Pelos Anéis de Saturno

Prólogo

Por volta do ano de 2500, o planeta se encontrava muito debilitado. A causa disso era óbvia: os abusos feitos pelos seres humanos. As temperaturas estavam cada vez mais extremas; grandes cidades perderam parte de seu território, por conta do alto nível do oceano. Todo lugar que se olhava, era possível enxergar a poluição do ar, pela tamanha quantidade de gases do efeito estufa. Muitas pessoas estavam doentes e na miséria, e viviam na região central da Europa, fugindo do calor extremo e áreas alagadas.

Até que em um dia, os cientistas que buscavam desesperadamente por uma saída, talvez por obra divina, encontraram em um ponto remoto do sistema solar um buraco de minhoca, que levaria os humanos até um outro universo recém-descoberto, onde o planeta Saturno era perfeito para ser habitado. No fim das contas, a teoria do multiverso era real.

Começaram então os trabalhos para a construção de um ônibus espacial grande o suficiente para transportar toda a população restante, que não passavam de dez mil pessoas naquela época.
Um ano e meio após o início do projeto, depois de muitos testes e tentativas falhas, tudo se encontrava finalmente pronto. E todos os que conseguiram resistir durante a preparação, arrumaram suas coisas e subiram à bordo.
Mesmo na passagem pelo portal, algumas pessoas não resistiram, sobrando cerca de sete mil pessoas.
Restava aos sobreviventes uma única alternativa: se adaptar ao lugar e reconstituir a raça humana.
Naquele dia, os calendários foram zerados, sendo atualmente o ano 1129.

Para evitar a degradação do novo planeta, os humanos passaram a viver como os anteriores, se comunicando por cartas, telefones antigos e rádios para entretenimento.
O preconceito também passou a ser mínimo, pois para evitar mais desastres, os humanos se esforçaram para viver em harmonia, mas isso não queria dizer que ele havia acabado de vez, já que algumas famílias voltaram ao regime patriarcal.
As repúblicas acabaram, dando lugar a monarquia novamente. E todos os anos, os reis e rainhas se reuniam para debater assuntos importantes, celebrar a paz e união entre a humanidade. Esse encontro foi chamado de "A Convenção". Mas também haviam as reuniões de emergência para casos mais delicados.

A aparência de Saturno era tão linda quanto a Terra.
O céu tinha um tom bege e nuvens amareladas. Mesmo durante o dia, era possível avistar algumas das luas que cercavam o astro. Já à noite, o céu se tornava transparente, e assim era possível ver a beleza do universo, até mesmo Júpiter dava o ar de sua graça ao longe. Um verdadeiro espetáculo para os amantes e apreciadores.

Para evitar que as pessoas se sentissem sozinhas e desenvolvessem problemas psicológicos, cientistas e alquimistas trabalharam juntos na criação de seres pequenos e falantes, semelhantes aos animais que habitavam a Terra, para fazer companhia aos seus protegidos. Eles foram denominados de "Guardiões".
Sempre que uma criança nascia, recebia um guardião que acabara de ser criado também. Mas as personalidades dos guardiões era únicas, assim com as dos humanos. E eles só tinham a capacidade de se comunicar com o próprio protegido e outros guardiões, nunca com humanos à parte.

Em todos esses anos, tudo permaneceu pacífico, já que as antigas guerras não passavam de discussões debatidas nas convenções anuais. Porém, com a morte do rei do reino de Pã, potências maiores desejam se apoderar do território, e a rainha terá de demonstrar um pulso firme para reger seu povo, enquanto zela por sua família.

Nota da autora:

Você que está iniciando este livro, agradeço desde já por ter tirado seu tempo vindo aqui. Espero que encontre aquilo que busca nessa história, pois nela há de tudo um pouco. Se gosta de romance, irá suspirar. De comédia? Não se preocupe, pois os Guardiões cuidarão da diversão.
Aqui a fantasia e a ficção científica andam lado à lado, preenchendo a mente do leitor com toda a minha criatividade.
Desejo que se apaixone por cada personagem e se encante com as belezas de Saturno.
Tenha uma ótima leitura!