The Ghost Of Past Christmas.

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2018.

Depois do estalo que dizimou metade do universo, Makkari precisou saber se eles ── sua família, estavam bem.

Ela sabia onde cada um deles estava, exceto por dois, o que quis desaparecer, deixando sua amante sozinha, e o que os deixou a muito tempo.

As primeiras a serem visitadas foram Sersi e Sprite. Ambas moravam em Londres por aquele momento.

Ela as observou passear pelas grandes ruas da cidade. Ficando para trás, evitando que elas a reconhecessem. Sersi parecia dar um sermão na mais baixa, Sprite ── entediada, olhou na direção de Makkari, parecia quase reconhece-la, mas a velocista saiu dali antes que a ── aparentemente, adolescente a abordasse.

Depois, ela visitou Kingo. Ele conversava com alguns colegas de elenco, pois metade deles haviam sumido.

Mesmo naquele momento de perda e desespero, Kingo parecia genuinamente feliz, grato por simplesmente estar vivo. Ela abriu um sorriso triste, orgulhosa por ele ter seguido a sua vida de forma incrível. E que, se algum dia eles se reencontrarem, Makkari jamais admitiria que viu todos os filmes deles, e que inclusive gostou de alguns.

O próximo a ser visitado pela fantasma do passado foi Phastos. Ela o viu andando por uma praça, junto ao marido e o filho. A criança era pequena, inocente. Mas Phastos olhava para o menino, como se fosse a maior preciosidade que ele viu em milênios de vida.

Jack, a criança, apontou para ela. Quando Phastos se virou, viu apenas um rastro de luz. Ele sabia que a velocista o visitou. E sorriu para si mesmo, lembrando que aquela era a época favorita de Makkari.

Mas a fantasma ainda tinha outra pessoas para visitar. Suas próximas vítimas foram Gilgamesh e Thena. Os dois foram basicamente os únicos que ficaram juntos depois desses quinhentos anos.

Gilgamesh colocou algo na mesa, na frente da deusa da guerra. Ela sorriu e depositou um inocente beijinho em sua bochecha.

Makkari sorriu ao ver ambos. Mesmo Thena sofrendo com um certo problema, que quase matou a velocista, os dois pareciam viver em paz.

Ela os deixou sozinhos pouco depois. Mas ela mal sabia que os dois já tinham a visto, e assim como Phastos, lembraram-se de antigos e passados Natais.

Sua última vítima ── planejada ── foi a líder dos Eternos, Ajak.

Ela morava sozinha, um tanto isolada da população, gostava da calmaria e do silêncio.

Makkari a observava de longe, mas surpreendeu-se quando Ajak sinalizou para que ela se juntasse a ela, com um sorriso inocente e feliz no rosto.

── Demorou mais do que eu esperava, devo confessar. ── ela abraçou a menor. ── Esperava uma visita a uns duzentos anos.

── Perdão, Ajak. ── gesticulou Makkari. ── Eu acabei decidindo que vocês queriam espaço, todos vocês. Nós nos separamos e achei que me afastar e dar um tempo a todos vocês foi o melhor a se fazer.

A líder acenou com a cabeça. Ofereceu-lhe uma fatia de torta de framboesa, que logo foi aceita.

── Você procurou por ele? ── a velocista negou com a cabeça.

── Foi justamente por causa dele que eu decidir dar um tempo a vocês. ── uma repentina tristeza apareceu no peito de Makkari.

Ela sentia saudade dele, de sua ignorância, seu sarcasmo e da sua companhia. Ele era o seu parceiro no crime. Afinal, se ela não contasse, ele também não iria abrir a boca.

── Já se se perguntou se ele queria que você o procurasse? ── a líder perguntou.

Makkari não conseguiu formular uma resposta.

── Então hoje você decidiu dar uma de "Fantasma do Natal Passado"? ── disse Ajak, tentando mudar de assunto.

── Mais ou menos isso. Estou mais para uma visitante do passado. ── Ajak sorriu.

Depois de algumas horas, a velocista se despediu da líder, prometendo visitá-la logo.

Mas antes de voltar para o Domo, uma súbita esperança apareceu em si. E se ele queria que Makkari o encontrasse? E se ele estivesse esperando pela visita dela como Ajak o fez?

Em dez segundos ela deu voltas e voltas ao redor do planeta. Mas então, ela viu algo ── ou alguém, e parou subitamente, o que a fez cair no chão de uma vez.

Ele estava ali. Conversando com um aldeão. Era ele. Era o seu Druig.

Ela se arrastou até ficar atrás de uma árvore, olhando para ele, chocada em vê-lo.

Ela sorriu. De alegria. De alívio. Mas ao mesmo tempo era um sorriso triste. Ele estava bem, estava vivendo, mas não estava vivendo com ela.

O aldeão se despediu, e ele ficou ali sozinho.

── Sabe, eu achava que você não viria mais. ── ele sinalizou. Ela ficou um tanto confusa, para quem ele sinalizaria? ── Eu estou falando com você, bela Makkari.

Ela, devagar, se levantou e saiu de trás da árvore.

Druig sorriu ao vê-la.

── Minha bela, bela Makkari. O que devo a honra dessa visita?

Ela não respondeu. Apenas o apertou com força num abraço demorado e esperado.

Ele tinha o rosto dentre as mãos dela. Makkari parecia conferir cada centímetro da face dele.

── Eu apenas senti que deveria lhe desejar um feliz Natal. ── ela abriu o mesmo sorriso triste.

── Bom, você passou os últimos quatrocentos e noventa e oito Natais sem falar comigo. ── ela revirou os olhos. ── Senti saudades.

Ele sussurrou.

── Eu também. ── ela gesticulou. ── E por isso, seu presente de Natal esse ano, será eu mesma.

Druig riu.

── Melhor presente de Natal de todos.

Ela o abraçou mais uma vez. Colocando todos os quase últimos quinhentos anos de saudade naquele aperto.

── Vejo que ainda usa o anel que eu lhe dei. ── gesticulou ele.

O anel de ouro brilhou na mão dela.

── Claro, foi um presente! E além do que, usei aquele colar por uns mil anos, só parei porque ele quebrou, vai ser a mesma coisa com esse anel. ── ele riu.

Ela sentiu saudade da risada dele.

Sentiu saudade dele.

Mas algo nela dizia que ela o veria por muitos outros e longos Natais.

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𝗛𝗔𝗣𝗣𝗬 𝗛𝗢𝗟𝗜𝗗𝗔𝗬𝗦, 𝗕𝗘𝗔𝗨𝗧𝗜𝗙𝗨𝗟 𝗠𝗔𝗞𝗞𝗔𝗥𝗜Onde histórias criam vida. Descubra agora