Além Das Aparências - Orgulho E Preconceito

Confissões

Não pude mais aguentar. Não depois do que o Coronel Fitzwilliam me contou sobre o Sr Darcy, apesar de claramente ser verdade pois não acredito que criaria uma mentira dessas do próprio primo. Eu preciso sair daqui, ainda bem que já está acabando.

Dois minutos depois já estou correndo para fora da Paróquia, droga estou toda encharcada, mal sai da paróquia e começou a chover, eu não vou voltar, não! eu precisava de tempo.

Enquanto corro penso em tudo que sei desde que vi Fitzwilliam Darcy pela primeira vez. Ele agiu de forma orgulhosa sempre que o vi. E quando lhe perguntei se ele dançava, e ele respondeu de uma forma como se desejasse estar em qualquer outro lugar, e principalmente com outras companhias. Isso me fez ver ele como uma pessoa orgulhosa e preconceituosa, que aparentava não querer conviver com aquelas "pessoas do campo".

Mas nas últimas vezes em que nos encontramos casualmente ao caminhar pelo parque de Rosings ele parecia mais receptivo e não tão desagradável quanto se mostrou em Meryton. Foi então que comecei a pensar diferente, "e se ele apenas fosse tímido", "mas e se ele falou a verdade quando disse que não conseguia ficar a vontade com quem não conhece"

Eu tinha de ser sincera comigo mesma, estava dando um voto de confiança à ele, e agora pelo que soube por Fitzwilliam... Estou decepcionada com ele e principalmente comigo mesma por me deixar levar pela mera cordialidade que ele estava demonstrando.

Mas como pude me enganar. Foi ele, a culpa foi dele por minha irmã estar tão deprimida. Quando já não conseguia correr estava longe o suficiente da Paróquia, a chuva estava caindo forte em minha cabeça, mas meu rosto estava mais molhado de lágrimas que de chuva. Com o peito pesado e a falta de ar, opto por me refugiar em uma construção isolada no meio do campo. Chegando lá decido parar de chorar pelo que foi feito a minha irmã e a mim mesma.

"Afinal só posso me culpar por estar com o coração quebrado"

Enquanto esperava a chuva passar, sou surpreendida pelo Sr. Darcy, que chega me assustando.

SR. DARCY

Sem esperar pelo comprimento, já começo a falar sem parar para não perder a pouca coragem que consegui juntar em todo esse tempo.

- Srta. Elisabeth Venho lutando em vão e não mais posso suportar, esses meses passados tem sido um tormento, vim a Rosings com o objetivo de vê-la, tinha que vê-la, luto contra meu bom senso, as expectativas de minha família, a inferioridade de seu nascimento e a imposição dessas circunstâncias, mas estou disposto a colocá-las de lado para pedir que dê um fim a minha agonia.

- Eu não compreendo

- Eu a amo. Ardentemente‐ Dê-me a honra de aceitar me.

-Senhor eu aprecio a luta pela qual tem passado, e sinto muitíssimo pela dor que lhe causei, acredite foi algo inconsciente

-Essa é sua resposta?

Dou um passo à frente.

-Sim Senhor

-Está... Está rindo de mim?

-Não

-Está me rejeitando! - Conclui o óbvio. Talvez não devesse ter presumido que ela me aceitaria de prontidão.

-Eu sei que os sentimentos que como me disse prejudicaram seu bom senso vão ajudá-lo a superar

-Posso perguntar porque com tão pouco esforço me repele?

Vou me aproximando cada vez mais.

-E posso igualmente indagar porque com tão evidente intenção de me insultar escolheu dizer que gosta de mim apesar de seu bom senso?