Espadas & Beijos

Capítulo 2

Os sonhos mais lindos
sonhei.
De quimeras mil, um castelo ergui.

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O sol da manhã penetrava suavemente pelas cortinas de seda do quarto de Rowena, anunciando um novo dia. Seu coração estava pesado, assim como sua mente, repleta de pensamentos conflitantes. A noite anterior havia sido um turbilhão de emoções no jantar de noivado, onde o destino de toda uma nação parecia ter sido decidido.

Enquanto se levantava da cama e caminhava até a janela, Rowena contemplava os jardins do palácio, agora banhados pela luz matinal. Sua mente vagava entre as memórias do jantar e as expectativas impostas a ela. Ela não podia negar que o príncipe Ezra era um homem de aparência nobre, mas seu coração se recusava a aceitar esse destino imposto.

Rowena sabia das circunstâncias que levaram a essa situação. A guerra entre os reinos há muito assolava as terras, e a união entre ela e o príncipe do reino vizinho era vista como a única solução para acabar com o derramamento de sangue. Mas é seu desejo por amor verdadeiro? E sua crença na liberdade de escolha?

Enquanto contemplava o horizonte, Rowena sentiu uma inquietação crescente dentro de si. Ela não podia se conformar com a ideia de se casar por dever e não por amor. Ela ansiava por uma vida em que pudesse seguir seu próprio coração, tomar decisões baseadas em seus desejos e não nas obrigações impostas pelos outros.

Ao sair do quarto, Rowena encontrou sua leal amiga e conselheira, Selenia. Havia se esquecido de que tinham marcado de se encontrar para uma caminhada logo cedo. Selenia notou a expressão pensativa no rosto da amiga e perguntou com preocupação:

— Rô, o que a aflige? Sinto que algo está incomodando seu coração.

    Rowena sorriu para sua confidente e respondeu:

— Estou cansada de ser apenas uma peça no jogo político, S. Anseio por encontrar meu próprio caminho. Não posso aceitar essa união sem lutar por minha própria felicidade.

    Selenia olhou para Rowena com apoio, sabendo que a jornada que se seguia seria difícil.

— Saiba que estarei ao seu lado em qualquer decisão que tomar, como sempre estive. — Ela disse com afeto. — Mas lembre-se que o que está fazendo servirá de ajuda para o seu reino, e pense pelo lado bom, o Príncipe Ezra é jovem como nós! Já vi casos de princesas que antes dos dezessete casaram-se com Reis velhos e barrigudos. — Disse, com humor.

    Rowena sorriu levemente com a tentativa de sua amiga de pôr fim em seu desânimo. Ela sabia que podia contar com Selenia, independente das escolhas que fizesse.

— Você sempre encontra uma maneira de me fazer sorrir, S. E você tem razão, o Príncipe Ezra é jovem e talvez, mas só talvez, compartilhe dos mesmos anseios que eu.

    Selenia assentiu, orgulhosa da coragem de sua  amiga.

— Venha, vamos dar um passeio pelos jardins e conversar mais sobre isso. Tenho certeza que encontraremos uma solução que seja fiel ao seu coração e também benéfica para o reino.

...

— Sua tia Catarina está vindo para cá. — Anunciou Killian, no jantar. A relação entre ele e Rowena ainda estava turbulenta, onde Rowena respondia suas perguntas com palavras monossilábicas.

— Por quê? — Rowena perguntou, arrependendo-se imediatamente, percebendo que estava dando abertura para seu pai continuar a conversa.

— Para ajudar nos preparativos do casamento. — Nesse momento, a realidade de um casamento pareceu ainda mais clara para Rowena. — Ela já casou cinco filhas, sei que pode ajudar com alguma coisa.

    Rowena preferiu não prolongar a conversa, respondendo-o com um aceno de cabeça. Sua mãe, a rainha Priya, observava tudo calada. Sua filha já havia visto-a contestando as ideias de seu marido diversas vezes, mas, dessa vez, sabia que isso era quase impossível de acontecer. Ela sabia que era o melhor, talvez a única solução.

Lá fora, a situação em Mwale era precária. Rebeldes se aproximavam mais e mais das fronteiras do castelo, com sede de vingança pelos soldados mortos em combate. Rowena não sabia, mas, fora do conforto de seu palácio, plebeus eram torturados e forçados a dizer a localização da entrada dos muros do castelo.

— Com licença, estou cansada. — A princesa murmurou, indo para seu quarto antes de ouvir a resposta de seus pais.

    Recostou-se no parapeito da janela, vendo como o céu estava claro aquela noite. Sem imaginar quando veria um céu estrelado tão bonito novamente, após ir morar no reino de seu futuro esposo.

...

Este capítulo é apenas um rascunho, sem revisão e sujeito a erros de escrita.