O calor do azul dos teus olhos

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O homem alto caminhava tranquilamente pela calçada de números ímpares observando as fachadas das casas de tijolos marrons claros do outro lado da rua

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O homem alto caminhava tranquilamente pela calçada de números ímpares observando as fachadas das casas de tijolos marrons claros do outro lado da rua. Dentre todas as casas da rua Gertrudes, no bairro Chelsea, apenas uma se destacava pelo magnífico jardim florido em pleno 24 de dezembro de 2012. A moradora da casa número 2 estava parada à soleira da porta conversando com duas senhoras idosas que gesticulavam animadamente, apontando para as esplendorosas flores da Primavera, que só poderiam ter sido plantadas por mãos mágicas. Sem mencionar a exagerada decoração de natal que cobria toda a varanda de entrada e o interior das janelas. A mulher, supostamente a dona da casa, tinha em suas mãos um pequeno vaso com uma generosa muda da mesma planta do seu jardim. Fato que pareceu ter alegrado imensamente as senhoras que atravessaram a rua acenando em profundo agradecimento.

A dança dos flocos de neve que antes pareciam pontos de luz no céu nublado, agora caíam com mais intensidade, cobrindo os cabelos negros — e ligeiramente grisalhos — do homem que parecia entender quais eventos estavam implicados naquela cena entre as três mulheres. Severo Snape caminhou rapidamente ao descer a rua, fazendo o seu cachecol vermelho balançar às suas costas e subiu as escadas da casa de número 17. A elegante porta de madeira negra foi aberta por uma sofisticada dama de cabelos loiros claríssimos e profundos olhos azuis, poucos segundos após a campainha ser tocada. Narcisa Malfoy, vestida com um elegante vestido midi verde escuro e saltos altos pretos, estava à entrada da porta olhando com altivez quem teria o atrevimento de incomodá-la em plena véspera de natal.

— Narcisa — cumprimentou Severo com um rápido aceno da sua cabeça.

— Severo — Narcisa cumprimentou de volta, suavizando o olhar.

Narcisa deu um passo para atrás para abrir espaço para o visitante. Severo adentrou o hall da residência, retirando o pesado sobretudo cinza claro e o cachecol vermelho para deixá-lo pendurado no cabide dentro do armário de casacos da entrada. Ao fechar a porta, Narcisa caminhou para próximo de Severo, renovando o seu pedido de desculpas em formato de queixas ao tocar-lhe o braço sob o suéter verde acima de uma blusa branca de algodão.

— Peço desculpas por termos o retirado da sua casa em plena véspera de natal e no meio da neve que acaba de cair, mas... — Narcisa calou-se assim que o filho se aproximou e retirou a mão do braço de Severo.

— Severo — cumprimentou Draco, saindo da sala para adentrar o hall de entrada. — Que bom que chegou — disse, apertando firmemente a mão de Severo.

— Draco — cumprimento, retribuindo o aperto de mão.

— Obrigado por ter vindo — agradeceu Draco, colocando uma das mãos dentro do bolso da calça social cinza que fazia conjunto com o blazer e a sofisticada gravata preta. — Ele está na sala de estar. Só quis decorar a árvore de natal quando você estivesse aqui — revelou, indicando a entrada da sala atrás dele com a mão livre.

— Esse menino está ficando muito mimado, Draco. Retirar Severo de casa apenas por isso? — reclamou Narcisa com dificuldade de conter o seu aborrecimento com a situação.

As Gloriosas Luzes Azuis do Natal | Série Obscuro Desejo | Parte 3Onde histórias criam vida. Descubra agora