Papai

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Meredith saiu com cuidado do carro, segurando Madelyn adormecida em seus braços e sorriu ao ver que Izzie segurava a porta.

— Obrigada, Izzie. — Sorriu, pegando sua bolsa e a mochila de Madelyn e viu a amiga fechando a porta em seguida. Se virou para Denny. — E obrigada pela carona, Denny.

— Que isso, loira. Sempre que precisar. — Sorriu, aproximando para dar um beijo na bochecha de Madelyn, que se mexeu em seu sono mas não acordou. — Bons sonhos, princesa. — Colocou mão no ombro de Meredith. — Boa noite.

— Bem, eu falo com você amanhã, Mer. — Izzie sorriu, lhe beijando a bochecha e acariciando os fios escuros de Madelyn.

Então pegou na mão de seu marido e atravessou a rua para entrarem em casa.

Meredith expirou e começou a andar a porta de entrada de sua casa, abrindo a porta com dificuldade mas respirando em alívio quando o fez. Fechou a porta com um pequeno chute jogou as bolsas no sofá, subindo as escadas em direção ao quarto de Madelyn.

Andou cuidadosa e silenciosamente pelo corredor, indo até a segunda porta a direta e a abrindo. Colocou Madelyn deitada na cama e foi em direção ao seu guarda-roupa, pegando um pijama e a trocando rapidamente. Deu um beijo, ligou o abajur em formato de unicórnio e saiu do quarto na ponta dos pés.

Começou a andar na direção do seu próprio quarto e assim que fechou a porta, começou a tirar a roupa enquanto caminhava em direção ao banheiro. Ligou o chuveiro e respirou aliviada quando a água morna bateu em seus músculos tensos, a relaxando completamente.

Meredith respirou, apoiando a cabeça no azulejo frio.

Ele tinha dito que a amava. Ficou tentando chamar sua atenção no elevador, pegou sua mão, beijou o dorso da mesma e teve a audácia de dizer que a amava. Ele não tinha esse direito e ela sabia disso.

Ele ainda estava com a sua esposa. Ele deveria dizer a própria esposa que a amava e não para sua ex-amante. Mas Meredith não pode deixar de sentir seu coração bater forte quando ele havia dito aquilo. Soou tão verdadeiro. Tão sincero.

Mas ela não podia. Não passaria pelo mesmo inferno novamente. E agora com Madelyn na equação, complicava completamente tudo. Porque no final, ela só queria escondê-la dele e evitar que ele fizesse sua garotinha sofrer como ele havia feito com ela anos atrás.

Saindo de seus pensamentos, Meredith desligou o chuveiro e se secou com uma toalha. Enrolou a mesma ao redor do corpo e andou até seu guarda-roupa, pegando uma calça moletom e uma blusa de mangas longas.

Assim que se vestiu, resolveu dar uma última olhada em Madelyn e se surpreendeu ao encontrar a menininha acordada assim que abriu a porta de seu quarto.

— Ei, docinho. — Sorriu, se escorando no batente da porta. — O que faz acordada?

Madelyn se virou assim que ouviu a voz da mãe e deu um sorriso, apertando seu coelho Teddy em seus braços.

— Mama...

Meredith entrou no quarto, se sentando em sua cama e colocando alguns fios de cabelo atrás de sua orelha, em seguida acariciando sua bochecha.

— Sim, querida?

— Cadê o meu papai?

Meredith travou. Sua mão que acariciava a bochecha da filha caiu e fez um baque surdo ao cair no colchão macio.

Ela estava perguntando pelo pai.

Desde que descobriu que estava grávida, Meredith se preparou para esse momento. Pensou em cada pergunta que uma menininha curiosa poderia fazer assim que descobrisse e percebesse a ausência paterna. Mas ela não esperava que essas perguntas viessem nessa idade.

Ela esperava que isso começasse a atiçar a curiosidade de Madelyn quando ela tivesse talvez sete ou oito anos e não três.

A loira engoliu seco.

— Bem... hmmmmm... da onde... da onde você tirou essa pergunta, meu bem?

— Minha amiga Lisa tava falando do papai dela hoje. — A menina disse, olhando nos olhos da mãe. — Disse que o papai dela trabalhava no supe-melcado. E depois ela pelguntou pa mim. — Então deu um suspiro que quebrou o coração de Meredith. — Mas eu disse que não sabia aonde meu papai morava.

— Bem... hããããnnn... seu pai, Maddie... — Suspirou. — Seu pai... seu pai é um médico.

Ela viu os olhos da menininha brilharem, igualzinho ao dele.

— Sélio?

Muito sério. — Deu um sorriso triste, acariciando os cabelos dela. — Mas ele trabalhava muito, muito longe.

Madelyn ficou confusa.

Poi que?

Porque existem outras pessoas que precisavam da ajuda dele em outros lugares. — Suspirou. — Por isso ele está viajando há muito tempo.

— Oh.

— É... oh.

Então, após alguns minutos de silêncio, Meredith o quebrou.

— Você que ver uma foto dele, amorzinho?

Ela não poderia negar isso. Não poderia negar a filha a ver pelo menos uma foto do próprio pai.

— Sim! — Madelyn pulou na cama animada.

Meredith deu um sorriso pequeno e foi rapidamente em seu quarto, revirando uma das gavetas e pegando uma foto amassada.

Assim que voltou ao quarto de Madelyn, a menina esperava ansiosamente.

— Aqui está ele.

A menina pegou a fotografia numa velocidade impressionante.

Na foto, Meredith e Derek tinham os rostos colados um no outro enquanto olhava para a câmera. Um sorriso estampado enquanto usavam roupas de verão.

Oio azul feito o meu! — Madelyn apontou animada. — E o cabelo!

— Eu sei, querida, eu sei. — Meredith sorriu ao ver a animação, mas não deixou de sentir uma pontada no peito. — Você quer ficar com a foto?

— Sim, po fauvor! — Disse, pressionando a fotografia contra o peito.

— Certo. — Deu um risinho. — Mas agora é hora de dormir, então vamos nos ajeitar.

Madelyn concordou e se deitou na cama.

— Boa noite, querida. — Beijou sua testa. — Amo você.

— Amo você. — Madelyn sorriu então se virou para a foto. — Boa noite, papai. Amo você.

Quando a menina beijou a fotografia e a abraçou junto com seu coelho de pelúcia, Meredith começou a sentir o choro preso em sua garganta querendo sair.

Saiu rapidamente do quarto e fechou a porta silenciosamente, praticamente correndo em direção ao seu próprio quarto. Quando fechou a porta, colocou a mão na boca para evitar que seu choro acordasse Madelyn.

Consequences - merder Onde histórias criam vida. Descubra agora