Fourth

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Sarah

A vida é engraçada né? Uma hora tá tudo bem, você se diverte com sua família, tem muitos amigos, e logo depois você nem conhece a si mesmo e sente que todos te abandonaram, como se você fosse a única pessoa no mundo tendo que lutar contra todo o mal existente no universo.

Refletindo nisso, desci pra tomar café da manhã.

- Bom dia. – Digo.

- Conta logo. – Ouvi minha mãe sussurrar para meu pai.

- Filha, senta aí por favor. – Ele pede.

- Ahn, ok, nem um bom dia? Vocês tão estranhos, o que foi? – Digo e sento.

- Nós... Decidimos nos separar. – Ele diz de uma vez.

- Oi?! Vocês prometeram! Prometeram que nunca iam me deixar, que sempre estariam junto comigo em tudo, como uma família e não como dois estranhos que um dia tiveram algo! – Me exalto.

- Pra quê tudo isso Sarah? Nós ainda te amamos e nunca deixaremos de cuidar de você. Esse relacionamento não tá dado certo, só tá trazendo tristeza e decepção pra dentro dessa casa! Você não quer nos ver felizes? Livres de toda essa dor? – Minha mãe fala.

- Que dor? Vocês eram felizes juntos e nunca me causaram nenhuma dor! E sabe porquê tudo isso? Por que vocês são minha única família. Meus avós, tios, primos e irmão moram longe, demora sei lá, uma hora ou mais daqui, eu não posso contar com eles pra mais nada ultimamente, mas vocês sempre estiveram aqui. Eu lembro de uma vez em que fomos jogar verdade ou desafio em família, acho que eu tinha uns 10 anos, e eu perguntei pro papai pra onde ele iria se não tivesse nossa família, ele respondeu que iria pra Europa, provavelmente Irlanda, eu não quero perder meu pai, não quero ele longe de mim! – Disse enquanto lágrimas molhavam meu rosto.

- Mas eu não vou pra longe. – Disse meu pai.

- Vai pra onde então?

- Canadá, mas é pelo meu emprego. Apesar do divórcio, eu ainda iria morar aqui em Outer Banks, mas ontem recebi uma proposta pra trabalhar em Vancouver e não pude recusar.

- Puta que pariu, tá brincando né? Você acha isso perto?!

- Em comparação com a Europa, sim.

- Ah fala sério. Eu preciso de tempo. – Falo e saio da mesa.

Eles não falaram nada, só me deixaram ir.

Além desse motivo que citei, eu também tinha eles como meu exemplo. Eles passaram 20 anos juntos, apesar de mudanças, brigas, desentendimentos, filhos, partidas e várias outras coisas, então sempre que eu pensava que o amor não existe ou quando eu tava em um momento ruim, eu lembrava deles e sabia que as coisas melhorariam.

Resolvi ir pra praia, eu tava muito chateada pra conversar com alguém, precisava ficar sozinha. Sentei na areia e fiquei observando o mar por uns minutos, talvez horas não sei. Como eu planejava ir à praia antes de tudo aquilo, já estava de biquíni, então resolvi dar um mergulho. Deixo minha roupa e meus óculos perto de umas pedras, e entro no mar. A água estava perfeita, e eu queria ficar ali por um bom tempo, aquilo tirava meu estresse. Assim que resolvi sair dali, vi alguém me observando, chego mais perto e vejo quem era.

- Tá aí há muito tempo? – Pergunto.

- Cheguei há alguns minutos. – John B falou me olhando de cima a baixo.

- Perdeu algo?

- Não, desculpa. Você parece chateada, o que aconteceu? – Ele diz tentando mudar de assunto.

- Não quero falar sobre isso...

- Ok, não iremos falar, mas eu quero que saiba que sempre que quiser desabafar, pode falar comigo. Sou um ótimo ouvinte e dou os melhores conselhos. – Ele diz a última parte se gabando.

- Irei lembrar disso, pode deixar. – Disse entrando na brincadeira.

