Seventeenth

187 6 3
                                    

Sarah

Depois de ler o bilhete do John B (que inclusive era pro JJ e não pra mim, o que eu achei estranho até me lembrar que ele ainda não sabia que o JJ estava com raiva dele), fui correndo até a casa do Pope.

- Pope... – Eu gritei ofegante.

- Sarah? O que faz aqui? Já tá tarde.

- John B... Foi embora...

- Calma, senta, respira e me conta.

- Ok... Eu fui até a casa dele determinada a conversar sobre uma coisa pessoal, e encontrei esse bilhete. – Disse e entreguei o bilhete a ele.

- Uma tia rica dele soube que ele tá sozinho e deu a ele a oportunidade de morar em Nova Iorque? – Ele perguntou após ler o bilhete. – Considerando que até ontem ele era um garoto pobre, sem parentes por perto, sem trabalho e que dependia de uma herança da família materna pra sobreviver, isso foi de 0 a 100 muito rápido.

- Pois é. Eu não acredito que ele nos abandonou sem se despedir.

- Nos abandonou? Sarah, essa é a oportunidade da vida dele. Aqui diz que a tia dele pode arrumar um trabalho com um bom salário pra ele e que ele vai morar em um apartamento de luxo, com ela. Ele vai voltar a ter contato com a família, isso é maravilhoso pra ele. Seu pensamento é muito egoísta. Até porquê ele disse aqui que foi algo de última hora, não foi planejado. Provavelmente até ontem ele nem sabia que ainda tinha parentes maternos.

- Bom, pensando por esse lado você tem razão.

- E agora não seria melhor você ir pra casa?

- Será que eu posso passar a noite aqui? Não tô afim de ficar em casa...

- Ahn, ok. Se quiser eu posso dormir no sofá e você fica com meu quarto.

- Você é muito gentil, mas eu contento com o sofá, obrigada.

- Ok, vamos entrar, aqui tá ficando frio.

Me levanto e entro acompanhada do Pope. Ele me deu uns lençóis e uma almofada mais confortável e eu passei a noite no sofá. No dia seguinte acordei com JJ me cutucando.

- Me deixa dormir, por favor. – Falei com voz de sono.

- Eu deixaria, mas Pope me pediu pra te acordar.

- Ah é, eu tinha esquecido que é hoje. – Falo e me levanto.

- O que?

- Eu, Pope, Kiara e Cleo temos um plano pro seu pai ser preso.

- Qual?

- Já que a polícia disse que só pode prender seu pai com provas, vamos colocar câmeras com microfone escondidas ao redor da sua casa. Aí vamos usar meu irmão pra fazer o Barry conversar com seu pai sobre você, sobre as agressões físicas e tudo de ruim que ele tiver feito. Aí pegamos as provas e levamos pra polícia.

- Pera, você disse que vão usar seu irmão?

- Tecnicamente não vai ser o meu irmão. Temos o celular dele e ele tem o contato do Barry, vamos usar isso a nosso favor.

- Ele não sabe que o Rafe tá preso?

- Sabe, mas sabemos como resolver isso. Só o que você precisa fazer é descansar e ficar tranquilo. Nós não sabemos que horas iremos voltar, então não se estressa com isso, pode ser?

- Ok, vou tentar não pensar nisso. Mas me prometa que vão se cuidar. Pode parecer preocupação demais, mas eu conheço o Barry e conheço meu pai e sei que são muito perigosos.

- Pode deixar, vamos tomar cuidado. Agora senta aqui que eu pego o café da manhã pra você.

Tomamos café da manhã juntos e logo depois, Kiara e Cleo chegaram. Fomos até a casa do JJ e colocamos uma câmera em uma árvore, uma perto de um arbusto e uma no telhado.

- As câmeras já estão posicionadas e ligadas. Só precisamos mandar mensagem pro Barry. – Cleo disse.

- Eu andei analisando as mensagens do Rafe pra saber como ele geralmente começa uma conversa, como fala, as palavras que usa e acho que tô pronta pra mandar as mensagens. – Eu respondi.

- Ok, agora o resto do plano tá praticamente nas suas mãos, mas sem pressão. – Kiara disse.

- Tá ajudando muito Kiara, obrigado. – Pope disse com sarcasmo. – Vai Sarah, pode começar a conversa.

Comecei a trocar mensagens com Barry e acho que ele acreditou que realmente era Rafe. Barry também estava na casa de John B no dia em que fui baleada, mas ele conseguiu fugir pouco antes da polícia chegar no local. Como ele tava um pouco mais afastado, conseguiu ouvir as sirenes antes e deu tempo de fugir, então a polícia nem sabe que ele também tá envolvido nisso. A primeira coisa que ele perguntou na conversa foi: "como consegue mandar mensagens de dentro da prisão?" Como eu sabia que ele perguntaria isso, respondi: "não me revisaram direito e consegui trazer o celular" Depois da conversa acabar, esperamos até que ele chegasse na casa dos Maybank. Ele já chegou lá entrando e arrastando George pra varanda.

- Precisamos conversar. – Barry disse.

- O que foi agora? – George perguntou.

- Rafe me disse que você tá na lista de suspeitos da polícia por crimes do passado. Preciso que me conte tudo que já fez e assim podemos arrumar uma desculpa caso a polícia venha aqui.

George começou a contar tudo e pra nossa surpresa, a morte da mãe do JJ foi sim culpa dele. Tecnicamente foi um acidente envolvendo o George dirigindo levemente bêbado e muito estressado porquê sua esposa estava discutindo com ele sobre a bebida. Além disso, ele confessou que bate no JJ. Tínhamos todas as provas em mãos, só precisávamos pegar as câmeras. Barry e George não paravam de conversar e não saíam do lugar, então estávamos impossibilitados de pegar as câmeras e sair de lá sem que eles nos vissem. Não estávamos com relógios ou celulares, mas tenho quase certeza de que eles passaram 1 hora conversando. Depois de tanta conversa, Barry disse que ia embora e George falou que ia no mercado, então era nossa hora de agir. Barry realmente foi embora, mas George entrou provavelmente pra pegar a carteira ou algo antes de ir no mercado. Pensamos que tava na hora de pegar as câmeras então enquanto eu ia ficar vigiando Pope, Cleo e Kiara iriam retirar elas, mas assim que eles iam se levantar, George saiu de casa e ouviu a gente se mexendo atrás dos arbustos.

- Quem tá aí? – Ele gritou.

Ele achou as câmeras a atirou nelas, aproveitamos a deixa pra fugir sem que ele nos visse.

- Ótimo, fizemos tudo isso pra nada. – Falei.

See you again - {Jarah}Onde histórias criam vida. Descubra agora