Depois que Cora me deixa sozinha com Mika, ando até ele e sento ao seu lado na cama. Permito-me observá-lo em silêncio por algum tempo, admirando a sua meiguice e o seu sono tranquilo.
Uma pontada de tristeza me atinge enquanto absorvo as informações de Cora. Mika perdeu o pai e sua mãe pode viver em uma cama para sempre. Ele é tão pequeno e frágil. De repente sinto uma imensa vontade de protegê-lo do sofrimento inevitável.
Também me sinto culpada porque sequer sei trocar uma fralda. O que , aparentemente, estou muito perto de precisar fazer.
Pelos próximos vinte minutos, fico deitada ao lado de Mika, ouvindo apenas a sua respiração suave e mal me dou conta de que já decolamos. Fico preocupada com a quantidade de horas de voo que temos à frente e pesquiso no Google a respeito. São doze horas até Moscou. A maior viagem que fiz em minha vida levou cerca de seis horas. Mas, obviamente, estar em um jato particular faz tudo parecer mais fácil.
Quando Mika acorda, um tempo depois, me encontra andando ao redor do quarto; um tanto ansiosa. Fico feliz em poder ocupar o meu tempo com ele agora e me debruço sobre o seu corpinho no colchão enquanto ele se espreguiça, sonolento.
Seus olhinhos pousam em mim e ele sorri em evidente bom humor após soneca.
— Olá, mocinho — sussurro ao afagar a sua barriga gordinha. — Vejo que acordou feliz.
Ele não demora a se agitar, virando-se de bruços com bastante habilidade e engatinhando em direção às almofadas sobre a cama.
Dou risada, sentando-me também e vasculhando a sua bolsa. Há algumas trocas de roupa aqui, fraldas descartáveis e produtos de higiene para bebês; além de alguns brinquedos.
Quando por curiosidade retiro da bolsa um pequeno cachorrinho branco, em pelúcia, com orelhas malhadas, Mika engatinha outra vez até mim. Descubro que o brinquedo tem barulho de guizo quando Mika o rouba das minhas mãos e o balança para que o som se repita.
Ele parece ter um carinho especial pelo brinquedo e é realmente adorável vê-lo se divertir com ele.
— Gosta dele? — eu pergunto, sorrindo para o bebê.
A sua resposta é um riso alto, enquanto aperta o cachorrinho e posteriormente o leva à boca.
Eu nunca me questionei sobre o meu instinto materno, nem sei se tenho um, — ainda que eu me considere mãe de Orion — mas olhando Mika agora, algo em mim parece despertar. Bebês possuem uma fofura hipnótica, talvez eu queira um... um dia.
— Hum... — Mordo os lábios, ainda admirando Mika. — Precisamos trocar a sua fralda, não precisamos?
Ok, eu realmente fiz a pergunta como se ele fosse me dar uma resposta. Quem sabe dizer que troca as próprias fraldas... eu sei, não há bebê algum inteligente a esse ponto.
A minha própria tolice me faz rir.
Trago Mika para mais perto, deitando-o enquanto desabotoo a frente do seu macacão. Ele usa uma camiseta de algodão branco sob a roupa, porém suas pernas estão nuas. Os pés cobertos com meias de ursinhos.
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Uma Babá Quase Perfeita♥ **APENAS CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃO**
Chick-LitViktor Orlov é tudo o que eu jamais serei: rico, exuberante, poderoso e inesquecível. Ele também é meu vizinho há mais de dois anos, mas nem por isso sabe da minha existência. Eu, no entanto, alimento uma paixão platônica por ele desde o dia em que...