I'm in love with you

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Hope encarava a tela em branco à sua frente em uma tentativa falha de ignorar o clima pesado que estava em seu apartamento, assim como também tentava ignorar o olhar de sua mãe queimando sobre si. A vontade que tinha era de simplesmente a mandar sair dali e ir procurar alguma coisa para fazer da vida que não fosse ficar a encarando, todavia, no minuto seguinte se arrependia ao se lembrar que sua mãe saiu da Inglaterra somente na esperança de conseguir consertar a relação das duas, e, ao menos Hayley estava tentando, o que era mais do que Hope poderia dizer de si mesma. 

O humor de Hope estava a cada dia pior e parte disso ela atribuía a culpa a Penélope Park por parecer ser tão irritantemente perfeita. A garota parecia não ter nenhum defeito e, honestamente, esse fato estava dando nos nervos da britânica. 

E é claro que não seria justo colocar a culpa somente em uma pessoa e por este motivo e porque gostava de pensar em si mesma como uma pessoa extremamente justa a ruiva não hesitou em dividir a culpa de Penélope com Josie e todos os sorrisos e risadas que a morena direcionava para ela com uma facilidade que fazia com que Hope engolisse a bile que surgia em seu estômago toda vez em que presenciava a cena - o que acontecia com mais frequência do que a ruiva gostaria de admitir.  

Isso significava que Penélope fazia Josie mais feliz do que ela jamais foi capaz de fazer? Significava que Josie a amava mais do que como uma amiga? Significava que Penélope era a garota que despertava o melhor em Josie? 

E não a entendam mal, tudo o que a britânica desejava era que a mais nova fosse feliz, entretanto, era egoísta o suficiente para desejar que Josette encontrasse alguma pessoa boa, apenas não tão boa quanto ela; não alguém que fizesse com que a morena a esquecesse em um piscar de olhos ou alguém que a causasse um frio na barriga que deveria ser direcionado a ela. 

Hope estava tão absorta em seus pensamentos que nem ao menos notou que já estava fazendo formas desconexas no quadro e muito menos notou quando essas formas se tornaram um rascunho de um rosto conhecido, e apesar de ela mesma não ter percebido de quem era, Hayley pareceu perceber. 

-O que aconteceu entre vocês? - Hayley questionou cuidadosamente recebendo um olhar confuso de Hope 

A mais velha apontou para a pintura e, então, a ruiva finalmente pareceu perceber de quem aquele rosto pertencia. 

E, então, dolorosamente se deu conta da saudades que sentia da mais nova. 

Ela soltou um suspiro pesado e com uma risada sem humor largou o pincel em seu cavalete com uma raiva contida e se jogou no sofá ao lado do lugar em que sua mãe estava sentada

-Ela se afastou do nada - Hope contou - Isso aconteceu 

- Sem nenhuma explicação? - Hope assentiu desanimada - Você parece gostar muito dela- Fez uma pausa - Com uma ênfase grande no muito… 

Hope a encarou com o cenho franzido e não levou mais do que alguns segundos para entender o que sua mãe estava querendo implicar com aquilo. 

-O que… - Hope fez um barulho a algo semelhante a uma pessoa engasgando, ou ao menos era ao que Hayley iria comparar ao som que havia acabado de sair da boca de sua filha. 

Hope sabia que era verdade, mas não estava pronta para admitir para ninguém, muito menos para a sua mãe. 

-Eu não sei do que você está falando - Ela tentou se fazer de desentendida 

- Você está apaixonada por ela - Não foi uma pergunta, foi uma afirmação que deixou a britânica completamente sem graça 

- Quer saber? Eu marquei com Lizzie de a encontrar - Hope mentiu se levantando do sofá - Será que você pode me emprestar a chave do carro? 

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