6. Garanhões na Espuma

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Jimin

Ao finalizar seu jantar, ele continuou a me olhar descaradamente.

— O que foi?

Murmurei de boca cheia, engolindo a última porção do meu prato.

Jungkook suspirou.

— Me desculpe por ontem. — parecia uma criança birrenta fazendo algo a contragosto. — Rosé me ligou.

Ergui as sobrancelhas.

Hmmm, parece que temos uma dedo duro entre nós.

— Me desculpe se te fiz chorar. De novo.

Baixei o olhar, tomando um gole de água.

— Mas eu já te falei sobre isso, não falei, Jimin?

— Você não namora.

— Não.

Voltei a observá-lo e desejei não ter feito isso. Ah, ele era tão lindo...

— E eu posso trazer quem eu quiser para minha casa, você também sabe disso, não sabe?

Assenti, acanhado, mas sabendo que era verdade.

Ele assentiu junto comigo, como numa tentativa de querer acentuar mais ainda o que ele havia dito, para que eu entendesse completamente sua mensagem.

Ele não era meu namorado. Eu não tinha porquê ficar chateado por ele transar com outras pessoas. Era o que ele queria que eu entendesse.

— Eu entendo. — verbalizei, cabisbaixo de repente.

— Ótimo. — ele suspirou, levantando-se. — Vou dormir, tô cansado pra uma porra.

— Tudo bem... — murmurei inutilmente, já que ele não ouviria, praticamente dentro do seu "quarto".

Enquanto isso, fui lavar a louça do nosso jantar.

A ausência de roupas dele acompanhada daquela toalha branca estava me dando nos nervos, mas tentei não demonstrar muito para não parecer um louco necessitado.

Apesar de ser o que eu era, a esse ponto.

Levei cerca de 10 minutos para terminar de guardar tudo após lavar, e então senti a necessidade de me lavar. Eu estava grudento de suor, mesmo com o ar condicionado do loft ligado, e lembrei que não tomei banho ao chegar da escola.

Praticamente corri até o luxuoso banheiro de Jungkook e me pus a tomar um banho relaxante, com imagens dos últimos dias vindo à tona.

Já era a terceira noite que eu dormia fora de casa desde que meu pai fizera Jungkook sofrer um acidente por puro ódio, além de bater nele na noite do Ted's.

Eu fico imaginando, desde quando ele sabe? Seria desde quando voltou? Naquela madrugada em que o Jungkook foi me deixar em casa no seu carro e nos beijamos lá em frente... Ou terá nos visto no Ted's no domingo, de alguma maneira?

O acidente foi depois de lá... Se bem que pela tamanha covardia que meu pai possuía, ele não colocaria nem um dedo do pé sequer dentro de um bar gay para insultá-los de dentro. Ficaria de fora.

Massageei bem o couro cabeludo com aquele shampoo cheiroso.

E hoje, com minha mãe me pedindo para voltar pra casa... Foi impossível rejeitar a oferta. Eu sentia sua falta, ainda mais pelo seu amor radiante que eu sentia sempre que estava perto.

Ela não odiava o Jungkook como meu pai. Muito menos me odiava.

Parecia a situação perfeita. Eu sinto falta de casa. Mas mesmo sem odiar meu pai, eu não conseguia voltar para lá com suas condições malucas.

PROUD  [jikook +18]Onde histórias criam vida. Descubra agora