~Floresta negra~

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Pov S/n

Estava tudo escuro. Corria rapidamente em uma floresta escura, com somente a luz da lua iluminando meu caminho. Tudo estava embasado, e difícil de enxergar. O vento no meu rosto, o cheiro de  carvalho. Podia sentir meus pés na terra. Consegui vir um pequeno movimento vindo em minha frente. Era a silhueta de um homem, alto, com roupas brancas. Cada vez mais perto de mim. Seu cavalo com crina branca e preta. Ele me beijava intensamente, suas mãos na minha cintura. Seus lábios rosados eram tão tentadores.

— Eu te amo.— Aquela voz era familiar. Enquanto sussurrava essas palavras em meu ouvido, seus dedos corriam sobre meu cabelo. Um perfume forte. Barulhos viam do início da floresta, podia ouvir. — Eu preciso ir... — Enquanto montava em seu cavalo, sentia o seu perfume indo embora.

Passos por todo o lugar ocupavam a floresta. Pessoas chegam em volta de mim. Lanças por todas as partes, tochas. Elas gritavam como se eu fosse um monstro. Pegaram meus braços e me prenderam a um toco de madeira. Pegaram minha mão esquerda, e fizeram um grande corte na palma da minha mão. Alguns homens, me batiam com seus cintos. Até chegar uma mulher, e botar fogo em...mim.

Cavalos por todas as partes, uma patrulha. Com isso, o perfume veio de novo. Estava tão perto...Vi a mesma silhueta se agachar a minha frente, como se tivesse perdido tudo. Pessoas vieram o pegar, mesmo ele recusando, podia ouvir seus gritos, podia ver o quão estava sendo forçado a ir embora por toda aquela fumaça e fogo em volta de mim. Estava quente, tudo queimando, ardente, o calor subia por mim...

ACORDE! Abri meus olhos, e estava no meu quarto. Acendi o abajur. Estava toda suada, estava quente. Eu estava com febre? Me olhei no espelho, e vi minha mão cortada, um grande corte sangrando. Minha mão tremia, e queimava.

Abri a porta do meu quarto, fui direto a enfermaria. Pegeui alguns curativos e tomei um remédio para fazer a dor parar.

Na manhã seguinte, acordei com um raio de sol iluminando meu rosto. Me levantei e me arrumei para o café da manhã.

Grace: Bom dia, querida!

S/n: Bom dia.

Grace: Gosta de ovos?

S/n: Sim.

Grace: Ótimo. Irei preparar alguns para você, então.

S/n: Obrigada.

Naquela manhã, tudo parecia diferente porém igual. Depois do café, fui treinar. Não via sentido naquilo. Estava com a cabeça em outro lugar, no sonho. No perfume, na boca tentadora...

Pogo: S/N! A senhorita está me ouvindo?

S/n: Hm? -tentei sair dos meus pensamentos mas tinha esquecido que estava no treinamento- S-sim.

Pogo: Ótimo, vai até a mesa e tente fazer o mesmo que fez ontem.

S/n: Ok. -vou até a mesa-

Meu coração batia forte a cada passo que dava, uma sensação ruim. Memórias! Imagens do meu senho de ontem. Minha cabeça latejava. Uma dor aguda vinha. Me posicionei em frente a mesa. Tentei mover um objeto. Mas a risada da Allison atrás de mim, me incomodava.

— Mostre a eles do que é capaz!— uma voz sussurrou em meu ouvido—

Respirei fundo. Fechei meus olhos. Mais imagens do meu sonho de ontem. O calor se espalhando. O medo. A dor. O sentimento. A agonia. A vontade de se libertar. Me soltei. Quando abri meus olhos, só não os objetos da mesa estavam flutuando como eu também.

Uma sensação libertadora se espalhou pelo meu corpo. Eu queria mais! Muito mais. Cada vez mais. Me conceitue ainda mais. Mas ouvi uma voz no fundo, desesperada me pedindo para parar.

Pogo: S/N PARE!

Me virei para trás, e vi Allison flutuando. Ela estava vermelha, tentava puxar algum ar. EU ESTAVA A ENFORCANDO!

Desesperada, tentei fazer algo para parar. Não sabia como, estava em desespero e isso estava nítido em meu rosto.

Luther: VAI MATAR ELA!

S/n: EU NÃO SEI COMO PARAR!

Diego: -pegou uma de suas facas e jogou em minha direção-

Vi a faca vindo e minha direção, e imediatamente tentei desviar. Foi o suficiente, para me fazer ficar destruída e esquecer de Allison.

Quando menos percebi Allison estava deitada no chão. Tentando se recompor, e ganhar ar.

Cai no chao, quando a vi pálida. Não queria feri-la, não daquela forma.

S/n: Meu Deus! Me desculpa. -chego perto de Allison-

Allison: Sai de perto de mim, sua maluca!

S/n: Eu não sei o-o que aconteceu. Me desculpa!

Allison: -me olha com raiva e sai da sala de treinamento-

S/n: Me desculpa, Pogo. Eu não sei o que aconteceu. -falo com a cabeça baixa- Eu não queria...

Pogo: Está tudo bem. Vamos aprender a controlar isso. Vou te pedir que tome esses remédios, partir de agora.

S/n: Para que servem? -olho em volta do rótulo sem dizer muito sobre o remédio-

Pogo: Serve para te ajudar a controlar. Se for tentar matar alguém, não será possível.

S/n: Ah...

"Tentar matar alguém."

Ta de brincadeira comigo neh? Eu já disse que foi sem querer! Essa pequenas coisas me tiram do sério. Mas sabia que não estava fazendo isso por mau, eu acho.

Pogo: Comece a tomar amanhã.

S/n: Ok.

Não acredito que vou ter que tomar remédios para me controlar. Eu não quero matar ninguém! Mas...isso é muito desconfortável. Todos olhando para mim, como se a qualquer momento eu fosse os matar. Isso pode acontecer, mas mesmo assim! A órfã descontrolada. Que legal S/n, que legal.


~ Obrigada por levem mais esse capítulo. Não esqueçam de voltar para ler os próximos capítulos. Bjssss<3~

What If...? -The Umbrella Academy-Onde histórias criam vida. Descubra agora