Darkness Lord - TOMARRY

Aberração

Capítulo de 1 - Aberração

O Sr. e a Sra. Dursley, da rua dos Alfeneiros, n° 4, se orgulhavam de dizer que eram perfeitamente normais, muito bem, obrigado. Eram as últimas pessoas no mundo que se esperaria que se metessem em alguma coisa estranha ou misteriosa, porque simplesmente não compactuavam com esse tipo de bobagem.
O Sr. Dursley era diretor de uma firma chamada Grunnings, que fazia perfurações. Era um homem alto e corpulento quase sem pescoço, embora tivesse enormes bigodes. A Sra. Dursley era magra e loura e tinha um pescoço quase duas vezes mais comprido que o normal, o que era muito útil porque ela passava grande parte do tempo espichando-o por cima da cerca do jardim para espiar os vizinhos. Os Dursley tinham um filhinho chamado Dudley, o Duda, e em sua opinião não havia garoto melhor em nenhum lugar do mundo.
Os Dursley tinham tudo que queriam, mas tinham também um segredo, e seu maior receio era que alguém o descobrisse.

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Em um armário de vassoura, embaixo da escada da rua dos Alfeneiros n° 4, não havia nada mais nada menos o que seu nome indicava: vassouras. Mas nem sempre foi assim. O maior segredo dos Dursley estava fazendo 10 anos atualmente, e residia no quarto principal da casa, com a melhor cama, a melhor vista das janelas, o melhor banheiro e as melhores roupas que uma criança poderia ter. Mas, nem sempre foi assim.

Harry abriu os olhos e encarou o teto preto, cheio de figuras de estrelas e constelações por alguns instantes, enquanto recobrava a consciência de seu sono. Olhou para sua direita e viu as cortinas pretas e grossas cobrindo a janela de vidro que dava para o jardim da frente de casa. Dos dois lados de sua cama haviam duas mesas de cabeceira com abajures dourado e alguns de seus pertences, como seu óculos e alguns livros do ensino médio que ele estava terminando de ler. Em frente sua cama haviam duas portas de madeira escura, a da direita dando para o closet e a da esquerda para o banheiro particular. Pegando quase todo o chão de madeira, havia um tapete felpudo preto e macio. Passando a mão pelo lençol de seda verde claro, Harry sorriu com o quanto de conforto que ele tinha nesse refúgio. E pensar que foi quando ele tinha 5 anos que as coisas mudaram.

No dia 31 de Julho de 1985 ele ainda dormia no armários sob as escadas, só tinha roupas de segunda mão de Dudley, ouvia xingamentos e era tratado como se não existisse. Porém até aí, ele suportava, mesmo sendo uma criança ele sempre foi mais inteligente do que sua idade aparentava, ele sabia que tinha algo diferente com ele, e então por cinco anos ele estudou seu território e as pessoas que conviviam ali, e mesmo odiando certas palavras dirigidas a ele, prometeu que não faria nada até que algo realmente mudasse. E foi no seu aniversário de 5 anos que aconteceu.

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- GAROTO! ESSA ABERRAÇÃO ACHA QUE PODE DORMIR ATÉ TARDE? VAGABUNDO! - Acordei em um pulo e me sentei com as mão sob peito onde meu coração estava acelerado. Fechei os olhos para evitar a poeira que caia do teto do armário enquanto Valter esmurrava a porta. Abri a porta do armário e sai quando os gritos tinham dado uma pausa, apenas para ser agarrado pelo pescoço e jogado no chão da cozinha.

- Você acha que é quem, em aberração? Acha que pode me ignorar? Fazer o que bem entender? EU QUE MANDO NESSA CASA! Você não passa de uma vadia prostituta que mora de favor para a gente... - Enquanto ele falava tive tempo de levantar e me escorar na mesa, pois minhas pernas estavam fracas pela queda. A cada palavra que falava mais vermelho ele ficava, e o meu ódio só se alimentava.

- A partir de hoje a aberração não vai ter mais essa mordomia toda, você vai cozinhar para a gente, - por de baixo de minha pele senti meu sangue virar ácido, - vai limpar a casa inteira, - estava começando a ferver, - o jardim, eu quero tudo impecável, se não você vai ficar preso no armário sem comida por uma semana, fora que eu irei te dar uma surra, como vou fazer agora pela sua insolência, aberração!