Cinco

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Quando achei que não tinha adiantado, meu cabelo começa a brilhar e mostrar onde era a saída. Nos entreolhamos e nadamos até o local. Xiao não demorou muito para começar a retirar as pedras e no fim conseguimos escapar, caindo em um rio

- Conseguimos! - Digo sem forças a margem do rio.

- O cabelo dele brilha...! - Ele estava falando sozinho?

- Vivo... Eu tô vivo! - Me levanto e vou sentar em uma pedra.

- Eu não podia imaginar... O cabelo brilha mesmo! - Ele fala com teatae.

- Xiao Zhan! - O chamo - Xiao

- Por que o cabelo brilha?

- Xiao Zhan! - Grito.

- O quê!? - Me olha assustado

- E não é só o brilho, tá? - Sorri ladino.

- Por que tá sorrindo pra mim? - Dei de - ombros indo mais adentro na floresta.

Logo sou acompanhado por ele. Decidimos ficar aqui mesmo por essa noite, onde tinha algumas pedras rochosas para nos apoiar e galhos para fazer a fogueira. Depois de tudo, o chamo para sentar de frente a mim. Pego sua mão machucada e uma mecha do meu cabelo para enrolar em seu machucado

- Você tá sendo muito misterioso amarrando seu cabelo mágico na minha mão machucada... - Aperto sua mão. - Agh!

- Desculpe. É que, eu não... Quero que se apavore. Falo com medo e suspiro antes de começar - Brilha linda flor, teu poder venceu. Trás de volta ja, o que uma vez foi meu, cura o que se feriu, salva o que se perdeu... - A medida que ia cantando, o cabelo ia brilhando.

Confuso, Zhan vai tirando a mecha que estava enrolada em sua mão arregalando os olhos a medida em que analisa toda sua mão e vê que ela estava perfeita, sem nenhum machucado ou arranhão. Quando vejo que ele vai gritar, digo:

- Não se apavore! - Ele grita em forma de sussurro.

- Não tô apavorado! Você tá apavorado? Não, só tô interessado no cabelo e nas propriedades mágicas que ele possui... - Fala desesperado - Desde quando você faz essa parada?

- Ah, eu acho que desde sempre! A mamãe diz que quando eu era bebê as pessoas tentavam cortar. Elas queriam cortar pra levar, mas, quando cortam, ele fica castanho e perde o poder - Mostro uma mecha na parte de trás, que estava castanha e cortada.

- Um dom como esse - a gente precisa proteger. Por isso que a mamãe nunca me deixa - Paro por um instante - Por isso que... eu nunca saí da... Não consigo terminar por vergonha, e sem querer o olhar, olho para o outro lado.

· Nunca saiu daquela torre? - Confirmei E você ainda vai voltar?

- Não! O olho

-Sim... Ah, é complicado - Coloco meu cabelo para trás e cubro o rosto com as mãos. Sinto teatae se encostar em meu pé - Ah, então, Xiao Zhan. Tento mudar de assunto

- Ah, é... Pois é, eu vou te poupar dessa triste história do pobre órfão Xiao Zhan porque ela é... triste, sabe?

Me aproximo mais dele, o incentivando a continuar

- Heh... Tinha um livro, eu costumava ler todas as noites para as criancinhas: "As aventuras de Xiao Z", pilantra, fanfarrão, cheio de ouro, se dava bem com as moças, moços...

- Ele também era ladrão?

- Bom, não... Na verdade, ele tinha dinheiro pra fazer o que ele queria; podia ir a qualquer lugar do mundo! E pra um adolescente sem nada, sei lá, parecia ser a melhor opção...

Ele fala baixo, mas ainda consegui escutar - Não conta pra ninguém sobre isso, tá bem? Pode acabar com a minha reputação.

- Ah, isso te preocupa? - Aproximo meu rosto do seu em forma de deboche.

- Bom, uma reputação falsa é tudo na vida. - Quando ele levanta o rosto, o meu fica próximo o suficiente para sentir sua respiração, por uns segundos me perdi nas suas íris e no brilho que elas possuíam

- Bom, é melhor eu pegar lenha para fazer uma fogueira.

Se levanta atordoado e eu apenas concordo o vendo adentrar a floresta em busca da lenha

- Poxa! Achei que ele não ia mais sair... - Arregalei meus olhos ao ouvir a voz atrás de mim e me viro devagar.

- M-Mamãe?!

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