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Em algum lugar perto dali...

Marky se vê outra vez preso nos olhos de sua pequena menina.

Angelynne, que estava com as pernas esticadas sobre o tapete, esperava ansiosamente o pai responder sua pergunta, já o homem de olhos claros estava indeciso em atender ou não seu pedido.

_Não sei se sua mãe vai gostar disso, Angel...- ele diz passando a mãos sobre os seus cabelos escuros, que segundo sua mulher, combinavam muito com a barba,

A menina fechou a Bíblia sobre seu colo e passa a usar seu tom de súplica com o pai

_Meu pai, sabe que ela adora piquenique! Ela chega suuuuper cansada, merece isso! Eu tenho certeza de que vai ficar radiante quando ver a surpresa que nós preparamos!!

_Exatamente, Angel: ela chega exausta. Melhor deixarmos isso para outro dia.

Angelynne cruza os braços

_Quando o senhor trabalhava com os Anthuryms a gente sempre fazia piquenique, seria injusto não fazer nada pra ela!- ela vê o pai estreitar os olhos, então apela, vendo que está quase conseguindo- por favor meu pai, ela vai adorar, acredite em mim!

Marcky meneando a cabeça se cansa de resistir.
Se sentindo vencido pelos olhos cativantes da filha, se levanta do tapete da sala e estende a mão para ela

_Não se acostume com isso, está bem?

_Não vai se arrepender, papai, eu juro!Mamãe vai dar pulos de alegria!!- Angelynne diz se levantando animada, segurando firme sua mão.

Apesar da vida simples no campo, Marcky dava seu melhor para que fossem felizes, e para que Angelynne nunca perdesse a noção daquilo que realmente tinha valor.

A menina deixou o pai e correu com um sorriso enorme para cozinha, toda estabanada. Angelynne já tinha seis anos, mas as vezes tinha um pouco de dificuldade para correr. Vivia tropeçando nas brincadeiras de pique pega, ou em qualquer corrida, a pobre Angelynne sempre ficava em último lugar!
Em certa ocasião, chegou a receber o apelido de lesma loura.
E por incrível que pareça, isso não era um problema pra ela.

Quer dizer, depois de bater em alguns coleguinhas a raiva dela desaparecia, assim como os apelidos.

Mas apesar de se irritar e se aborrecer, ela não deixava os pensamentos dos outros serem maiores do que seus anseios. O fato de todos duvidarem não foi impedimento para que ela continuasse acreditando, visto que seu sonho sempre permaneceu o mesmo : ser uma bailarina.

Era o que Cibelle, sua mãe, mais estimava na filha! E também foi algo que a atraiu no caráter do pai da garotinha: Nunca foi seu forte sonhar de acordo com a realidade. Não que Markcy vivesse numa utopia, porém a esperança que aquele homem irradiava fazia Cibelle e Angelynne terem a certeza de que tudo era possível, independente das dificuldades, pois Deus estava com eles.
Eram os camponeses mais felizes daquela aldeia.

Marcky e Angelynne continuaram com o plano do piquenique, ambos cheios de animação preparando a tal surpresa. Ele foi em direção aos armários para pegar alguns doces, organizava sobre a mesa os bolinhos e biscoitos preferidos de sua esposa.
Enquanto isso, Angelynne se sentou diante daquela pequena mesa de madeira, e passou a preparar a cesta para o passeio, forrando com alguns tecidos cheios de bordados, feitos por sua mãe.

_Papai?

_Filha?

_Acha que ela vai ficar chateada se comermos um pouquinho enquanto ela não chega?

Ela ouve seu pai rir

_ É bem provável, Angelynne. Mas podemos guardar esse segredinho, certo?

Angelynne sorriu com a ideia, e terminando sua parte daquela missão pegou um bolinho e perguntou outra vez para seu pai

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