"Não se desespere, espere por mim, se isso é o destino, vamos nos encontrar novamente."
Lilium~
Lilium Blackwell.
Esse era realmente seu nome?
O primeiro ou último nome, esse seria?
Ela se perguntava.
Ela não sabia o porque perguntava.
Talvez fosse culpa das visões, ou seriam sonhos?
Sonhos, vamos começar com sonhos.
Os sonhos de Lilium ficavam mais confusos conforme os dias de sua mudança se aproximavam, ela estava nesse momento dentro de um avião prestes a pousar na pequena cidade para qual seus avós haviam se mudado a alguns anos, e foi inevitável se recordar daqueles sonhos estranhos.
Na noite anterior, em seu último dia em Miami, aquele lugar praiano, quente e desagradável - para Lilium ao menos - ela teve o sonho que mais se recordou e visualizou, isso desde o começo dos mesmos.
O sonho começou com uma mulher mais velha, era ela, Lily sabia disso, que passava as mãos por fios de cabelos loiros naturais e curtos, de um homem que tinha a cabeça confortávelmente deitada em seu colo.
Havia também uma mulher loira, e dois rapazes de pele pálida com cabelos escuros presentes no sonho, a mulher apoiava sua cabeça nos ombros de Lily, deixando seus cabelos longos e dourados serpentearem lindamente pela pele negra de sua espécie de mãe, e juntas as mesmas cantarolavam uma canção, que possuía sua melodia confortável sendo tocada em um piano antigo, por um dos meninos presente.
"Você parece estar impressionantemente cada dia melhor querido!" Lily dizia em um elogio exagerado e maternal.
O rapaz se virava e ela só conseguiu ver um sorriso envergonhado e embaçado antes de seu sonho acabar.
Aquele momento, Lilium sentia falta dele. Ela não sabia porque.
Seu telefone tocou no momento em que ela saiu da sala de desembarque, ela o puxou da confusão de sua mochila, o única bagagem que ela carregava, e abriu o mesmo, atendendo a ligação que era feita por seu avô.
- Papa!- Ela chamou o homem.
David King riu ao escutar a voz animada da Neta, como a única figura paterna que a mesma conheceu foi normal ela começar a chama-lo assim ainda em sua infância, por isso ela até mesmo chamava sua avó de Mama.
- Minha flor, suponho que desembarcou já que me atendeu, só te liguei para avisar para não sair correndo logo que chegar, sua avó quer lhe fazer uma surpresa e foi te buscar. - Surpresa essa que Papa estragou, Lily riu.
-Papa, Mama vai te matar quando souber que me contou. - Ela alertou o mais velho, e ouviu um som de escárnio vindo do mesmo do outro lado da linha.
- Garota, sua Mama não me mataria, ela me ama demais para fazer isso. E você, vai fingir surpresa ao vê-la. - Lily riu ao concordar, e logo desligou a ligação.
A garota não ficou muito tempo perdida no local, já que após apenas alguns passou ela sentiu um puxão familiar vindo em sua direção, uma ligação estranha que ela tinha desde jovem com sua família paterna, e uma ligação que ela nunca presenciou com sua próprio mãe.
Logo Lily avistou sua amável Mama, uma mulher branca, de cabelos negros sem qualquer fio branco, e corpo esguio, com a aparência jovem demais para alguém que já tinha uma neta de 19 anos, se Lily não soubesse melhor sobre sua ligação, ela acreditaria que ouve algum problema na veracidade do nascimento de seu pai.
- Minha pequena flor!- Sua avó exclamou ao vê-la, e balançou de um lado para o outro um cartas coberto de desenhos de Lírios e glitter, com as mesmas palavras que sua avó gritou escritas no papel.
- Mama! Está tão linda como eu me lembrava! - Lily riu quando sua avó jogou o cartaz e lhe abraçou apertado, enchendo seu rosto de beijos.
A garota estava feliz demais para ligar para o quanto aquilo poderia ser vergonhoso aos olhos de qualquer jovem normal em pleno 2001.
Ao ser solta dos abraços de sua avó, foi como se uma das peças do quebra cabeça que era sua vida, fosse encaixada.
- Mama, que surpresa vê-lá aqui!- Lily riu quando sua avó lhe deu um tapa de brincadeira e revirou os olhos.
- Lilium, sou casada com seu Papa a mais de décadas, eu sei quando ele fez algo, e eu sei que ele te ligou! - Lily riu e agradaceu ao céus por não ter que fingir para sua avó. Lily se conhecia, e ela era uma péssima mentirosa e atriz.
- Tudo bem Mama, vamos logo que quero ver o Papa! - Liliam olhou com carinho para a mais nova e aceitou ser arrastada para fora do aeroporto, por sua neta.
•••
- Minha doce lobinha!
Foi a primeira coisa que Lilium escutou assim que desceu do carro de sua avó. Seu avô saia de dentro da casa antes mesmo do carro estacionar, e pegou Lily no colo no momento em que abriu a porta do carro.
Lilium estava se sentindo confortável demais para ligar de ter sido pega no colo como um bebê por seu avô.
A cena deveria estar sendo divertida para os vizinhos curiosos, que vigiavam sua família de suas janelas, os quais Lily fingia não notar. O homem alto e negro que mais parecia um grande prédio, carregando uma garota desnutrida e pequena no colo.
- David solte a menina! - Sua avó chamou o marido, com um grito falsamente irritado, o que só causou risos nos outros dois.
- Papa! Estou cansada me leve assim! - Lily agiu como uma criança folgada, fazendo os mais velhos ficarem felizes pela sua menina ainda ser tão adorável, independente de tudo que eles sabiam ou apenas suporam que ela passou com sua mãe tão longe dos mesmos.
- Tudo bem, Papa vai te levar para dentro, você está em casa agora pequena loba. - Seu avô sorriu e bagunçou os cabelos da mais nova que sem perceber realmente começou a pegar no sono.
- Eu já lhe disse que ela não é uma loba, Marido! - Lily pareceu escutar ao longe a voz de sua avó falando com o avô antes de cair no sono.
- Claro, claro, ela é como você. Mas ainda é minha neta, me deixe sonhar querida. - Liliam riu do marido e não falou mais.
A mulher sorriu e continuou apenas a observar o homem levando sua pequena menina adormecida de volta para a segurança de sua casa.

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Aurora - Carlisle Cullen
Fiksi Penggemar(Antiga "Lírio entre os Espinhos- Carlisle Cullen) Lilium Blackwell pode ser descrita como muitas coisas, devotada, sabia, apaixonada, maternal e experiente, são algumas delas. E essa seria uma boa descrição a uma mulher vivida, madura e que esteja...