8- Superioridade

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O pra sempre, em grande parte da minha vida eu acreditei nele e deixei de acreditar, foram idas e vindas complicadas; quando meus pais se separaram e minha mãe fugiu comigo, isso me fez "imune" aos contos de fadas, eu não acreditava em finais realmente felizes, pelo não da forma que eles eram idealizados. E então eu fui para cidadezinha de Forks, onde pela primeira vez eu voltei a acreditar, isso porque acreditei que passaria o resto da eternidade ao seu lado; quando você se foi, essa parte de mim morreu, partiu junto há você.
Tudo era incrível na época, eu só pensava em quanto te amava e em como estranhamente esse sentimento crescia a cada dia, tudo era perfeito até desmoronar em nossas cabeças. Então eu não tinha o direito de julgar Jacob por te mostrar uma parcela dessa dor, a dor que você causou, merece saber e sofrer com isso também.
Voltar com os lobos para Volterra estava me trazendo um sentimento de mudança, mas eu sabia que depois de tudo poderíamos todos muito bem fingir que essa aliança nunca aconteceu; vampiros e lobos não eram conhecidos como as criaturas menos orgulhosas, por isso estava com medo, o ego inflado de ambos os lados poderia nos causar problemas. Superioridade poderia se desenrolar nessa estádia, já que um sempre deseja ser mais que o outro... Só espero que isso acabe bem, já tenho problemas demais no presente momento.
Me encontrava em um introspectivo profundo, e ainda estava nele enquanto nossos convidados mais que desconfiados me seguiam pelos corredores do castelo, eles estavam atentos, ainda acreditando que poderia ser algum tipo de armadilha.

_Tem certeza que não é uma armação deles?. -Quill sussurrou Jacob.

Sim, eles também nos superestimavam ainda. Os mais novos não acreditavam que realmente poderíamos ter dons, ouvir mais que eles e sermos mais fortes também, chegava a ser ofensivo. Como eu disse, ego inflado ao extremo, a frustração viria depois disso.
Mas eu deixava essa passar, os lobos não tinham costume de falar muito bem de nós ou explicar algumas coisas, para eles nós só estamos meio mortos e meio vivos.

_Não é uma armação Quill, me mate se for mentira. -Minha resposta o assustou, Jacob só fez rir, era o mais tranquilo com a situação.

Empurrei as portas e assim entramos no salão principal, somente a guarda estava lá para segurança de nossos líderes, prevenção nunca era demais. E para minha surpresa Carlisle estava lá também, mais fazia sentido uma vez que ele fez o tratado original, portanto ele também fazia parte disto; me postei ao lado de Aro, ele tinha aquela mesma animação e curiosidade de dias atrás quando os Cullen chegaram.

_Vejam só isso irmãos!. -Ele os assustou com suas palmas espalhafatosas, então se recompôs quando notou isso. _Me desculpem, não desejo assusta-los, me equivoquei ao vê-los, não consigo conter meu entusiasmo. Eu sou Aro, estes são meus irmãos, Marcus e Caius, e nossa família.

A forma como eles nos colocava como sua família, deixava bem clara uma divisão que deveria ser invisível. Era como definir o "nós" e o "eles".

_Creio que já devem conhecer nossa querida Bella muitíssimo bem, estou correto?. -Mais uma vez o "nossa", outra divisão.

Sam tomou frente na situação, sua expressão corporal mostrava que apesar de tentar passar confiança ele estava tenso. Porém ao também notar Carlisle no ambiente, sua postura relaxou consideravelmente; eu também não o julgava, estava bem pior na primeira vez que entrei nessa sala.

_Sim ,nós nos conhecemos. Alias eu sou Sam, o alfa da matilha. -E mais uma vez tudo era sobre poder, pelo menos era assim nas entrelinhas dessa conversa. _Dr. Carlisle nos contou que querem nossa ajuda. E aceitamos ajudar, desde que nenhum limite seja ultrapassado.

Ele não parecia exatamente estar... Pedindo que um limite fosse imposto, estava o exigindo sem pestanejar ao menos. E era assim que meu pesadelo poderia se concretizar, essa coisa de líderes e blá blá blá, papo inútil porém perigoso de ser tocado.

_De fato, temos essa mesma condição. -Caius não gostará do tom usado por Sam, vi isso em sua expressão. _Contanto que não saim de nossas terras, tem total liberdade por nossa cidade e o direito de ir e vir ao castelo. Sejam bem vindos há Volterra, e iremos nos reunir aqui novamente no mais tardar.

