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Pitter fixa os olhos em Josye, ela outra vez se enche de culpa por não ter saber responder suas perguntas . Com sua demora, o menino repete cheio de agonia

_Não sabe mesmo onde eles moram, tia Josye?

Ela se senta no sofá e olha ao redor, todas as crianças do orfanato estão no parque, mas o garoto escapou de novo para ver Josye.
Pitter se senta do lado dela esperando ansioso por sua resposta, que é dada com muita relutância.

_Pitter, meu anjo, sabe que não posso falar nada sobre seus pais. Imagino a angústia que esteja sentindo, mas infelizmente não posso ajudar você nisso.

_Mas a senhora disse que conheceu eles...

_Sim, eu disse, e para um menino de seis anos você tem um memória de dar inveja, sabia?

_Eu tenho sete.- ele diz franzindo a testa

_Não, seu aniversário é semana que vem! Aliás, quero sua ajuda para escolher a decoração, e o bolo! Vai querer de chocolate?- ela diz tentando distrair-lo.

O menino desce do sofá e volta apresentar os seus argumentos para que conte a ele de onde ele veio. Pitter insistia naquilo desde que a mulher deixou escapar que conhecera a mãe dele, ele se recusava a abandonar a esperança de conhecer seus pais e de finalmente poder estar com eles. Por sua vez, Josye detestava cada argumento do menino, principalmente por saber que estavam certos.

_A senhora nem sabe se é meu aniversário mesmo! Comemoramos o dia em que fui deixado na porta, e não o dia em que nasci porque ninguém sabe quando foi!!!- ele diz irritado, e depois de suspirar o menino confessa baixinho com certa dificuldade- Eu estou cansado, tia Josye. Todos os dias alguém leva uma criança, e eu sei que é feio ter inveja, mas eu odeio ver que... Ninguém me quis de novo.- seus olhos marejados destruíam o coração de Josye, que o ouvia atentamente - Realmente não desejo que se canse de minhas reclamações, mas me sinto muito mal, tia Jô, por isso peço tanto que me diga onde meus pais estão! Se quiser, eu dou meu jeito e eu mesmo posso ir até eles, somente me diga que posso vê-los!

Pitter encarava a moça com os olhos brilhantes e cheios d'água, desejando com todo seu ser ouvir um sim.

_Foi um erro dizer para você que eu os conheci, e eu lamento por isso, meu pequeno. - Josye escolhia as palavras com cuidado- Sabe que se estivesse em minhas mãos já teria o levado para minha casa e cuidado de você como se fosse meu! Mas... Não sou eu quem decide essas coisas. Sou apenas uma supervisora do orfanato, querido. Eu sinto muito.

Pitter soluça enquanto as lágrimas rolam pelas suas bochechas avermelhadas. Josye se abaixa ao lado dele, mas o menino recusa seu abraço, então somente o segura pelo rosto enxugando suas lágrimas.

_Por favor, não odeie sua tia Jô! Sabe que não queria magoar você meu menino...

_Eu sei... Eu já imaginei que fosse ser assim. Não é sua culpa- ele diz olhando pros pés descalços e sujos.

_Fico feliz por pensar assim, meu anjo, Deus se alegra por abandonar a ira e escolher o perdão.

Pitter levanta os olhos surpreso

_Mesmo?

_Uhum- ela diz assentindo- Ele está muito feliz com você, pequeno Pitter.

_Uau...estou feliz por ter deixado Ele feliz.

Ele olha para o céu através da janela, e o sol em seu fulgor da manhã ilumina o rosto de Pitter, que sorri como se visse Deus o cumprimentar.

O sorriso de Josye acompanhou o seu, pela sinceridade e amor que aquele menino irradiava , "Ainda há esperança"
sussurrou em seu coração.
Josye suspirou aliviada, e ainda segurando a mão dele, se levantou

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