Regulus Black

97 17 6
                                    

Sirius Black era um azarado, ele podia enumerar sua má sorte. Sentando na calçada de sua casa, amaldiçoou-se, como poderia ser tão azarado ao ponto de perder a chave, rasgar sua jaqueta favorita e ainda ser assaltado no caminho até a casa de seu irmão mais novo. Cansado e totalmente frustrado, Sirius sentou-se na calçada, acendeu um cigarro e desistiu daquela semana. Ainda era terça-feira. 

– Eu poderia ligar para polícia. Você facilmente se passaria por um sequestrador de criancinhas – uma voz irritante encheu os ouvidos do Black – Se eu fosse seu vizinho gostoso, eu com certeza ligaria para a polícia.

– Se você fosse meu vizinho, James, já estaria morto… Lily sabe que você anda elogiando caras desconhecidos?!

– Aa… Lily, concordaria comigo. Por que está sentado aí? Não me diga que decidiu largar tudo e pedir esmola?! Se for assim, é preferível que você se torne uma vadia.

– Não enche, Potter. Essa porra de semana já tá sendo uma merda. Não preciso que você contribua para que ela se torne pior.

– Caralho, você tá putinho mesmo. Fala, o que aconteceu, foi aquele merda? Ele entrou em contato? Se for isso, eu vou agora mesmo encher ele de porrada.

– Não. Não falo com ele, não mais… perdi minha chave, fui assaltado e pior, minha jaqueta preferida virou um trampo. Semana da porra!

– Você é um mimadinho de merda, Sirius. Tá mais preocupado com uma jaqueta. Seu merdinha! – horrorizado, James procurou qualquer sinal de ferimento no melhor amigo.

– É a jaqueta que sua mãe me deu no aniversário de dezoito anos. Então, não enche.

– Mamãe vai adorar essa informação. Sabe que na mesma hora ela vai te mandar uma novinha, né? Então não precisa ficar chorando por isso. Vem, vamos para minha casa. 

– Harry está lá? 

– Creche. 

– Então não. Ninguém merece ter que te ver fazendo posições estranhas com aquele short coladinho.

– Invejoso. Eu sou um homem saudável e minha bunda fica linda naquele short… você pode beber cerveja e ver qualquer coisa na televisão enquanto eu faço Yoga.

– Espero que ela esteja muito gelada. Se não você vai levar uns cascudos e eu ainda conto para a Lily que você estava dando em cima do vizinho gostoso.

– Ela vai propor um trisal, seu vizinho é gato pra porra, se eu fosse você já teria indo para o ataque… Ei, aquele não é o seu mini vizinho?

– É – observou o pequeno garoto caminhar meio torto pela calçada – Matando aula, pirralho? – grita o Black observando o garoto andar de cabeça baixa até o gramado.

– Não enche, velhote. – gritou puxando o boné ainda mais para baixo, cobrindo seu rosto ainda mais. 

Os dois homens olharam a cena de forma curiosa, claramente o garoto tentava esconder algo em seu rosto. Fugindo dos olhares dos mais velhos, Elliot caminhou rapidamente para a porta, nervoso, revirou a mochila em busca de sua chave. Antes que pudesse colocar a chave na fechadura, uma mão fechou-se sobre seu ombro. Amaldiçoou o vizinho fofoqueiro e cara bonito de óculos.

– Ei, garoto. O que aconteceu com seu rosto? – James se aproximou puxando o boné da cabeça de Elliot, os fios caíram sobre seu rosto. Sirius analisou o rosto cheio de marcas roxas e cortes, eram recentes – Brigou na escola? 

– Não enche – resmungou arrumando os fios sobre o olho roxo. Não contaria o que realmente tinha acontecido, seu orgulho não permitia.

– Seu pai sabe que você anda se metendo em brigas por aí? – perguntou Black se divertindo com a cara de fúria do garoto –Se ele soubesse já estaria aqui, né? Acho que deveria ligar para ele, sabe, por precaução.

Um amor de vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora