A paixão e a rainha dos clichês

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Fim parte 1

Três dias antes

Anne e Meryl estavam sentadas no sofá depois do jantar. Nesse fim de semana Anne não viajou para ver seus filhos, pois teria muito trabalho e uma simples troca de mensagens de texto ocasionou esse momento de relaxamento e conversa.

— O Don, você fala tão bem dele...

— Ele é um bom amigo, e foi um esposo maravilhoso. Mesmo não sendo perfeito, ele sempre foi bom e mais que tudo isso sempre apreciei sua consistência, ele sempre foi consistente, eu nem sempre fui fácil de lidar, mas ele me apoiou. Bom, ele sabia onde estava se metendo, e nunca me pôs para baixo, ele lutou comigo, ele... — Meryl parou de falar quando notou que a mais nova alternava o olhar entre os móveis e seu copo de champanhe sem álcool — me desculpa, não queria ter falado tanto.

— É compreensível, afinal vocês estão juntos a muito tempo. — parou para tomar um gole e continuou — O intrigante, é você falar tudo isso do seu ex marido.

— Nós temos um acordo, meus agentes pediram que ainda tivéssemos nossas aparições juntos. Mas eu deixei ele livre, assim como eu estou, e quando ele tiver alguém ou quando ele quiser, o acordo será desfeito.

— Não seria simples continuar casada com o seu marido maravilhoso?

— Não seria. Escuta, quando você me mandou aquela fotografia do Jonathan, eu precisei de tempo, afastei-me de todos. Se você queria me afectar, aquela foto me deu um choque de realidade... eu queria ser... eu queria ter feito uma escolha diferente. Foi quando eu decidi que precisava pensar em minhas escolhas e principalmente, que eu precisava te esquecer. Logo depois me separei e arrumei um psicólogo.

— E você conseguiu?

— Te esquecer? Não. Até hoje nada aconteceu e eu pago uma fortuna para aquele psicólogo. Na verdade eu desisti de tentar, e não quero te esquecer nunca. — Meryl tocou no rosto rubro da sua amada — Você me deu algo que eu não quero mais viver sem.

Quando Meryl esboçou um sorriso terno nos lábios, a música Insanity do Gregory Porter começou a encher o ambiente.

— Dança comigo? — a mão estendida da Meryl logo foi recebida, Anne estava convencida de que aquela era a única forma de estar nos braços da Meryl sem sentir culpa

Na verdade ela não tinha certeza do que sentiria se cedesse a aquela tentação, talvez culpa, talvez ela se encantasse ainda mais, a única certeza que tinha era de que queria cair na tentação de todas as formas possíveis.

— Amo estar assim com você. — Anne se espreguiçou na curva do pescoço da outra atriz — Todas aquelas brigas que tínhamos, são as minhas recordações mais doces... mas eu tenho medo disso... medo de perder minha família por algo que pode não ser mais o mesmo, por uma fantasia, você me entende?

— Sim. Entendo você, eu estive aí antes e eu não pensei em mim quando fiz a escolha. — Meryl olhou nos olhos da mais nova e acariciou seu cabelo — Me perdoe, eu daria muito... na verdade eu vou dar tudo para que esse medo desapareça.

Anne sentia seu corpo todo formigar de paixão, até haviam-lhe voltado as borboletas no estômago, mas Anne mesmo sentindo sua boca seca por tanto querer o sabor daquele beijo, conteve-se e deitou-se no ombro da Meryl.

Entre Meryl e Miranda (Mirandy)Onde histórias criam vida. Descubra agora