Capítulo 3 - Mundo pequeno

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Pov Agatha

Acordei na manhã seguinte com uma dor de cabeça terrível, que só aumentava cada vez mais com o barulho irritante do meu celular, que claro, prontamente foi ignorado.

Tentei abrir os olhos, mas a claridade me incomodou logo de início, então voltei a fechá-los dando conta que o silêncio finalmente voltou a reinar no ambiente. Depois de alguns segundos ousei voltar abri-los vagarosamente para que eles pudessem ir se acostumando com a claridade, e então pude analisar em volta do lugar nada familiar. Onde eu estava? Bom, não demorei descobrir a resposta.

Flashs da noite anterior começaram a vir aos montes em minha cabeça me fazendo sorrir a cada passo que recordava a loucura insana que tinha acontecido. Eu poderia jurar que somente as lembranças daquela morena me dando prazer, eram capazes de me deixar excitada. Contudo, as coisas foram mudando de ânimos quando percebi algo importante... Onde ela estava?

Levantei da cama passeando pelo o quarto apenas para constatar o que eu já sabia. Que pilantra! Falei comigo mesma tentando conter a fúria que sentia aos poucos ir tomando conta de mim. Enquanto na noite anterior eu me esforçava para não parecer uma filha da puta no dia seguinte, ela não parecia ter poupado esforços para fazer o que tantas vezes fiz no passado. O problema é que eu não sabia que isso poderia piorar ainda mais, pois é, piorou quando encontrei um misero bilhete com uma caligrafia um tanto perfeita.

Bom dia! Queria poder te deixar um comprido para enxaqueca, já que imagino que você irá precisar ao acordar, porém infelizmente não tinha nenhum em minha bolsa. Bom, isso pode não te agradar, mas ao acordar precisei sair sem me despedir, porém imagino que apesar de uma noite um tanto quanto divertida a que compartilhamos ontem, não represente um bis para ambas de nós, certo? Acordá-la com beijos e carinhos talvez fosse inapropriado e nos levasse a um rumo que certamente não queríamos, o que só iria acarretar em constrangimento, principalmente porque não sou exatamente o tipo de mulher que combine com romantismo. Então é isso... Ah, mas saiba que foi incrível o que vivemos aqui. Beijos!

Obs: Não se preocupe, já está tudo pago. Inclusive seu café da manhã.

Ass: Milena

Fiquei ali olhando para aquele papel, com dois sentimentos: Primeiro eu desejava mantar aquela maldita para os raios que o parta. Quem ela pensava que eu era? Não é como se ela tivesse saído com uma acompanhante de luxo que se contentava com um café da manhã pago depois de um sexo gostoso. Não que eu desejasse algo a mais com ela, mas porra, não custava nada ser no mínimo cordial após ter gemido enquanto gozava em minha boca. O segundo sentimento era de que ela sem dúvidas era uma pilantra que agora me causava náuseas. Que Deus não me fizesse cruzar de novo no caminho dessa mulher ou eu juro que seria necessário Catarina me pagar um bom advogado, ou levar marmita no presidio.

Novamente meu celular voltou a tocar como um louco me deixando ainda mais irritada pelo o barulho que provocava.

– O que é, inferno?

– Você anda muito satânica ultimamente, sabia disso? Mamãe vai dar uns tapas na sua bunda se não tratar de limpar essa boca suja.

Ouvir a voz chata de Catarina, do outro lado do aparelho eletrônico, me fez fingir estar vomitando, o que certamente a deixaria irritada se ela pudesse me ver.

– O que você quer, Catarina? Eu te juro que farei engolir o maldito cacho de pitombas dessa vez. Já vou avisando que não estou em um bom dia.

Eu realmente não estava exagerando. Não que eu estivesse com meu ego ferido, mas... Porra, eu odeio as Milenas da vida.

– Como o que eu quero? Agatha, vai dá meio dia e você simplesmente sumiu. Não sei se você lembra, mas hoje é o chá revelação do meu filho ou filha, e você ficou de trazer o bolo surpresa que sua cunhada pediu.

Contra quem souOnde histórias criam vida. Descubra agora