𝐏𝐈𝐋𝐎𝐓𝐎, 01

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Para àqueles que, sob o manto das adversidades, sentiram-se solitários. Reconheçam: o amor é a panaceia para as cicatrizes mais íntimas, e a resiliência, a estrela que ilumina os caminhos para os destinos mais radiantes.

15:30 PM, sexta-feira;

Aqui está, volte sempre!

Você proferiu com um mínimo e harmônico sorriso para uma cliente, entregando-a uma bolsa-sacola com rações para cães. Atendia uma senhora, cabelos ralos e brancos escorrendo pelos ombros tão delicados.

— Muito obrigada, jovem. — ela agradeceu, um sorriso gentil. — O dono desse estabelecimento também trabalha com banho e tosa, certo?

— Sim. — você assentiu. — Mas apenas aos fins de semana até às quatro da tarde. Por ser um homem ocupado com seus comércios, ele preferiu abrir essa exclusividade apenas nesses períodos.

— Menos mal! — a senhora deu as costas, acenando. — Amanhã mesmo estarei aqui com meus animais já que será sábado. São cinco, ele vai dar conta, certo?

— Bom, então... Como ele geralmente trabalha sozinho nesses dias, pode ficar complicado, mas certamente vai- — você tentou explicar, mas a senhora pareceu não ouvir e nem se esforçou para isso, então deixou quieto.

O estrépito do sino soou no salão, alertando a recente saída da idosa. Você então suspirou, tentando imaginar que aquilo de não o ouvir fosse a idade. Ela aparentava estar nas casas dos oitenta, aliás, a perda de audição não era uma experiência nova para você que suspirou ao seguir pelo raciocínio compreensivo.

Gostava de estar sob o balcão atendendo pessoas. Obviamente não tinha uma das melhores visões e convivência socialmente, mas sabia que era para afins que ajudariam os animaizinhos. O pet shop em que trabalhava ficava no centro do bairro onde morava, um pouco distante de sua casa, mas nada que uma caminhada não resolvesse. Sofria mesmo para chegar à faculdade, ao centro da cidade, e como você não tinha um automóvel precisava pegar dois veículos públicos para estudar, passando por essa viagem sucessivamente durante toda manhã, toda semana.

Estudava medicina veterinária na faculdade, participando de aulas metódicas, aprendendo detalhes que ajudariam na sua carreira como profissional da saúde animal muito futuramente. Cuidando desde bonecos de borrachas à bichinhos em alguns estágios, como uma simples estudante em um de seus primeiros anos. Ainda estava em módulos teóricos e sinceramente não via a hora de partir para a praticidade.

Essa era sua rotina. Acordar cedo e ir para as aulas, chegar em horário de almoço e partir diretamente para o pet shop. Você saía da loja pelo início de noite e quando chegava em casa precisava abrir seus múltiplos livros para a aula do dia seguinte, dormindo tarde da noite. Você era realmente dedicada aos estudos, já que uns de seus verdadeiros objetivos por cursar medicina veterinária era por seguir o sonho de sua mãe e dar uma vida melhor a sua irmã, Kiyoko. Uma garotinha de sete anos de idade, deficiente auditiva e submetida a remédios por ser doente.

Kiyoko era uma garota como qualquer outra. Apenas não ouvia e não falava, nascendo com perda auditiva neurossensorial. Fora comprovado com apenas algumas semanas de vida ao fazer testes em suas orelhinhas e executar exames de emissões otoacústicas, onde efetuaram testes que consistiam na produção de estímulos sonoros, e quando foi positivo uma anormalidade, a menina foi encaminhada para uma avaliação otológica e audiológica.

Desde então, a recém-nascida Kiyoko passou a depender de aparelhos auditivos, e quando não usava, era perceptível sua neutralidade em não se assustar com barulhos, não olhar em direção à fonte dos sons, não perceber uma presença a não ser que a visse, e afins. O aparelho não fazia com que ela escutasse por completo, apenas pequenas vibrações sonoras quando colocado.

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⏰ Última atualização: Jan 09 ⏰

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𝐓𝐇𝐄 𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐄𝐗𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍, keisuke baji [hiatus]Onde histórias criam vida. Descubra agora