Primeiro beijo - Tanka

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Capítulo 1

Pedido de namoro - Tankan 

 Tanjiro Kamado

 Tão linda.

 Kanao é a borboleta mais linda dessa mansão. Seus cabelos escuros são uma imensidão secreta que quero desvendar. Seus belos olhos, os quero em cima de mim, com um jeito carinhoso. Seus lábios rosados… Tão perfeita.

 Já faz um certo tempo que eu venho sentindo essas coisas pela minha amiga. Mas, como um covarde, venho fugindo desses sentimentos. Não sei como dizer para ela que estou apaixonado. 

 Shinobu nos chama para dar-nos uma missão. Para minha surpresa, ela nos separa em duplas, eu com a Kanao. 

 Sinto a felicidade crescer em mim. Talvez um tempo sozinho com a borboleta, faça surgir a coragem que necessito para me declarar.

 Depois de prontos, a encontro no portão da mansão borboleta. 

— Oi! — como resposta, ela apenas dá aquele sorriso doce de sempre. Caminhamos juntos até o bairro que está com problemas. 

 Teremos que investigar o sumiço de uma mulher, uma missão rápida pois já temos muitas informações sobre o caso. Se formos rápidos como Shinobu espera, podemos voltar para casa ainda hoje.

 Durante a caminhada, tento pensar em um assunto para falar com ela. É difícil arrancar muitas palavras da Kanao.

— O dia está bonito, não acha? — comento e ela sorri, aquecendo meu coração. — Espero que dê tudo certo.

— Somos uma boa dupla, irá correr tudo bem. — fico feliz por ela falar comigo, ainda mais por ter dito isso.

— Sim, nós somos.

 Chegando na cidade, logo achamos uma casa abandonada, onde é quase certeza que o Oni está se escondendo. Entramos no local silencioso, as paredes Estão desgastadas e sinto um leve cheiro de sangue. 

 Kanao dá um gritinho, o que me assusta. Quando a olho, seu pé afundou numa tábua solta.

— Está tudo bem? — pergunto lhe estendendo a mão. 

— Sim. Obrigada. — depois de ajudá-la a se recompor, continuamos a caminhada. Kanao está andando com um pouco de dificuldade, percebo que há um pequeno corte no seu tornozelo.

— Está doendo? — nega balançando a cabeça. — Quando terminarmos a missão, eu faço um curativo em você. Por hora, venha. — damos as mãos.

 Conseguimos derrotar o Oni nos próximos minutos. Não foi tão difícil, é um Oni fraco. Depois, como já está de noite, resolvemos ficar numa pousada. 

 Está bem cheio, mas conseguimos um quarto para nós. É meio constrangedor dormir no mesmo quarto que a Kanao, mas vou tentar agir normalmente. O quarto tem uma cama de casal e um sofá.

— Kanao, pode dormir na cama, eu durmo no sofá, ok? — sem me responder, pega minha mão e me puxa para a cama. — O que foi?

— Irá ficar com dor nas costas se dormir no sofá. Podemos dividir a cama, não tem problema. — sorri.

 Deitamos na cama, de costas um para o outro. É uma situação estranha. Eu nunca dividi a cama com nenhuma mulher, claro, com exceção de Nezuko ou minha outra irmãzinha que morreu.

— Tanjiro. — sua voz macia é sussurrada no meu ouvido, me fazendo arrepiar por inteiro. — Posso dizer uma coisa? 

— Claro. — tento me virar, mas ela me impede me abraçando por trás. — Kanao?

— Não consigo dizer com você me olhando. — Me aperta. — Eu… Eu gosto de você.

 Arregalo meus olhos.

— Você… gosta? 

— Sim. Eu não entendia muito bem o que era meus sentimentos, mas a mestra me explicou que o que eu sinto, se chama amor. Estou apaixonada por você, Tanjiro. — estou totalmente sem reação. 

 Respiro fundo. Faça alguma coisa, Tanjiro! 

 Toco sua mão suavemente.

— Eu também te amo, Kanao. — consigo me virar para ela, que está toda vermelhinha. Dou um sorriso. — Posso lhe dar um beijo? — parece surpresa, mas no momento seguinte, concede a permissão. 

 Assim, damos nosso primeiro beijo. O primeiro de muitos.

Dois Corações - Coletânea De One-shotsOnde histórias criam vida. Descubra agora