma garota com parte do vestido levantado, pernas abertas ao redor da cintura do cara enquanto ele aperta sua bunda com uma das mãos e arreda sua calcinha para o lado de maneira despudorada no mesmo momento.