Maybe I Care

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Três meses de castigo.

Este foi o preço por ter ido em uma festa, ter dormido fora de casa sem avisar ninguém, ter deixado a sua avó preocupada e também poderia acrescentar a pequena lista de coisas que a fizeram ficar de castigo em um dia o fato de que a pessoa com quem estava era Hope Mikaelson. Josie não sabia ao certo o motivo, contudo, acabou descobrindo que sua mãe não era muito fã dos Mikaelson.

Principalmente Niklaus Mikaelson.

Normalmente o fato de não poder sair de casa a deixaria radiante e com o melhor humor possível, mas não era bem isso que estava acontecendo agora. Ficar presa em sua casa estava a deixando estranhamente irritável, nem mesmo sua avó parecia estar aguentando o mau humor que vinha acompanhado da carranca presente em seu rosto. Talvez por este motivo a mais velha resolveu dar espaço para a mais nova e no fundo Josie era grata por isso.

E sim, ela entendia o motivo de estar de castigo, porém, isso não significava que ela aceitaria a situação numa boa.

Em sua cabeça, sua mãe deveria estar feliz, afinal de contas, era ela quem sempre implorava para que a mesma saísse e, ao menos, reencontrasse com seus velhos amigos, ou que fizesse amizades novas e foi exatamente isso o que ela havia feito.

Ela saiu e encontrou amigos novos – não que estivesse planejando encontrar Hope em uma festa como aquela.

E também não era como se classificasse Hope como uma amiga, ela sequer conhecia a britânica direito para considera-la como uma amiga – mesmo que a mesma tivesse a impedido de cometer uma besteira.

Ela era grata, mas isso não fazia com que ela tivesse a obrigação de se tornar amiga da ruiva.

Josie não tinha certeza, no entanto, talvez estivesse apenas procurando um pretexto para não ser amiga da mais velha. Mas como poderia não ser quando Hope era tão... Hope? Era difícil explicar algo que fizesse sentido quando ela sabia que faltariam palavras para descrever a ruiva misteriosa que surgiu em sua vida quando ela menos esperava. 

Uma parte sua, a parte que ela considerava mais racional e sensata gritava para ela que o melhor a se fazer era se manter distante dela como fazia com qualquer outra pessoa, mas tinha outra parte, a parte que estava completamente atraída e cativada pelo ar misterioso que a ruiva transmitia que fazia com que a tarefa de se afastar se tornasse cada vez mais impossível.

E não era somente o ar misterioso, era aquele maldito sorriso brincalhão que estava presente em seus lábios na maioria das vezes em que conversavam, ou o modo como ela jogava a cabeça para trás e fechava os olhos quando dava gargalhava como uma criança faria, ou talvez fosse só o modo como ela caminhava com as suas mãos em seus bolsos, ou talvez fossem apenas seus olhos tão azuis quanto o céu. Era uma combinação de coisas e Josie não sabia de qual ela gostava mais.

Ela prendeu a respiração ao notar o que estava fazendo e sentiu seu corpo tencionar. Por que diabos tinha reparado em tantos detalhes de Hope?

Por sorte – ou azar – Liz a tirou de seus devaneios antes que pudesse enlouquecer com a ideia de que estivesse sentindo alguma coisa pela britânica.

- Você está bem pensativa hoje

Josie teve que piscar algumas vezes para que sua visão recuperasse o foco e então comprimiu os lábios em uma linha fina. Ela estava tão absorta em seus pensamentos que nem notou quando a xerife sentou ao seu lado no sofá.

A morena pensou em contar para a sua avó o motivo de estar tão pensativa, mas mudou de ideia no segundo seguinte, pois se contasse, estaria tornando todos os seus pensamentos em realidade e não poderia deixar isso acontecer.

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