um líder revolucionário

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Liberdade tem origem no latim libertas e significa a condição do indivíduo que possui o direito de fazer escolhas autonomamente, de acordo com a própria vontade. Liberdade é classificada pela filosofia, como a independência do ser humano, autonomia, auto-determinação, espontaneidade e intencionalidade.

A camada mais óbvia da sociedade, mais ressecada e destruída talvez fosse a mais necessitada. A camada daqueles que eram destruídos pela ganância e destreza da camada mais alta. A felicidade de uns, baseada no sofrimento de outros.

Por sorte, a parte mais baixa, aquela dos servos e cidadãos comuns, tinha um líder, Johnny, um garoto que adorava pentear o cabelo castanho para o lado e usar roupas com correntes e algumas peças com rasgos causados quando ele pulava de um cercado depois de roubar alguns dobrões.

Vivendo em Dazzo, um reino isolado em tempos de Idade Média, Ele juntava ideais e seguidores fiéis que apoiavam seu pensamento de aniquilar o poder centralizado do rei e serem livres. E a mais fiel de todas, Shinhye, não poderia negar que aquela guerra era para um bem maior. Ela estava ali e pretendia sempre estar, se não fosse pela visão do seu namorado, Johnny, que ficava focado em planos estratégicos e esquecera de cuidar do coração.

Dividindo uma cama com o rapaz visionário, Shinhye observava o dorso do corpo dele, com um sorriso bobo. Sentado na beirada da cama, Johnny segurava alguns papéis com pontos estratégicos para um futuro ataque ao castelo. Ele passava os olhos em cada marcação feita por seus soldados, revisando e revisando a todo segundo, aquele plano não poderia ter falhas.

A moça nunca imaginou que sua vida se resumiria a espadas, escudos e flechas banhadas a sangue. Lutar por um ideal nunca fora tão difícil, e ela estava abrindo mão de muita coisa para conseguir vencer. Um dia, ela corria com seus amigos no meio da floresta seguida pelo canto dos pássaros, e no outro, se apaixonara por um cidadão injustiçado.

— Não podemos deixar que nos controlem! — Johnny dizia, com o braço erguido e punho cerrado, a mão direita sob o peito representando seu coração. — Somos a revolução! Vamos fazer a revolução!

Ele empilhou alguns amontoados de feno e subiu neles. Enquanto todas as pessoas passavam sem dar muita importância, apenas seguindo com suas rotinas diárias, ali estava Shinhye. Com um cesto repleto de maçãs, ela parou para ouvi-lo. Todo o frescor das palavras dele batiam no rosto dela, como uma brisa que a fazia ficar emocionada.

— Repitam comigo: eu sou um revolucionário! — Johnny bradou, com a força maior que havia em seu peito.

— Eu sou um revolucionário! — Shinhye levantou seu cesto e disse em voz alta. E ela era a única ali.

Agora, Shinhye buscava o porquê de ter entrado em toda aquela situação. Se aproximando de Johnny, ela dedilhou as costas do rapaz até chegar no cabelo dele, entrelaçando seus dedos nos fios. Com o lençol que usava para se cobrir, ela o abraçou e os fios de cabelo preto trataram logo de cair nos ombros do rapaz. E o amor dela era puro, sempre foi.

Naquele momento, o olhar apavorado de sua mãe não saía da cabeça de Shinhye; o modo como ela ficou surpresa ao saber que a garota iria sair de casa para se juntar a um ladrão rebelde, e como seu pai a deserdou dizendo que nunca iria aceitar a relação de sua filha. A partir daquele instante, tudo estava em jogo. E seu destino também.

— Querido... — A tal relação de Shinhye e Johnny era algo incomum para a época, eles dividiam o mesmo quarto, a mesma cama e palavras de amor, mas não tinham nada consolidado como exigia as formas tradicionais.

— Um minuto, querida. — Johnny afastou os braços de Shinhye do entorno dele, ainda encarando os papéis. — Tenho certeza que tem algo errado aqui. Aquele idiota do...

O Sol e Seus PecadosOnde histórias criam vida. Descubra agora