Fragmentos

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Dor era algo tão comum, ao mesmo tempo que não era.

Sentados num banco da praça perto da faculdade, Jimin ainda estava deitado no peito do melhor amigo, este que fazia um carinho singelo na sua cabeça. O grito cheio de dor ainda passava em sua cabeça. Seus lábios estavam secos junto de algumas lágrimas presas em seus olhos, era como se toda aquela dor no grito tivesse transbordando para si, sentia -se desnorteado, cansado  e, ao meso tempo, desesperado, mesmo que não soubesse o porquê. 

— Talvez um ataque de pânico?– Taehyung sibilou baixo enquanto deixava o ar gélido abraçar ambos corpos.—Você nunca tirou nota vermelha, deve ter sido um choque. Sem contar que estamos passando por dias chuvosos, já não te faz bem.– Sem responder, Jimin concordou com a cabeça, ainda olhando o movimento das árvores de acordo com o vento gelado. Ele não conseguia dizer nada, sua garganta latejava em dor, seu peito queimava em ansiedade.— Vamos para minha casa? – O Park se afastou, olhando-o.

— Sabe que não posso, Tae...meu trabalho.– Respondeu baixo porém suficiente pro Kim ouvir.

— E vai ficar assim no trabalho, Jimin? Por favor, tenho medo que passe mal novamente. Nem que eu precise conversar com a senhora Go.– Era difícil dizer o contrário quando Taehyung estava certo. O ataque poderia voltar a qualquer hora e seria mil vezes pior se não tivesse ninguém para ajudá-lo, caso precisasse.

— Tudo bem. Eu irei ligar para a senhora Go.– Ele se ajeitou no banco, pegando o celular do bolso. Não demorou pra achar o nome da senhora na lista de contatos. Demorou alguns segundos para que ela atendesse.

— Jimin querido, está vindo?– A voz cansada da mulher fez o ômega ficar com um semblante sério.

— Noona, acho que não vou conseguir trabalhar hoje. Não me sinto muito bem, tive um ataque de pânico hoje cedo.– Por alguns segundos, a mulher ficou quieta.

— Você não é de faltar…..tudo bem, descanse e melhore logo. Mande mensagem qualquer coisa.– O ômega encerrou a chamada, olhando para o caramelado.

— Vamos?– Taehyung perguntou, levantando-se de forma um tanto mais animada, na tentativa de passar alguma animação para o Park, este que esboçou apenas um sorriso sem mostrar os dentes.

O caminho foi silencioso, a cabeça de Jimin estava bagunçada por pensamentos tão confusos e sem nexo; Existia a voz que  gritou por seu nome, existia a sensação do toque do alfa na sua bochecha, existia o cheiro, o calor, a ansiedade. Existia tudo, mesmo que naquele momento não existisse nada.

— SeokJin, cheguei.– O caramelado gritou, assim que fechou a porta atrás de si. Park andava meio encolhido, apertando a alça da bolsa.

— Ah...– Ele escutou a voz alguns segundos depois, era SeokJin, irmão de Taehyung.– Jimin, quanto tempo não o vejo.

— Sinto muito, senhor Kim, fiquei ocupado com o trabalho; as aulas pararam, ele não.– Sorriu amarelo, mesmo que estivesse sem vontade para.

— Você parece meio deprimido.– Comentou, aproximando -se do garoto, para analisar melhor.

— Pode ir pro quarto? Podemos assistir algum filme legal, eu só preciso conversar rapidinho com o meu irmão.– Jimin o olhou por uns segundos antes de concordar, começando a subir a escada da casa.

— Foi um prazer te ver, tio Seok.– Jimin comentou por fim, vendo Jin concordar com a cabeça e um sorriso meigo.

— O que houve para ele ter ficado assim?– Seok perguntou, assim que Park sumiu de sua vista.

Seraphim  JKK+JM Onde histórias criam vida. Descubra agora