Nove

149 23 2
                                    

- Pronto! Vamos apenas esquecer. Agora, vá se lavar pra poder tomar sua sopa.

Tínhamos acabado de chegar em casa, ela me levou ao meu quarto onde me deitei em minha cama totalmente cabisbaixo.

- Eu tentei de verdade, Yibo, tentei avisar o que você encontraria lá fora... O mundo é cruel, egoísta e sombrio: qualquer sinal de alegria que encontra, ele destrói.

Mamãe sai do quarto me deixando sozinho. Suspiro pegando no bolso da calça o paninho que Xiao tinha me entregado, meus olhos se enchem d'água quando penso em tudo que vivi hoje.

Me deito na cama olhando para meu teto que sempre foi decorativo, franzi o cenho ao ver todos aqueles desenhos dos sóis. Levanto o paninho e vejo que são os mesmo. É então que me recordo da imagem dos reis com o príncipe no braço. Tudo parecia tão confuso mas ao mesmo tempo tão ligados. Foi então que tive a lembrança. Esse Sol é o mesmo do meu berço da lembrança. Ao ligar todos os pontos tento sair do quarto mas tropeço em algo que não dou o trabalho de notar o que era.

- Yibo? Yibo, o que está acontecendo aí? Você está bem?

- Sou o príncipe perdido... - Falo na porta do meu quarto.

- Ah, por favor, fale alto, Yibo! Sabe que eu odeio quando resmunga!

- Eu sou o príncipe perdido, não sou? Levanto o rosto para a olhar vendo a mesma completamente imóvel.
- Eu resmunguei, mamãe? Será que devo chamar você assim?

- Oh, Yibo, você tem noção do que fala? Por que fazer uma pergunta ridícula dessas? - Ri nervosa caminhando até mim.

- Foi você, então, o tempo inteiro! - Grito decepcionado.

- Tudo que eu fiz foi pra proteger você. Yibo!

- Passei a minha vida inteira me escondendo das pessoas que me usariam pelos meus poderes...

- Yibo - Tenta me interromper.

- Quando deveria ter me escondido... De você! - Grito deixando minhas lágrimas escaparem, eu não entendia porque eu sofria tanto, porque as pessoas que mais amei se viraram contra mim me enganando de várias formas.

- Aonde você vai? - É o que pergunta quando passo por ela para sair de uma vez dessa maldita torre - Ele não vai estar lá esperando! - Me viro para ela.

- O que você fez com ele?

- Aquele ladrão vai ser enforcado por seus crimes. - Arregalei meus olhos horrorizado.

- Não...! - Neguei com a cabeça totalmente destabilizado.

- Não, não; fique tranquilo, me escute: tudo aconteceu como deveria ser, meu bem.

- Não! Você errou sobre o mundo e errou sobre mim, - Segurei seu pulso quando a mesma veio passar as mãos em meu cabelo - e eu nunca vou deixar você usar meu cabelo outra vez! - Solto seu pulso onde a mãe se desequilibra e tropeça no espelho onde o mesmo quebra ao cair no chão, espalhando seus cacos.

- Quer me transformar na vilã? Assim seja, então, eu sou a vilã...

- O quê?

Antes mesmo de me virar ela prende meus pulsos em correntes completamente desconfortáveis, me puxando, ela me leva e me amarra em uma pilastra.

- Me tira daqui! Você não tem o direito algum de fazer isso comigo!

- Oh nossa, sério? - Se abaixa na minha altura para fazer uma cara triste, totalmente fingida - Vou lhe levar para outro lugar onde ninguém vai te encontrar, só assim para garantir minha linda flor mágica, não?

- Você é podre!

- Não diga isso filhinho. - Coloca a mão em meu rosto - Você sabe que apenas quero nosso bem.

- O seu bem, você só pensa apenas em si mesma.

- Como você é esperto - Ri apertando minhas bochechas. E quando estava para revidar, escutamos Xiao Zhan.

- Yibo? Por favor Yibo, me deixa subir. Eu preciso te explicar tudo!

- Oh, acho que seu príncipe veio lhe salvar - Sorriu perversa e quando estava prestes a gritar ela coloca uma mordaça em minha boca- Desse jeito você acaba com a diversão meu anjo.

Ela então se levanta pegando uma adaga em uma das gavetas e caminha até a porta da torre, joga as escadas para Xiao subir e rapidamente se esconde. Não demorou muito para ele subir, porem quando nossos olhares se encontram tento de alguma forma o dar algum toque, porém era tarde demais. Ela o esfaqueou com a adaga enquanto eu apenas gritava seu nome sentindo minhas lágrimas molhando meu rosto.

Enrolados Onde histórias criam vida. Descubra agora