Darkness Lord - TOMARRY

Fui claro, querido?

# língua de cobra #

- conversa mental -

O vento congelante acariciava minha pele como um aconchego frio e espinhoso. Puxei a capa verde esmeralda para tentar me aquecer mais enquanto seguia pelas ruas vazias em direção ao Calderão Furado.

Era uma manhã de sexta feira em meados de agosto e aparentemente alguns dos trouxas não queriam se aventurar na temperatura desconfortável sem necessidade.

"Não deveria estar calor?! Até porque estamos no verão." Perguntei mentalmente para Hermes, que estava em forma de tatuagem descansando na pele de minhas costas enquanto Hel estava no meu antebraço esquerdo.

"Pelo que posso supor, isso é uma consequência do desequilíbrio da mágia nesse planeta. Os humanos não-mágicos chamam isso de - aquecimento global - e alguns outros dizem que é um dos atos do apocalipse, o fim dos tempos."

"Eles não imaginam o quão perto da verdade estão..." - pensei distraidamente enquanto estremecia, ao atravessar a rua, pelo vento cortante que passou pelo meu rosto fazendo a pele ficar corada e sensível.

Uma onda de calor inundou meu interior, me fazendo ofegar assustado, quase como se tivesse entrado em uma bolha de ar quente. Senti Hel sibilar satisfeita em minha mente e agradeci mentalmente a Hermes.

Chegando finalmente no portal que dividia os dois mundos, não perdi tempo e fui até o final do bar, dando sorte que naquele exato momento uma pessoa estava abrindo a passagem para sair do beco.

Atravessando o arco de pedras, um suspiro involuntário deixou meus pulmões quando a mágia antiga se enrolava e impregnava em minha pele, fazendo os pequenos pelos de meus braços se arrepiarem.
Abrindo os olhos que nem percebi estarem fechados, notei a explosão de luzes coloridas que inundou minha visão, como fogos de artifícios de cores que os olhos humanos ainda nem haviam catalogados.

Cada pedaço de pedra, madeira e objeto daquele lugar exalava mágia, e mesmo já tendo estado aqui antes ainda era extraordinário sentir isso mais uma vez.

Pisquei algumas vezes para sair desse estupor e refiz a lista mental do que precisava ser feito hoje.

Comprar os materiais de estudo;

Encontrar Draco;

E ir ao banco.

A dois dias havia chegado uma coruja com um pergaminho selado com o brasão do banco, me informando que eles tinham negócios importantes para mim.
Entretanto isso teria que esperar até eu resolver as outras coisas.

E pensando nisso, precisava de uma coruja para enviar correspondências também.

Um bufo irritado se fez em minha mente e minhas costas esquentaram quase dolorosamente.

Revirei os olhos, enquanto parava em frente a uma loja que vendia os materiais da primeira lista.

"Você já imaginou a cara das pessoas quando eu enviar uma correspondência e chegar em uma fucking Fênix, Hermes?!"

" Exatamente querido, isso alimenta meu ego e hidrata minhas penas."

" Hermes, só minha adoração por você já deveria ser o suficiente para você brilhar mais que o sol, você sabe disso não é?" - Senti ela se inflar em orgulho. " E você é mais importante para ser apenas uma mensageira, minha querida, mesmo pelo nome que você tem."

" Desse jeito vou acabar com ciúmes Príncipe."

"Ora Hel, você é minha familiar, minha amiga, minha família, por você eu dou minha vida."