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Deidara respirou fundo assim que Obito passou por seu corpo e lhe ignorou por completo como se não lhe conhecesse e nem soubesse como era seu nome.

O alfa de alta estatura e cabelos negros ainda tinha um pouco de seu cheiro impregnado em seu pescoço e, apesar de fraco, era perceptível. Não entendia o por quê dele tentar esconder o óbvio, todos naquele castelo sabiam que ele e o maior mantinham uma relação além da costumeira de "servo e rei".

Bem...na verdade entendia sim e muito bem.

Obito era um rei muito prestigiado e temido. Ele era quem governava o maior reino atualmente e quem tinha mais poder em vários países. Era ele quem mandava e desmandava no povo, era ele quem colocava ordens no que as pessoas faziam ou deixavam de fazer. O Uchiha nunca iria assumir uma relação amorosa com um mero servo de seu enorme castelo e, sinceramente, Deidara não o julgava por isso.

Ele podia ter uma princesa, uma imperatriz, uma burguesa, uma rainha ou uma herdeira no momento em que quisesse. Por que diabos ele iria ficar consigo? Por que ele iria assumir uma relação amorosa com seu empregado?

Custou para o ômega colocar na cabeça que não passava de um brinquedinho sexual para ele e que só prestava quando o alfa precisava.

Foi difícil. Doía em seu pobre coração vê-lo ficando com outras pessoas e flertando com outros ômegas depois de transar consigo e deixá-lo abandonado na cama. Porém, após um tempo, sua ficha caiu e teve que aceitar que nunca iria passar de um objeto para ele ter prazer.

Se entregou para Obito, mas do que adiantou?

Deu sua virgindade para ele, cedeu seu corpo, sua vida e tudo que tinha só para tentar se tornar algo fixo em sua convivência.

Quem, em plena consciência, não iria dar tudo de si só para tentar se tornar o ômega de Obito?

Pois bem, Deidara fora idiota o suficiente para acreditar fielmente que seria algo fixo e eterno.

Não, o pequeno loiro de olhos oceânicos não estava interessado na vaga de rei ou na herança e título do alfa. Não ligava para quem ele era, ligava para o que ele era por dentro e não se importava com sua classe social ou popularidade.

Estava pouco se fodendo para ser rei, príncipe ou ter alguma fama com isso. Só queria poder acordar com ele de seu lado, queria receber um beijo carinhoso, um apelido amoroso. Queria receber amor de Obito, não queria nada além de ser seu ômega e de tê-lo como alfa para todo o sempre.

Porém, infelizmente, aquela não era uma realidade nenhum pouco próxima.

Obito não iria receber nada ficando consigo. Ele não iria ganhar dinheiro ou mais fama por casar com o Uzumaki, então era claro que ele nunca iria transformar Deidara em algo a mais.

Por isso, o ômega olhou para as costas largas e fortes se afastando e soluçou baixo antes de continuar limpando o chão como se nem reconhecesse o alfa que acabara de passar em sua frente.

Não tinha por quê de ficar se lamentando por Obito. Não iria passar de seu brinquedo e nunca iria receber nem um beijo dele. Cada vez teria que aceitar mais e mais.

Sim, o alfa nunca encostara os lábios nos seus. Sempre foi somente sexo. Nunca recebeu um pingo de amor vindo do moreno e, depois de tanto tempo recebendo migalhas - sexo, basicamente -, Deidara aprendeu a lidar com a falta de carinho e respeito vindos do mais velho.

- Deidara? Tá tudo bem? - Hidan, outro ômega que trabalhava no castelo junto consigo, perguntou após perceber seus olhos cheios de lágrimas e seus lábios trêmulos.

- m-mesmo entendendo que eu nunca vou ser nada além de um objeto filho da puta para ele, d-dói ser ignorado e tratado sem importância por ele. E-ele passa e nem olha na minha cara, i-isso dói tanto...- contou para o albino o que estava acontecendo porque ele sabia de cada detalhe do que acontecia entre os dois e Deidara tinha total consciência de que poderia confiar nele.

Cobranças Do Destino - Obidei Onde histórias criam vida. Descubra agora