- Agora é sério, tem certeza que não quer falar?

- Que tal só observarmos o mar? É relaxante. – Falo sentando ao seu lado.

- Ok, inclusive eu também gosto disso.

Um silêncio se instalou entre nós, mas era algo bom, confortável. Encostei minha cabeça em seu ombro até ele começar a falar.

- A gente deveria juntar o JJ e a Kiara. – Ele fala do nada.

- Quê? Eles já não estão juntos?

- JJ tá se culpando por ter beijado Kiara.

- Por que?

- Ele disse que acha que foi rápido demais, já que eles mal se conheciam. Eu tentei falar que ela provavelmente também queria, mas ele não acredita.

- Eu nem tive tempo de falar com a Kie, mas eu sei que ela queria isso, ela me disse.

- Ótimo, tenho que lembrar de dizer isso pra ele.

Quando me viro pra olhar em seus olhos e continuar a conversa, percebo que estamos muito próximos e eu nem percebi em qual momento cheguei tão perto dele. Aqueles olhos intensos novamente olhando pra mim, até que do nada eu começo a olhar pra sua boca. Algo dentro de mim, dizia que eu não podia perder essa oportunidade e deveria beijá-lo, mas minha mente dizia que era errado, quero dizer, eu nem o conheço direito e somos amigos né? Seria estranho. Ele se aproximou de mim e quando estávamos a poucos milímetros de distância, eu interrompi.

- Bom, já tá na hora do almoço né? Eu nem tomei café da manhã, tenho que ir. – Digo me afastando e colocando novamente meu short por cima do biquíni.

- Ahn, é, ok. Nos vemos depois?

- Claro, até depois. – Falo e saio dali o mais rápido possível.

Aquilo não poderia acontecer, no caso quase acontecer, nunca mais. Não sei por que tô nervosa desejando que nunca mais estejamos tão perto, tipo, é normal amigos se confundirem né? Foi o calor do momento, com certeza. Pensando nessa cena, voltei pra casa. Já eram 11:56, hora do almoço. Assim que chego em casa, entro e procuro meus pais, mas não os encontro. Vou até a cozinha e vejo um bilhete em cima do balcão, estava escrito o seguinte:

“Oi filha, eu e seu pai precisamos sair, voltamos logo. O almoço está pronto, é só esquentar se estiver frio. Beijos!
”ا Com amor, mamãe -

Não me importei muito com isso e fui almoçar. Não me sentia tão confortável naquela casa, é uma sensação estranha. Resolvi passar uns dias na casa da Kiara. Arrumei uma mala pequena só com coisas necessárias, não pretendo passar muito tempo lá. Ligo pra ela pra perguntar se posso ir pra lá.

- Desculpa amiga, dessa vez não vai dar. – Ela diz.

- Por que? – Pergunto decepcionada.

- Começou uma obra aqui ontem, meus pais pediram pra não trazer visita. Minha casa tá uma bagunça. Sinto muito.

- E agora? Eu não quero ficar aqui...

- Fala com o JJ, quem sabe você não pode morar lá. Assim, quando eu for te visitar já vejo ele.

- Você é muito espertinha, mas essa é uma ótima ideia, obrigada. Depois te digo se deu certo. Beijos.

- Beijos. – Diz e desliga.

Liguei pro JJ.

- Eu tenho uma ideia melhor. Te passo o endereço por mensagem.

- Ok, mas... – Nem terminei e ele desligou.

Não sabia se era o endereço de sua casa, de um hotel ou algo assim, mas resolvi ir até lá.

Mando uma mensagem para meus pais dizendo que tô bem e volto depois para conversarmos, e vou de carro até o endereço. Chegando lá, bato na porta e espero alguém vir atender.

- Oie. – Digo assim que a porta se abre.

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(N.A.: Não gostei muito desse capítulo, mas vai assim mesmo, é melhor do que não postar nada, né? Bjs, até o próximo capítulo <3)

See you again - {Jarah}Onde histórias criam vida. Descubra agora