Capítulo III

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Mantemos silencio até o momento que me levantei e toquei o sinal do ônibus solicitando sua parada no próximo ponto, Lucas levantou-se logo em seguida atrás de mim, seguindo-me a porta do meio do veiculo.
- Vai descer aqui? – Pergunto como se não fosse obvio, droga! Ele não pode descer aqui, como vou trabalhar? Não pode ver-me entrando em um “puteiro” ou como os homens mesmo falam “restaurante” sim, somos alimentos e objetos sexuais aos olhos de todos.
- Sim.  – disse com um sorriso de lado. Oh que sorriso..
- Certo. – Respondi mesmo que não fosse uma pergunta, me sinto tão tola.
O ônibus finalmente parou, abriu e nós descemos.
- A onde você vai? – Perguntou Lucas
- Hmm, ver meu namorado! – respondi
   Droga! Era a mais pura mentira, mas realmente era preciso. Virei-me em direção ao contraria da dele, o ponto era em frente a um mercado nomeado Semar. Ao outro lado da rua um conjunto de lojas de roupas e calçados e mais para frente um segundo mercado chamado krill. Ao lado desse mercado encontrava-se uma rua de terra que seguia em direção a diversos bairros de alta sociedade, de fato eu nunca conseguiria morar em um lugar assim. E era ali que o “prostibulo” se encontrava.
- Boa noite, passar bem. – Disse Lucas caminhando em direção aos prédios, que na verdade não passam de apartamentos luxuosos.
- Você mora ali? – Completamente gritei, apontando para o conjunto de prédios, ele se virou rapidamente como se já esperasse que eu o chamasse novamente e deu um meio sorriso.
- Sim. – virou- se e continuou seu caminho. Fiquei ali, imóvel até o ver entrando no segundo apartamento. Hesitei um instante, e então comecei a caminhar na mesma direção.
    Ali estava realmente muito escuro, só enxergavam-se muitas luzes coloridas e piscantes no fim da rua, me indicando que estava perto. Os prédios luxuosos eram do começo ao fim daquela rua de terra. Estava na porta já, observando minhas companheiras de trabalho passando as mãos em homens que estavam dando altas gargalhadas enquanto jogavam sinuca, havia um homem, era baixo e com cabelos grisalhos, aparentava ter quarenta anos ou mais, era até que bonito por sua idade. Movia o taco de uma maneira sexy, eu o observava calmamente. Fechava meus olhos a cada segundo, a luz vermelha e azul realmente estava me incomodando. – vejamos quem esta aqui. – disse uma voz familiar, que naquele mesmo instante eu reconheci.
    Era Karen, uma prostitua de 19 anos que me ensinou algumas coisas noite passada, como seduzir um homem ou até mesmo fazer um sexo oral. Realmente Karen é linda, seus olhos negros encantam, sua pele clara parece macia, seus cabelos ruivos com um balanço incrível, e suas curvas que até mesmo eu admirava. Karen chegou aqui com 15 anos, não sei exatamente sua historia, mas pelo o que me contou o namorado terminou o relacionamento, desde então ela precisa de dinheiro para sustentar seu filho de quatro anos de idade.
- Oi. – respondi um pouco fria. Odeio ser antipática, mas aqui não é um bom lugar para mostrar quem realmente sou.
-Pronta? – Disse uma mulher que vinha atrás dela, ouvi falar da mesma ontem. Boatos que trabalha aqui por puro prazer. Eu sinto náuseas apenas por estar neste local, quem dirá fazer apenas por prazer. Aquela garota devia ter em média trinta a trinta e cinco anos. Cabelos negros e lisos, ela tinha a pele pálida assim como a minha, seus traços eram finos e bem desenhados, suas curvas não era impecáveis como as de Karen ou até mesmo as minhas, seus olhos eram castanhos claros.
-Sim. – respondeu Karen.
-Novata? – Perguntou olhando para mim
-Sim, chegou ontem, o nome é Gabriela e contém 16 anos. Já ensinei algumas coisas, mas não o suficiente para contentar o Bill. 
- Bill? – Quando percebi as palavras já saiam de minha boca
-Bill é um dos únicos riquinhos que frequentam aqui, até agora não deu sinal de vida. Um dia você o conhecera, todas as meninas que trabalham uma noite para ele geralmente sempre voltam com uma ótima quantia, varia de como você faz, deposita prazer ou pelo menos finja que gosta que sairá daqui tão rápido que nem percebera. – Karen disse, era claro a minha expressão de nojo enquanto eu a ouvia falar, eu sei que ela notou.
- Me chamo Gabriela. E você? –  disse olhando em direção a mulher atrás de Karen.
- Sou Renata. – Respondeu não olhando para os meus olhos e sim para uma garrafa de vodka que estava no balcão.
   O homem velho que estava jogando sinuca quando entrei, caminhava em passos curtos e calmos em direção a nós, as garotas se afastaram dando espaço para aquele homem ficar a minha frente.
- Quanto você cobra? – disse ele.

Qual seu preço? //PARADAOnde histórias criam vida. Descubra agora