Iɴғɪɴɪᴛʏ。ー Aʀᴄᴀɴᴇ

vi. ᴄɪɴᴛɪʟᴜᴍ [Att.]

[Atualizado]

ㅤ— Às vezes, Eden, sacrifícios precisam ser feitos pelo bem daqueles que amamos. — O cientista, de costas, virou-se lentamente, estendendo um frasco de líquido púrpura para o rapaz.

ㅤ — É aquela cintila modificada que você mencionou? — Eden hesitou antes de pegá-lo. Segurou o frasco, a mão levemente trêmula, lançando um olhar inquieto em direção aos armários. Ele subiu em uma caixa e guardou o frasco junto aos outros, entre dezenas de recipientes iguais.

ㅤ— Exatamente. Viktor sabe que você desceu até aqui?

Eden soltou uma risada breve, um pouco amarga. 

ㅤ— Você contaria ao Silco que estou aqui? — Percebendo o tom interrogativo no olhar do professor, suspirou e ajeitou-se desajeitadamente em uma cadeira, tentando relaxar. — Não tive tempo de avisar Viktor. Ele saiu cedo com aquele playboy do Jayce para um experimento no laboratório.

Singed arqueou uma sobrancelha, quase divertido. 

ㅤ— Não vejo razão para denunciá-lo. Eu apenas perderia um ajudante. Mas por que não acompanhou Viktor? — Ele se inclinou para frente, tocando de leve em um frasco sobre a mesa antes de girar sua cadeira para encarar Eden com um brilho inquisitivo no olhar. — Se eu não conhecesse as emoções humanas... diria que está com ciúmes.

Eden bufou, irritado, levantando-se num impulso. Começou a caminhar de um lado para o outro no laboratório, seus passos ecoando contra o chão frio. De vez em quando, lançava um olhar em direção ao tanque onde Rio repousava, outras vezes encarava a porta, como se a resposta estivesse lá fora.

ㅤ— Tá! Tá bem, talvez eu... talvez eu esteja com um pouco de ciúmes, sim. Mas Jayce está com aquela conselheira, a Medarda, então não... — ele fez uma pausa, a voz diminuindo. — Não é como se eu tivesse com o que me preocupar.

ㅤ— Nem sempre é questão de amor, Eden, mas de proximidade — disse Singed calmamente, observando o jovem com uma sagacidade fria.

As palavras atingiram Eden, que finalmente parou de andar e permaneceu em silêncio. Ele sempre acreditara que seu receio era Viktor se apaixonar por Jayce, mas agora via que o problema era o simples fato de eles estarem mais próximos. Singed observou-o por um instante, antes de virar-se para o trabalho, murmurando instruções para Eden, que, mesmo mergulhado em seus pensamentos, continuava a desempenhar seu papel de assistente.

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Viktor já havia perdido completamente a noção do tempo naquele ambiente fechado e iluminado apenas pela luz fria das máquinas. Ele se jogou, exausto, na cadeira, os olhos ardendo pela falta de descanso. A tosse seca escapou, abafada pelo braço, enquanto ele tentava recuperar o fôlego. Sua visão estava turva, fruto de dias sem dormir.

Fazia seis dias que estava ali, e o trabalho começava a mostrar algum progresso. Eden parecia se adaptar ao conselho, e, com seus documentos em ordem, logo estaria integrado ao projeto que a conselheira Medarda estava organizando. Eden era talentoso; como designer, prosperaria nas indústrias, e era o que não faltava por ali.

ㅤ— Viktor, não quer parar e ir para casa? — Jayce aproximou-se, sua mão pousando de forma suave, mas firme, no ombro de Viktor. A exaustão pesava também sobre ele, e só queria encerrar o expediente e garantir que o amigo voltasse para casa.

Viktor suspirou, os olhos semicerrados, quase sem registrar a presença de Jayce. 

ㅤ— Que horas são?

ㅤ— Dez e dez. Vamos, Viktor, está tarde. Eu te deixo no seu apartament—

ㅤ— Não precisa — interrompeu, ajeitando o cabelo desordenado e voltando sua atenção ao núcleo em frente a ele. Por um instante, tentou focar, mas soltou o aparelho com frustração e começou a recolher seus papéis. — Vou só finalizar algumas anotações... e vou para casa.