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Acordei em meu quarto, com o barulho das suaves ondas e o grito das gaivotas.
Esfreguei os olhos, ainda tentando se acostumar com os raios de sol que entravam pela janela, ainda sonolenta sentei-me a grande cama de casal qual eu me encontrava enrroscada aos lençóis de seda branca.
Antes de qualquer outro movimento meu, batidas soaram a porta do quarto, passei a mão pelos cabelos, ajeitando-os.
-Quem é?
Disse com a voz meio mórbida e embreagada pela preguiça.
-EUU!
Disse a voz animada vindo do outro lado da porta, um sorrisinho surgiu em minha face.
-Entre.
Logo uma figura de cabelos negros vestindo um vestido verde abriu a porta, como um vendaval ela caminhou até minha cama e pulou em sima da mesma, justamente onde minhas pernas encontravam-se, soltei um grunido de dor e raiva ao ver um sorriso maroto em seus labios cobertos por um pigmento rosa.
-Bem feito sua idiota, isso é para ver se acordas direito.
Disse divertida ao ver aborrecimento em minha face.
-Que queres aqui sua tola, parece até um troll da montanha de tão delicada.
Disse vendo o sorriso travesso deixar seu rosto e ela fazer um bico enorme.
-Vim te acordar idiota, papai disse que ainda hoje chegamos a terra-média.
Disse puxando-me pela mão para fora da cama. Fiz careta ao sentir ainda a leve dor em minha perna.
-Vamos, você tem que se arrumar!!! Ouvi as servas dizerem que o principe dos elfos silvestres é muito belo...e tem sua idade.
Disse com um malicioso, um rubor apareceu em minhas bochechas quando era empurrada para dentro da sala de banho e trancada na mesma.
-ESPERE AI DENTRO, VOU MANDAR AS SERVAS TRAZEREM ÁGUA.
Disse gritando do outro lado da porta.
-MAS EU AINDA NEM TOMEI...-Ouvi a porta bater.-Café.
Murmurei a ultima parte com raiva. Bela irmã a minha.
Minutos depois ouvi a porta do quarto abrir e uma série de passos vir em direção a sala onde me encontrava.
Assim que fora destrancada e avistei minha irmã sendo seguida por mais algumas servas, quais levavam baldes d'água.
Voei no pescoço de Mellody qual gritava por ajuda, as quatro servas me tiraram de sima dela com olhares de insatisfação.
-MELLODY SUA IDIOTA, NUNCA MAIS FAÇA ISSO!!!
Gritei com raiva vendo a garota se levantar com a ajuda das servas e me olhar furiosa com a marca avermalhada em seu pescoço com a tentativa de estrangula-la.
-A IDIOTA AQUI É VOCÊ!!!
Disse e saiu bufando do quarto quais as servas me direçionavam olhares feios enquanto despejavam a agua quente na banheira.
Assim que as dispencei e as mesmas deixaram o quarto, resolvi tomar meu banho.
Depois que sai, vesti um vestido azul claro, o corpete branco e botas de cano baixo, um par de luvas brancas e meu colar com uma pedra de safira em forma de gota.
Assim que deixei o quarto segui para a ala de comida do navio. Encontrando lá meu pai sentado a mesa, junto a Mellody que estava com uma cara emburrada.
-Bom dia pai...Mellody.
Disse ao entrar na sala recebendo um olhar frio de meu pai e um olhar mortal vindo de minha irmã.
-Bom dia Lirya.-Disse chamando-me por meu apelido.
-Bom dia...idiota.
Murmurou Mellody baixinho a ultima parte fazendo que apenas eu escutasse.
-Bom dia...macaca.
Sussurei de volta vendo a raiva passar por seus olhos. Sentei-me a frente de Mellody que provavelmente pularia em sima de mim se vacilasse.
Antes de dizer qualquer coisa em provocação a minha irmã meu pai disse, lendo algum tipo de pergaminho que pairava em suas mãos.
-ilirya e Mellody, quero que se vistam o melhor possivel, provavelmente chegaremos a Terra-Média e seremos recepsionados pelo Rei da floresta das trevas, Thranduil e seu filho, Legolas, no porto.
Ascenei com a cabeça, vendo Mellody fazer o mesmo.
Depois do aviso de nosso pai, fiz meu desejum e voltei para meu quarto, não antes de fazer as pazes com Mellody.
-Mellody, espere!
Disse vendo a mesma se levantar da mesa mas parar no corredor ao meu pedido.
-Oque foi?
Disse fria, virando-se para mim que me encontrava a quase um metro dela.
Estiquei minha mão mostrando meu dedo mindinho, nunca fui boa com palavras então desde pequena temos esse modo de se delculpar.
Um sorriso travesso surgiu nos labios rosados da garota, qual correspondeu a meu "pedido de desculpas".
Depois de refazermos as pazes segui nos corredores do navio em direção a meu quarto.
Entrei no comodo, qual a cama ja havia sido reposta pelas servas. Sem muito oque fazer tirei de debaixo da cama um instrumento muito usado por mim, um violino.
Começei a tocar, era uma música triste qual minha mãe me ensinara quando ainda era viva.
Depois de anos peguei o jeito e agora não ia a lugar algum sem ele.
Ousso um miado do outro lado do cômodo, paro de tocar meu tão amado instrumento apenas para ver Nin, minha gata persa, deitada preguiçosamente sobre uma poltrona qualquer.
Sem poder tocar para não atrapalhar a soneca de minha companheira deitei-me na cama olhando o teto de madeira escura por qual era composto de varias tábuas bem alinhadas.
Depois de alguns minutos Nin veio se deitar perto a meu corpo, acariciei-lhe a cabeça.
Eu sentia saudade de Roma, minha terra natal.
Das cantigas, das lendas, das vestes que segundo meu pai, na terra-média seriam consideradas vulgares.
Sentei-me novamente na cama, e logo que levantei fui até minha mala e assim que a abri encontrei varios vestidos.
Tirei de dentro da mesma um vestido azul marinho, que ia até meus joelhos, uma meia branca e uma bota montaria.
Sai de meu quarto com a intenção de ir até a proa do navio falar com meu pai. porém fui parada no caminho por Mellody que quase teve um surto ao ver minhas roupas.
Arrastou-me de volta ao quarto e colocou um novo par de roupas em sima da cama, levei as e me troquei. Assim que terminei corei ao ver que vestes minha irmã achou correto usar.
Era um vestido verde escuro de algodão que ia até meus pés e deixava o colo bem aberto, uma capa de veludo negra estava por sima de meus ombros ela continha um capuz qual caiu muito bem, passei em meus labios um pigmento vermelho e tinta preta ao contorno dos olhos.
Sai ouvindo risadinhas de Mellody vindas do quarto, ela sabia que eu não gostava desse tipo de roupa.(eu estava na sala de banho).
Mas assim que entrei no quarto ela ficou alguns segundos me encarando e logo disse com um sorriso bobo.
-Está perfeito irmã, toma cuidado ouviu! agora vou indo me trocar, até.
Disse saindo em disparada do quarto, segundos depois uma agitação veio da proa e eu ouvi vindo de sima do barco.
-TERRA A VISTA.
Adeus Roma, olá Terra-média.