Ascenção da Dinastia

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Eu estava sentado em uma cadeira no topo de um palácio de madeira, ao meu lado direito, estava Lena, com um diadema, enquanto eu usava uma coroa de ouro com algumas pedras cravejadas, usavamos um roupão prateado, com a imagem de um dragão verde e vermelho.
Os céus noturnos nunca estiveram mais bonitos, até que lançaram aos céus, fogos de artifício que formariam um imenso par de olhos, e quando eles estouraram, um imenso grito de agonia foi ouvido por todos, e vinham dos olhos, que choravam incessantemente, até que se desfizeram, todos estavam em choque, e a festa de repente parou, e ninguém falou mais nada, mas sabíamos que o burburinho começaria o mais breve. Senti uma sensação, como se alguém me perseguisse, mas relevei, pensei que fosse mais um dos meus ataques súbitos de todas as coisas bizarras.
Eu e Lena fomos escoltados até um castelo de madeira vermelha, com um lindo jardim e muros maiores do que as muralhas da China. E Lena apertou minha mão e olhou no fundo dos meus olhos.

— Estou com uma sensação, não muito agradável momentaneamente. — Disse Lena olhando para mim.
— Calma Lena, já estamos chegando, fique tranquila. — Falei com intuito de acalmar à Lena.

Assim que chegamos dentro do castelo, mais da metade dos guardoas que nos escoltavam ficaram do lado de fora do castelo, e os que sobraram entraram conosco. Olhei para o canto superior das paredes, e em todas haviam armadilhas que me pareceram bem elaboradas.
Subi uma grande escada vermelha até um cômodo pequeno destinado a mim, e Lena subiu a escada do lado contrário da sala, e foi para um quatro que não pude ver.
Uma luz forte machucou meus olhos, mal pude abri-los direito, me senti fraco, me senti louco, como se eu tivesse perdido o que me faz humano, mas deitei em uma enorme cama que ficava virada de frente para uma janela, havia a vista mais maravilhosa que eu poderia deslumbrar, me ecantei, mas saí do quarto e fui ver se Lena estava bem, e desci as escadas para subir a escada que dava para o quarto dela e entrei, e ela estava deitada escrevendo em um caderno rosa com espiral branca, de roupa intima, tapei meus olhos e falei com Lena.

— Lena, se vista, vamos sai daqui, por favor ? — Falei com os olhos tapados e um pouco sem graça.
— Ah sim, mas, não bate na porta não?
— É que eu pensei que você estava de roupa, não deu tempo de nada direito, pensei que estava vestida... — Estava ainda mais sem graça do que antes.
— Ah, tanto faz, vou me vestir, vá para seu quarto, eu chamarei você. — Lena falou com um tom de voz ameaçador.

Saímos pela porta do palácio que nós estamos, e tudo estava iluminado, todos estavam do lado de fora, se divertindo, dançando, com um sorriso convidativo no rosto. Passamos por um jardim verdadeiramente lindo, com areia, pedras grandes, um pequeno riacho cheio de peixes, e uma cerejeira, e enfim chegamos ao portão nos arredores do palácio, e saímos.
As risadas eram irreais, as pessoas estavam tristes, pareciam que não possuíam coração, estavam pálidas, e pareciam-se todas umas com as outras, não expressavam nenhuma emoção, frias, mortas. Lena não sabia ao certo para onde ir, ela estava perdida, parecia estar relaxada. Andamos em frente para ver se encontraríamos alguma coisa mais interessante do que isso, mas tudo estava igual, silêncio, mas podíamos ouvir o burburinho ao fundo.
Vimos mais fogos de artifício nos céus, e ouvimos pessoas gritando, e corremos para ver aonde estavam.
Uma criança chorando nos parou, estávamos sós naquele lugar, e isso nos causava certo medo.

— Vocês não parecem ser pessoas como essas, por que andam assim nas ruas? — Disse o pequeno garoto que nos parou.
— Aonde estão seu pais? Eles estão por perto? — Eu estava preocupado, ele deveria ter aproximadamente 8 anos, não sabia o que poderia acontecer. De fato, eu não tinha ideia do que poderia acontecer.