_Solicitamos sua presença e de seus semelhantes. -Marcus não era muito se falar, porém se deu para notar que não era um convite propriamente dito, estava mais para uma... Ordem?. _Aproveitem nossas instalações durante sua estádia.

_Heidi irá guia-los até seus respectivos quartos.

Era notável que eles não estavam confortáveis com a ideia de ficarem sozinhos com Heidi, por isso eu mesma os levei e Carlisle que se manteve em silêncio esse tempo todo seguiu para algum lugar. O caminho foi mais cheio de perguntas do que pude imaginar, Seth, o mais novo membro da matilha fazia todo tipo de pergunta sobre nosso diferente mundo e a qualquer coisa que não conseguia identificar no caminho até os quartos; ele era curioso, e muito interessado em histórias. Gostei dele de forma considerável.

_Aposto que adoraria conhecer o resto do castelo. -E eu de bom grado o mostraria.

_Adoraria mesmo!. -Seus olhos brilharam em entusiasmo, parecia até mesmo natal para uma criança, deslumbrado era o estado dele.

_Seth... Não estamos aqui para isso, lembre-se disso. -Sam estava cuidando de o puxar de volta há realidade, há todos eles sendo sincera.

Andamos por mais um tempo, até nos aproximarmos do quarto onde os Cullen's estavam com Amanda.

_Os Cullen serão seus vizinhos, e eu estou no final desse corredor há esquerda. Façam a divisão da forma que desejarem, essas são as chaves. -Eram dois quartos grandes e espaçosos, detalhadamente mobiliados confortavelmente para eles, e porta com porta, não queríamos transtornos envolvendo distância. _Se precisarem, é só chamar há mim ou então Jane e Alec, eles estarão a disposição também. O jantar deve ser servido às oito para vocês, mas não se preocupem com isso, viram até aqui no horário combinado.

_Caramba, se organizaram bem!.

_É um costume. -Dei de ombros porque realmente era, nossos convidados eram tratados como família aqui. _Bem, eu tenho coisas há fazer. Tenham uma boa noite e jantar.

Não me demorei mais e os deixei, são adultos, podem se virar sozinhos. Precisava falar com Nathanel, depois de mim ele era o melhor em combate e eu precisava de uma segunda opção sobre uma ideia que tive durante minha viagem.
Nossa situação em combate me preocupava, éramos bons, porém em tal circunstâncias nas quais nos encontramos é como dar um tiro no escuro, nenhum de nós nunca lutou com um Filho Da Lua antes.

_Então acha que devemos colocar os recém criados na frente?. -Estava lhe contando sobre meu plano, não era difícil entender onde queria chegar. _Não acha que pode ser uma desvantagem?.

_Eles são impulsivos, vão perder a linha de qualquer maneira. E agora não podemos arriscar colocar os nosso melhores lutadores na linha de frente, não sabemos exatamente do quê eles são capazes.

_Tem razão, mas isso pode nos atrasar. É arriscado perder tantos soldados logo de início.

_Não é necessariamente um atraso, e sim um teste. Os outros tem melhores habilidades, se verem um ataque real antes de começarem a lutar, vão ao menos ter noção sobre o quê não devem fazer nesse combate. Não podemos deixar todos as cegas, principalmente se temos consciência disso.

Ao meu ver era uma ótima ideia, só sorte não bastava agora. Como eu disse era um tiro no escuro, então ao menos precisávamos tentar encontrar uma luz em meio há tudo.
Os recém criados são impulsivos para não dizer idiotas, eu ao menos não fui assim, nasci com um alto controle mais que questionável; eles não usariam lógica e sim força bruta logo de começo, já vi isso uma vez, mesmo com treinamento eles seguem suas próprias regras e ignoram todo resto. Por isso seriam nossas iscas, já que de qualquer maneira eles não ficariam aqui por muito tempo, Caius os tolera tanto quanto eu.
Meu plano era os colocar na linha frente, os mais fortes em seguida e os habilidosos ao fundo, prioridades. Apesar de todos serem importantes, vampiros com dons não são tão fácies de se conseguir por aí, então não seria nada inteligente os colocar na primeira fileira logo de cara para morrer; os lobos atuaram como nossa arma secreta, o último elemento há ser revelado, por serem semelhantes imaginamos que o veneno não deve ter um efeito mortal ou prolongado, então se nada funcionar, ainda teremos eles.
Indo por esse lado, a vitória seria iminente.

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