6: Borboletas no estômago.

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O que? Pensou.

Sana não conseguiu dizer nada, estava confusa demais para responder. A pergunta veio tão de repente, isso havia lhe pegado de surpresa.

– Sana, por favor, seja sincera comigo.– os olhos de Dahyun estavam ainda mais inchados e vermelhos, mas ainda era possível perceber o brilho que eles continham.– Você sente algo por mim? Você gosta de mim?

– Mas é claro que gosto, Dahyun. Não seja boba, você é minha melhor amiga-

– Não, não desse jeito. Você sabe o que eu quis dizer, apenas me responda.— a menor se acomodou no chão, ficando em uma posição mais confortável para ela.

Sana pensou um pouco antes de responder. Ela sentia algo por Dahyun? Ela namorava uma garota belíssima e carinhosa, isso devia suprir todas as suas necessidades, não?

Eu amo a Tzuyu, não amo? Por que estou tendo essas dúvidas logo agora? É óbvio que amo ela.  Pensou.

Mas assim que voltou sua atenção para a mais nova, as dúvidas voltaram, e com mais intensidade.

– Eu não tenho certeza.– disse por fim, tentando afastar todos os questionamentos em aberto que deixara em sua mente.

– Ótimo.– Dahyun se levantou, sem muito esforço.– Ainda vai querer assistir o filme?

Dahyunie, não seja assim, não agora.– Sana se pôs de pé, ficando de frente com a menor.

– Está tudo bem, eu só precisava saber... Sabe, se você sentia algo a mais por mim. Eu me precipitei de novo, e está tudo bem.

o olhar de Dahyun agora estava melancólico, não havia mais brilho, pelo menos não o mesmo de alguns minutos atrás. A menor tentou ir em direção ao sofá, mas foi impedida por Sana.

– Ei, isso não vai mudar nada entre-

– Claro que não, como eu disse, está tudo bem.– a menor tentou forçar um sorriso, mas falhou quando sentiu uma lágrima escorrer de seus olhos.

Uma única lágrima solitária traçou um percurso por sua bochecha, como se apenas quisesse um pouco de atenção, ou como se as outras lágrimas não tivesse aguentado o seu peso e tivessem soltado sua mão. Apenas ela, caindo lentamente, e no fim, sendo recolhida por Sana.

– Sabe de uma coisa Dahyun? – a menor se forçou a murmurar um pequeno "hm" – Eu estive confusa sobre isso á um tempo atrás, e agora, ouvir você me perguntando isso me fez perceber uma coisa.

– O que? – disse sem esperança.

– Gosto mais de Tzuyu como amiga.– Sana soltou um riso fraco, como se tivesse esperanças de não ter de explicar o resto.

Dahyun se limitou a um pequeno sorriso, mostrando a maior que se ela não explicasse, a mais nova continuaria achando que tudo foi em vão.

– O que eu quero dizer, é que eu realmente cometi um erro ao pedir Tzuyu em namoro.– a Minatozaki desviou o olhar como se estivesse se condenando a dizer tais palavras.

Dizer aquilo fez parecer que seu relacionamento com Tzuyu no geral fora um grande erro, quando na verdade, o único erro fora ela pensar que precisava achar outro alguém para amar.

– O que quer dizer com isso? – Sana não respondeu, talvez estivesse procurando algo para dizer.– Olha Sana, Tzuyu realmente te faz bem, não precisa jogar tudo fora por minha causa. O relacionamento de vocês tem futuro, até eu enxergo isso, não desista dela. Não por mim.

– Dahyun...

– Não, espere, eu não terminei. Por favor, não diga que iniciar esse relacionamento foi um erro,  porque eu sei que não é verdade. Tzuyu te ama, de verdade e-

– Dahyun, eu te amo também.

Dahyun ficou sem palavras, Sana corou ao perceber o que tinha dito, e as duas se encararam como se a coisa mais constrangedora do mundo tivesse acabado de acontecer.

– O que disse? – a mais nova perguntou desacreditada.

– Você tem rezão em um ponto. O meu relacionamento com Tzuyu não foi um erro, pelo menos não por inteiro. Sem ele, eu não teria percebido quem eu realmente amo.– Dahyun corou, sorrindo minimamente.– Esse tempo todo a pessoa que sempre esteve aqui por mim, foi você. A pessoa por quem eu me apaixonei verdadeiramente, é você, Kim Dahyun. E eu vim aqui exatamente para lhe contar isso, eu te amo Dahyunie, te amo tanto que sinto borboletas no estômago a cada minuto que passo com você. 

– Eu... Puxa Sana, isso me pegou de surpresa.– Sorriu. um largo e alegre sorriso.– Uau! Eu também te amo... Amo muito, muito mesmo.– E assim as lágrimas que tanto tentaram se segurar se jogaram em queda livre, dando início a uma sequência de outras lágrimas salgadas. Dessa vez, as gotas salgadas eram de pura alegria, com um pingo de alívio.

Sana olhou no fundo dos olhos de Dahyun, conseguido ver o brilho voltando a aparecer. E assim, as duas se beijaram.

Um beijo calmo e recheado de amor; carinho e a mais pura paixão. Um mix de sentimentos, todos sendo demonstrados de uma única vez, em um único beijo. Um beijo delicado, e viciante para as duas, com certeza teria de repetir isso mais vezes.

E assim, Sana e Dahyun finalmente compartilharam do mesmo sentimento, o mesmo arrepio, a mesma dor, e até mesmo o mesmo amor. As duas finalmente sentiram borboletas no estômago mas dessa vez, juntas.

BORBOLETAS NO ESTÔMAGO | Saida. TwiceOnde histórias criam vida. Descubra agora