O pequeno menino colocou suas mãos em seu rosto, e começou a chorar, sentou-se no chão, e parecia desesperado, então o segurei no colo, e o levei comigo.
Estávamos na entrada de uma beco sem saída, e estávamos desnorteados tentando adivinhar de onde estavam vindo os fogos de artifício, e então, fizemos o caminho de volta, para retornar para a praça, e levamos o pequeno conosco.
Assim que chegamos na praça, ouvimos a gritaria, o som dos fogos, palavras sendo jogadas ao vento, no entanto, não vimos sequer uma pessoa em seu estado mais são de consciência, mas, no topo de um dos prédios que cercavam a praça, uma pessoa de vestes douradas, que parecia estar meditando, ou pelo menos, muito alcoolizado, mas relevamos e continuamos andando em círculos, até que alguma coisa acontecesse, mas, nada aconteceu, e ouvi o arrastar de correntes e espadas não muito longe de onde estávamos. Seguimos o som até que parecesse estar a nossa frente, e me assustei ao ver a mulher que estava em cima do prédio com uma corrente amarrada em seu pescoço, e empunhando uma espada de ouro em sua mão direita. Ela fixou seu olhar em minha direção, e começou a chorar.

— Meu menino, olha o que fizeram com o meu garoto. O que fizeram com ele? Como puderam? Ele é só uma criança. — Disse a mulher chorando e com sua mão esquerda em seu coração, apertando seu peito. Lena pegou o garoto do meu colo, e o segurou, enquanto ele abraçava seu pescoço, e escondia seu rosto em seu peito. — Vejam o que fiz com os últimos que fizeram o mesmo com meu anjinho. — Ela apontou com a espada para três corpos caídos, com suas cabeças decepadas.
— Nos desculpe, não sabíamos que ele é seu filho, é que ele estava sozinho no meio da rua. Não fizemos nada com ele. — Disse Lena andando para trás, e colocando o filho da mulher no chão.

Assim que os pés do garoto encontraram no chão, Lena deu um grito alto e incrivelmente agudo, e seu pescoço estava sangrando, corri para ver o que tinha acontecido, e assim que olhei para ela e para o menino, e ele estava com seus dedos cravados em sua pele, e a puxando para cima, e tentei faze-lo tirar as mãos dela a todo custo, até que ele começou a chorar quando encostei em sua barriga para puxa-lo para longe dela.
A mulher imediatamente cravou sua espada no chão de mármore, e gritou.

— Tirem as mãos do meu filho, não vêem o que fazem?

Assim que ela terminou de gritar, ela tornou a chorar, e empunhou sua espada, e colocou-a sobre seu ombro, e correu em direção a Lena, e ainda chorando, parou em sua frente, e acariciou seu rosto, pálido, e a empurrou pra trás. Enquanto Lena estava no chão, ela ergueu sua espada, e o garoto abraçou sua perna, e ela golpeou, tirando a vida de seu próprio filho. Lena se pôs a chorar.

— Como não viu que ele estava aqui? — Disse Lena com os olhos cheios de lágrimas.

A mulher então gritou por ajuda, ela não parecia estar sã, ela se deitou ao lado do cadáver de seu filho, e o cobriu com sua roupa, e ouvimos um choro ecoando por debaixo das vestes. A noite ficou ainda mais escura e sem vida, um verdadeiro terror. A chuva caindo sobre nossas cabeças, e ela se ergueu do chão com seu filho no colo.

— Ele não vos parece irreal? — Ela gargalhou e Lena saiu de perto dela. Então ela tentou golpear a mim.

Pude sentir a espada perfurando minha barriga sem a mínima dificuldade, estava claro que ela havia atravessado meu corpo, foi então, que gritei por Lena, e ela segurou minha mão enquanto os céus ficavam claros e o sol nascia. Aquele teria sido um lindo dia. A misteriosa mulher, com seu filho, se juntou aos cadáveres, e desapareceu.

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